Fake News e IA: Como a inteligência artificial dificulta a verificação de informações no mercado de seguros

Vídeos fakes criados por IA mostram bastidores de filmes
Vídeos falsos criados por inteligência artificial têm se espalhado pelas redes sociais, apresentando-se como bastidores de filmes como Titanic, Homem-Aranha e Harry Potter. Os vídeos continham cenas aparentemente reais com o ator Tobey Maguire escalando paredes, por exemplo, e outros atores suspensos por cabos, porém essas imagens foram todas geradas por IA, conforme identificado pela ferramenta SynthID, do Google. A alta qualidade desses conteúdos levaram muitos usuários a acreditarem que eram registros verídicos. O caso demonstra como a IA tem produzido vídeos cada vez mais realistas, o que torna difícil distinguir fatos reais de criações artificiais.
O novo risco das deepfakes corporativas
As deepfakes deixaram de ser apenas uma ferramenta de manipulação de imagens de celebridades e avançaram para o ambiente corporativo, criando um novo tipo de vulnerabilidade para as empresas. Com base num artigo do Eunerd, as deepfakes corporativas representam uma nova e perigosa forma de fraude no ambiente empresarial. Utilizando tecnologia capaz de replicar com precisão a aparência, a voz e até os gestos de executivos, criminosos conseguem criar vídeos e chamadas falsas. Recentemente, um funcionário, durante uma videochamada aparentemente legítima no Microsoft Teams, transferiu R$ 129 milhões após interagir com deepfakes que imitavam o diretor financeiro e outros executivos. O caso só foi possível porque as falsificações reproduziam aparência, voz, expressões e até jargões internos da empresa, dificultando qualquer suspeita. De acordo com a Sumsub, empresa de segurança digital, entre 2024 e 2025, os golpes com deepfakes aumentaram 822% no país, gerando prejuízos estimados em R$ 4,5 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025.
Fácil acesso a ferramentas e setores mais afetados
Ainda conforme o artigo do portal, parte desse crescimento se deve à facilidade de uso da ferramenta, já que hoje, qualquer pessoa pode conseguir um deepfake na dark web por valores relativamente baixos, graças a ferramentas simples que dispensam conhecimento técnico avançado. Os setores mais afetados incluem fintechs, empresas de criptomoedas e plataformas de apostas, onde operações rápidas e irreversíveis facilitam o sucesso de golpes. Além das perdas financeiras diretas, empresas enfrentam altos custos de detecção, investigação, reforço de segurança e danos reputacionais. Esse cenário reforça a urgência de sistemas robustos de autenticação, biometria avançada e protocolos mais rígidos de verificação interna para conter um risco que cresce em ritmo acelerado e redefine o panorama da fraude corporativa no Brasil.
IA como escudo e arma ao mesmo tempo
O uso de tecnologia e de inteligência artificial mudou radicalmente a forma como as fraudes ocorrem no setor de seguros. Criminosos contam hoje com ferramentas de IA para automatizar fraudes, criar documentos falsos e simular identidades — tornando os golpes mais sofisticados e difíceis de detectar. Por outro lado, seguradoras passaram a investir pesadamente em sistemas baseados em IA para detectar anomalias, validar documentos, cruzar dados e identificar padrões suspeitos. Esses recursos aumentam a eficiência da detecção e reduzem o risco de indenizações indevidas. Ainda assim, o equilíbrio entre ofensiva e defesa não é definitivo e, à medida que os fraudadores aperfeiçoam seus métodos, as empresas precisam atualizar continuamente suas tecnologias e protocolos. O resultado dessa corrida tecnológica dita quem leva vantagem nessa disputa, e as seguradoras para se manterem estáveis precisam estar sempre um passo à frente.
Cooperação para fortalecer a segurança
O enfrentamento às fraudes impulsionadas por inteligência artificial depende de uma atuação conjunta entre seguradoras, órgãos reguladores e especialistas em cibersegurança. A troca estruturada e segura de informações permite reconhecer padrões criminosos e antecipar métodos usados para burlar sistemas. Ao mesmo tempo, ações educativas voltadas aos clientes ajudam a reduzir a desinformação e reforçam a importância de dados corretos no momento da contratação ou em um sinistro. A busca contínua por inovação também se torna essencial diante da sofisticação das deepfakes e das manipulações digitais. Investimentos em tecnologias como blockchain para certificação, ferramentas avançadas de análise forense e algoritmos específicos para identificar adulterações fortalecem a capacidade das seguradoras de proteger operações e garantir maior segurança aos segurados.
Papel das equipes de seguros diante das Fake News
Em um ambiente onde conteúdos manipulados e informações enganosas circulam com velocidade inédita, profissionais do setor, incluindo equipes técnicas, corretores, gestores e especialistas, precisam desenvolver competências para reconhecer sinais de falsificação e validar dados com precisão. A capacitação contínua, aliada ao uso de ferramentas confiáveis e protocolos de verificação mais estruturados, são elementos indispensáveis para evitar falhas em análises de risco, propostas e sinistros. Além de mitigar fraudes, essa postura reforça a transparência nas negociações e fortalece a confiança do cliente, que passa a perceber a seguradora como uma parceira preparada para navegar na complexidade informacional da era digital.
O seguro também precisa agir contra à desinformação
A alta sofisticação das fake news e das deepfakes trazem mais um desafio digital para o setor corporativo e para o público que consome conteúdos online. À medida que vídeos falsos viralizam, identidades são simuladas com um realismo impressionante e operações milionárias são desviadas em reuniões virtuais, as empresas precisam se proteger das novidades onerosas do digital. A IA, por sua vez, demonstra os seus dois lados da moeda e mostra que pode ser tanto uma ameaça quanto aliada. Criminosos usam modelos generativos para criar fraudes cada vez mais convincentes, enquanto as seguradoras podem responder com sistemas tecnológicos avançados. No entanto, para vencer essa disputa é preciso mais do que ferramentas tecnológicas, mas de cooperação ativa entre agentes do setor, políticas de educação digital, protocolos sólidos de verificação e equipes preparadas para garantir a veracidade em um contexto onde a desinformação é um risco operacional. As empresas que conseguirem combinar inovação, governança forte e cultura de segurança estarão mais aptas a proteger clientes, mitigar fraudes e preservar a confiança.


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