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Brasil é Top 3 no uso do ChatGPT no mundo: Cenário gera efeitos no mercado segurador

Brasil é Top 3 no uso do ChatGPT no mundo: Cenário gera efeitos no mercado segurador
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rasil entre os maiores usuários de ChatGPT no mundo

O Brasil se destaca entre os três principais mercados no uso do ChatGPT a nível global e está no top 5 na criação de aplicações com a tecnologia da OpenAI. O dado, confirmado por Nicolas Robinson Andrade, diretor de relações governamentais da empresa na América Latina, revela o protagonismo brasileiro na adoção da inteligência artificial. Essa alta adesão impulsiona a transformação digital em diversos setores, como o de seguros, onde a IA contribui para analisar riscos, automatizar processos e personalizar o atendimento ao cliente. O cenário é promissor, mas demanda integração estratégica e atenção às exigências regulatórias.

OpenAI intensifica diálogo com o Congresso sobre regulação

Com foco no Projeto de Lei 2883/23, que propõe regras para o uso da IA no Brasil, a OpenAI tem se aproximado do Congresso para defender uma regulação equilibrada. A empresa foi a única Big Tech a participar de audiência pública na Comissão Especial da Câmara e organizou um evento em Brasília com mais de cem representantes de ministérios, agências e parlamentares. A proposta da OpenAI é mostrar que a regulação deve considerar tanto as empresas quanto os cidadãos comuns, que já usam ferramentas como o ChatGPT no dia a dia. Como destacou Josiara Diniz, da equipe da empresa: “É muito importante que o Brasil veja que pode se tornar líder em IA, porque, de certa forma, ele já é líder pelo uso”.

Potencial da IA na análise de riscos no setor de seguros

No setor de seguros, essa tecnologia pode acelerar consideravelmente a análise de grandes volumes de dados — um elemento crítico para precificação de apólices e avaliação de sinistros — por meio de algoritmos capazes de identificar padrões com maior precisão e rapidez do que métodos convencionais. Além da inteligência preditiva, o ChatGPT e outras ferramentas de IA generativa facilitam o aprimoramento do atendimento ao cliente, um ponto estratégico para corretores e seguradoras. A capacidade de responder dúvidas, simular coberturas e personalizar ofertas em tempo real, seja via chatbots ou assistentes virtuais, eleva a experiência do segurado, além de otimizar custos operacionais e reduzir o tempo médio de atendimento.

Automação de processos internos e ganho de eficiência

Outro aspecto relevante é a automação de processos internos, que impacta desde a inclusão de novos clientes até a gestão de sinistros. Com o apoio de algoritmos avançados, é possível automatizar o fluxo documental, cruzar dados com precisão e realizar análises de risco de forma mais criteriosa — etapas que, tradicionalmente, acabam demandando mais tempo. Para corretores e seguradoras, o ganho vai além da produtividade. Ao liberar equipes de tarefas repetitivas, é possível direcionar esforços para atividades mais estratégicas, como o relacionamento com o cliente e o desenvolvimento de soluções personalizadas. No mercado brasileiro, algumas seguradoras já investem na integração do ChatGPT em suas operações, utilizando a IA para monitorar riscos em tempo real, como no segmento de seguros residenciais e automotivos, por meio de análise de dados meteorológicos e comportamento do usuário. 

Desafios éticos

Em paralelo ao seu potencial de gerar vantagens, o avanço acelerado do ChatGPT também impõe desafios regulatórios e éticos. Investimentos em governança de dados e transparência nos algoritmos são fundamentais para assegurar a confiança dos consumidores e o cumprimento das normas vigentes, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A integração entre tecnologia e conformidade é imprescindível para a sustentabilidade do mercado.

Papel das startups no desenvolvimento de ecossistemas integrados

O ecossistema de inovação no setor de seguros vem se fortalecendo com a atuação crescente de startups especializadas em inteligência artificial, big data e outras tecnologias. As insurtechs contribuem para acelerar a digitalização do setor, ampliando a oferta de tecnologias sob medida e promovendo adaptação contínua às mudanças do mercado. Por isso, é importante que esses novos players integrem novas soluções às operações das seguradoras, ajudando a criar ecossistemas mais colaborativos e preparados para responder com rapidez às demandas de consumidores cada vez mais conectados. Essas medidas entre startups e seguradoras fortalecem a inovação aberta, estimulam a competitividade e pavimentam o caminho para um modelo de negócio mais integrado e colaborativo.

Necessidade de capacitação profissional e investimento em pesquisas

A alfabetização digital e o treinamento técnico são fundamentais para que corretores, gestores e equipes operacionais consigam interpretar com precisão os insights gerados por ferramentas como o ChatGPT, transformando dados em decisões mais estratégicas e assertivas. Para os corretores, essa qualificação revela a possibilidade de utilizar recursos avançados que fortalecem seu papel consultivo, permitindo maior personalização nas ofertas e aprofundando o relacionamento com os clientes. Além disso, o uso crescente do ChatGPT no Brasil reforça a importância de investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento no setor de seguros no país, para que as seguradoras locais não só acompanhem as tendências de fora, mas sejam capazes de liderar iniciativas de inovação que respondam às demandas específicas do mercado brasileiro, seja em termos de perfil do consumidor, regulação ou dinâmica econômica.

Protagonismo brasileiro e liderança responsável

O protagonismo do Brasil no uso do ChatGPT é um sinal de maturidade digital que possibilita a abertura para a inovação. No setor de seguros, essa adesão acelerada à IA generativa viabiliza melhorias, trazendo impactos positivos na eficiência operacional, no relacionamento com o cliente e na criação de novos modelos de negócio. Para aproveitar os benefícios da ferramenta de forma responsável e consciente, é preciso equilibrar tecnologia, ética e capacitação. Investir em governança, formação de profissionais e na atuação em conjunto das seguradoras, startups e normas regulatórias, é relevante para que o Brasil possa liderar a inovação em seguros de forma estratégica e alinhada às necessidades do consumidor brasileiro. O momento é de transformar o potencial em vantagem competitiva, contribuindo para colocar o país como referência em inteligência artificial aplicada ao mercado segurador.

Postado em
4/7/2025
 na categoria
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