Como adaptar as competências profissionais em seguros ao ritmo das transformações tecnológicas
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paradoxo da automação
Apesar de o setor de seguros ter alcançado um alto nível de automação e de uso da inteligência artificial, a demanda por profissionais qualificados continua em alta. Isso se deve ao fato de que, mesmo com processos sendo automatizados, ainda é necessário contar com pessoas capazes de operar, interpretar e aperfeiçoar essas tecnologias. Conforme uma matéria do Insurance Innovation Reporter, a situação configura um paradoxo: ao mesmo tempo em que as seguradoras buscam reduzir custos com automação, enfrentam escassez de talentos para sustentar o crescimento e a inovação. O portal cita como exemplo a empresa Progressive, que resolveu contratar 12 mil colaboradores em 2025. A medida se contrapõe à tendência de cautela nas contratações no setor e mostra uma aposta clara na valorização do capital humano como diferencial competitivo. O crescimento da empresa vai além dos resultados financeiros, refletindo expansão operacional e exigindo uma equipe capacitada para manter a qualidade dos serviços. Isso reforça a importância de habilidades humanas, como a empatia, o pensamento crítico e a criatividade – que ainda não podem ser substituídas por máquinas. Nesse contexto, a capacitação profissional pode ser um fator determinante para a sustentabilidade dos negócios daqui em diante.
IA nos processos e o risco de substituição do trabalho humano
Com o avanço dos superprocessadores e da computação descentralizada, a IA consegue processar dados em tempo real, diretamente em dispositivos como sensores, carros conectados e smartphones. Isso permite maior agilidade na precificação, na análise de riscos e na detecção de fraudes. A evolução dos chips e dos supercomputadores torna possível automatizar etapas como subscrição, administração de apólices e regulação de sinistros, trazendo mais eficiência, redução de custos e serviços mais personalizados. Apesar de todos esses benefícios, esses avanços também levantam questões que não podem ser ignoradas como, por exemplo, o risco de redução de postos de trabalho operacionais. Essa é uma situação que exige uma transformação dos profissionais, que precisam se adaptar a funções mais analíticas, tecnológicas e estratégicas. Esse novo momento demanda das seguradoras uma mentalidade inovadora e flexível, capaz de equilibrar os benefícios da automação com a necessidade de requalificar pessoas e redesenhar processos, garantindo que a tecnologia atue como aliada na evolução do setor.
O novo perfil do profissional de seguros
O mercado também percebe uma mudança profunda na mentalidade dos próprios profissionais. Colaboradores estão cada vez mais atentos à qualidade de vida, ao desenvolvimento pessoal e às oportunidades de crescimento dentro das empresas. Isso exige das corretoras e seguradoras uma abordagem mais direcionada, que valorize o desenvolvimento humano tanto quanto o tecnológico. Além de acompanhar os avanços tecnológicos, como automação e digitalização, os profissionais precisam se reinventar, aprendendo a lidar com ferramentas digitais, inteligência artificial e novas formas de relacionamento com os clientes. Por este motivo, as empresas precisam investir em treinamentos constantes, gestão flexível e tecnologias que tornem o trabalho mais estratégico e menos operacional. O novo perfil valoriza habilidades como adaptabilidade, visão analítica, empatia e capacidade de atuar de forma consultiva, indo além da venda e construindo relacionamentos duradouros. As corretoras que conseguirem criar um ambiente inovador, colaborativo e com menos burocracia estarão mais preparadas para atrair, reter e desenvolver esses profissionais, garantindo sua relevância e competitividade no mercado de seguros. Modelos de gestão mais flexíveis, programas de capacitação continuada e foco no bem-estar são diferenciais para atrair e cultivar talentos nesse novo cenário.
O papel estratégico dos corretores na era digital
Mesmo com o avanço tecnológico, os corretores seguem fundamentais no setor de seguros. O papel desses profissionais é imprescindível para a intermediação entre seguradoras e clientes, atuando como consultores e orientadores dos segurados. Para manterem essa relevância, é necessário que os corretores que se atualizem constantemente, dominem ferramentas digitais, análise de dados e os novos produtos gerados pela transformação do mercado. Embora a automação e as plataformas digitais avancem, excluir os corretores das estratégias é um erro que limita o crescimento das seguradoras. Muitas empresas enfrentam dificuldades por conta de sistemas ultrapassados e falta de conexão entre tecnologia e quem realmente utiliza as soluções. A tecnologia, portanto, não substitui os corretores, mas potencializa sua atuação. Ela libera esses profissionais de tarefas repetitivas, permitindo que foquem no relacionamento, na consultoria e na oferta de soluções sob medida. Corretores que adotam inteligência de mercado conseguem antecipar as necessidades dos clientes e oferecer produtos mais alinhados ao seu perfil.
A capacitação é o diferencial que conecta colaboradores e segurados com a tecnologia
Por todas as questões abordadas e dados mencionados, fica claro que, no setor de seguros, a tecnologia avança a passos largos, mas não substitui o elemento humano. A automação veio para transformar processos, não para excluir o conhecimento e a sensibilidade dos profissionais. Corretores, atuários, subscritores e demais agentes do mercado precisam aprender a caminhar junto com a inovação, dominando ferramentas digitais, interpretando dados com empatia e traduzindo algoritmos em experiências personalizadas. Evoluir com a tecnologia significa assumir um papel ativo, estratégico e cada vez mais consultivo. E é justamente nas competências exclusivamente humanas que reside o futuro do trabalho. Apesar de existir a preocupação com a substituição de empregos, a verdade é que surgem novas oportunidades para quem está disposto a se qualificar. Profissionais capazes de entender como a IA funciona e aplicar conhecimentos estrategicamente, passam a ser mais valorizados. A automação não extingue o trabalho humano, mas quando tecnologia e capacitação andam lado a lado, quem ganha é todo o ecossistema de seguros, se preparando para atender usuários de maneira cada vez mais eficiente.