Insurtechs atraem investimentos recordes com impulso da inteligência artificial

inanciamento em insurtechs alcança US$ 1,31 bilhão no primeiro trimestre de 2025
No primeiro trimestre de 2025, os investimentos globais em insurtechs alcançaram US$ 1,31 bilhão, representando um crescimento de 90,2% em relação ao trimestre anterior — o maior volume desde 2022. O setor demonstra sinais de maturidade, especialmente com a forte presença de startups voltadas à inteligência artificial, que responderam por 61% dos aportes. Essas empresas vêm automatizando processos como subscrição, precificação e análise de sinistros. As insurtechs focadas em seguros patrimoniais e de acidentes (P&C) lideraram com US$1,13 bilhão, enquanto as de vida e saúde (L&H) registraram queda de 34,6%, somando US$183,14 milhões.
O segmento B2B teve destaque com o maior número de transações em mais de uma década, refletindo maior abertura das empresas a soluções tecnológicas integradas. Nos Estados Unidos, a participação em acordos globais de insurtech subiu para 58,8%, o maior patamar desde 2017. Em 2024, o financiamento global somou US$4,25 bilhões, com queda de 5,6% em relação a 2023. O último trimestre daquele ano registrou retração de 50%, mesmo com a resiliência dos aportes iniciais e do ticket médio. Andrew Johnston, da Gallagher Re, afirma que o mercado pode estar entrando em uma fase de adoção tecnológica sustentável, impulsionada por IA, fusões e aportes em resseguro, sinalizando um futuro promissor para o setor.
A inteligência artificial como motor dos investimentos de resseguradoras
O volume de investimentos realizados por resseguradoras atingiu um recorde em 2024, com 150 transações concluídas — um salto significativo em relação aos 107 negócios registrados em 2021, mesmo com um valor total de financiamento quatro vezes menor. Esse movimento revela o comprometimento crescente dessas empresas com a inovação tecnológica, especialmente no uso de inteligência artificial, presente em cerca de um terço das transações. O setor passou por diferentes fases ao longo do tempo. Inicialmente, predominava uma abordagem idealista e pouco alinhada à realidade operacional. Durante a pandemia, o cenário exigiu mais cautela, gerando reestruturações e fusões. Hoje, o mercado vive uma fase mais pragmática, com investimentos focados em soluções tecnológicas que se sustentam em modelos de negócios concretos e escaláveis
Parceria de investimentos em IA promete ampliar o uso das tecnologias em processos de seguros
Um dos principais catalisadores desse crescimento é o uso da inteligência artificial nas soluções oferecidas pelas insurtechs. Ferramentas de IA têm sido empregadas para agilizar processos, reduzir fraudes, melhorar a análise de riscos e oferecer experiências mais personalizadas aos segurados. Isso tem despertado o interesse de fundos de investimento e aceleradoras. A FurtherAI, uma empresa especializada em soluções de IA para seguros, arrecadou recentemente US$ 5 milhões em uma rodada de investimentos liderada pela Nexus Venture Partners, com participação de fundos como Y Combinator e ConvergeVC. A empresa pretende expandir suas operações para o Reino Unido e busca reduzir custos operacionais em até 50%. Suas tecnologias auxiliam na automação do processamento de documentos, integração de sistemas antigos e atividades como subscrição e gestão de sinistros. A plataforma já apresentou resultados expressivos, como precisão 140% maior em relação ao trabalho manual. Além disso, clientes da FurtherAI relataram ganhos relevantes, como a duplicação da produtividade de subscritores, aumento no volume de apólices auditadas e melhoria de mais de 95% no processo de comparação de apólices
América Latina na rota do crescimento
Mesmo com inconsistências econômicas e queda nos investimentos, o número de insurtechs na América Latina tem aumentado. O setor mostra resiliência, com destaque para a internacionalização liderada por Chile e Peru. A inteligência artificial tem sido um fator-chave para esse avanço, otimizando processos e permitindo personalização. Em 2024, as insurtechs focadas em IA representaram mais de 60% das transações globais, demonstrando o apelo da tecnologia para investidores. Apesar disso, especialistas alertam que a IA não resolve tudo, é preciso equilibrar automação com atendimento humano e garantir conformidade com regulamentos. No Brasil, o setor segue em crescimento, com aumento no número de startups e redução da taxa de mortalidade, consolidando o país como líder em insurtechs na América Latina. O crescimento sustentável, contudo, dependerá de modelos de negócio sólidos, inovação estratégica e foco na experiência do cliente.
Como garantir inovação para prosperar em 2025
Diante das mudanças que ocorrem na esfera tecnológica, as insurtechs se apresentam como protagonistas na reinvenção do setor. A capacidade de inovar, propor novos modelos de negócio e se adaptar às necessidades dos consumidores será o diferencial entre as empresas que prosperam e as que ficam para trás. A inteligência artificial foi protagonista em 2024, mas especialistas alertam que, para seguir relevante, ela deve ser aplicada com profundidade e propósito, junto à boa gestão de dados. O investimento tende a se concentrar em empresas com visão de longo prazo e potencial de escalabilidade. Entraves como regulamentação e sustentabilidade financeira ainda desafiam o setor, exigindo alianças com seguradoras tradicionais. O ecossistema de seguros está deixando de ser reativo para se tornar preditivo e proativo — e as insurtechs, ao lado da tecnologia, são o elo entre essas mudanças e a entrega de valor ao cliente.
O olhar dos investidores está focado em quem sabe utilizar as tecnologias
Os dados confirmam que as insurtechs não são uma tendência passageira, mas prometem se consolidar cada vez mais no mercado de seguros. O cenário dessas startups em 2025 é marcado pela integração da inteligência artificial em suas operações, que tem sido fundamental para otimizar processos, reduzir custos e oferecer experiências personalizadas aos clientes. Como resultado, o setor atraiu investimentos recordes, com destaque para startups que utilizam IA para inovar na análise de riscos, precificação e atendimento ao cliente. Na América Latina, mesmo diante de oscilações, o número de insurtechs cresceu, o que evidencia a resiliência e o potencial do mercado. O Brasil, em particular, se destaca como líder regional, concentrando a maior parte das startups do setor e atraindo investimentos O quadro de investimentos para 2025 revelam que os olhos dos investidores estão voltados para quem sabe usar a tecnologia de forma inteligente, personalizada e ética. Além da sua função de automação, a IA tem servido como propulsora de mudanças estruturais e econômicas, impulsionando eficiência, e melhorando a experiência dos clientes de seguros.