orretores continuam indispensáveis em um setor em transformação

Embora muito se fale em automação e plataformas digitais, a relevância dos corretores permanece. Ignorá-los em uma estratégia de expansão é comprometer o potencial de crescimento sustentável das seguradoras. Segundo um artigo do portal Insurance Business, a melhoria real do setor de seguros depende da priorização desses profissionais. Boa parte das seguradoras tenta melhorar seus processos, mas enfrenta dificuldades causadas por sistemas antiquados, cultura conservadora e uma desconexão entre quem desenvolve soluções tecnológicas e quem realmente as usa. Como consequência, os corretores lidam com atrasos, regras confusas e perda de oportunidades. Conforme divulgado no portal, o co-CEO da MGT Insurance, Graham Topol, decidiu enfrentar esse cenário criando uma seguradora centrada nas necessidades dos corretores, automatizando apenas tarefas repetitivas. Ao invés de excluir esses profissionais, ele acredita em potencializá-los com tecnologia. Com essa abordagem, a MGT consegue emitir cotações em minutos, melhorar a gestão de riscos e refinar os preços com base em dados limpos e controle total da operação. A motivação de Topol veio de experiências frustrantes como cliente. Ele percebeu que o problema não era a ausência de tecnologia, mas a falta de foco no corretor. Por isso, defende que, em um ambiente cada vez mais automatizado, o papel do corretor não diminui — ele se torna ainda mais importante.

Investir nos corretores é investir em inovação e crescimento

Numa realidade de mudanças, os corretores estão evoluindo para muito além da função tradicional de intermediação. Eles são hoje consultores estratégicos, educadores financeiros e especialistas na construção de relacionamentos duradouros. No Brasil, o diretor comercial da Seguradora Justos, Luciano Lima destacou as principais tendências que os corretores devem seguir em 2025 para se manterem relevantes em um mercado cada vez mais digital e competitivo. Para ele, a adoção de tecnologias como inteligência artificial, multicálculo e CRMs são fundamentais para agilizar as cotações, melhorar a gestão de clientes e oferecer experiências mais personalizadas. Ao mesmo tempo, o papel consultivo do corretor ganha força, exigindo uma atuação mais próxima, transparente e centrada nas reais necessidades dos segurados. Outro ponto enfatizado é a valorização da sustentabilidade e das práticas ESG, que vêm se tornando um diferencial competitivo. Corretores alinhados com seguradoras que promovem impacto social e ambiental positivo têm mais chances de conquistar clientes conscientes. Ele pontua também que é necessário investir em marketing digital e atendimento humanizado para captar e manter clientes em meio à alta concorrência. Lima ressalta ainda a importância de diversificar o portfólio, firmar parcerias com seguradoras inovadoras e se preparar para atender novos perfis de consumidores, como a Geração Z. Segundo ele, em um setor onde tecnologia e relacionamento caminham juntos, investir no corretor é investir em inovação e crescimento.

Tecnologia a favor da atuação humana, não como substituta

A ideia de que a tecnologia tomará o lugar do corretor já foi superada. Na verdade, ela amplia suas possibilidades de atuação. Nesse sentido, a utilização de tecnologias de ponta pode ser vantajosa para os processos de seguros, mas não substitui o fator humano. Ferramentas digitais permitem automatizar tarefas repetitivas, liberar tempo para o atendimento consultivo e aumentar a produtividade, sem comprometer o fator humano – que permanece sendo o principal ativo na relação com o cliente. Além disso, esses recursos digitais são indispensáveis para melhorar o acompanhamento da jornada do cliente, personalizar ofertas e reforçar o valor do corretor como parceiro estratégico. Plataformas que facilitam a cotação, a emissão de apólices e o suporte pós-venda devem ser pensadas com foco na usabilidade do corretor, que é quem está na linha de frente da experiência do segurado.

Estratégias de prospecção e fidelização são chave para o futuro

Corretores que utilizam dados e ferramentas de inteligência de mercado conseguem entender melhor o comportamento dos clientes, antecipar necessidades e oferecer soluções sob medida. Para se destacar, é necessário adotar ferramentas digitais e inteligência de mercado, que permitem entender o comportamento dos consumidores e oferecer soluções personalizadas. A tradicional captação por indicações deve dar lugar a estratégias mais modernas, como campanhas segmentadas, presença ativa nas redes sociais e produção de conteúdo educativo que fortaleça a autoridade do corretor. Para fidelizar os clientes é importante manter um canal de comunicação constante, revisar apólices regularmente e demonstrar atenção com gestos simples. Programas de fidelidade e benefícios exclusivos também se mostram eficazes na retenção de clientes. Nesse contexto, com uma atuação proativa e uma visão de inovação, os corretores conseguem expandir e fortalecer vínculos com os clientes. O marketing de conteúdo, o atendimento humanizado e o suporte das seguradoras com treinamentos e ações de co-marketing são medidas que contribuem para impulsionar resultados e garantir a fidelização dos segurados.

Corretores no centro da evolução

Em um momento em que a tecnologia redefine processos e modelos de negócio, são os corretores que mantêm o vínculo humano, interpretam os dados com empatia e transformam produtos em soluções personalizadas. Valorizar esses profissionais, apoiá-los com tecnologia útil e investir em sua capacitação é uma decisão que beneficia todas as pontas do setor. Em um mercado cada vez mais digital, dinâmico e orientado por dados, os corretores de seguros não devem temer espaço, mas se reinventar como figuras essenciais para traduzir tecnologia em confiança, e inovação em proximidade. Portanto, o investimento em capacitação, a adoção de ferramentas tecnológicas eficazes, alinhadas ao potencial desses profissionais é o caminho para estreitar os laços com os clientes, garantindo otimização e eficiência. Assim, seguradoras e corretores, unidos, podem atender com mais eficácia às expectativas dos consumidores, possibilitando o crescimento de um setor mais inovador.