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A Inteligência Artificial Generativa e seus impactos no mercado de seguros

A Inteligência Artificial Generativa e seus impactos no mercado de seguros
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entre as diversas pautas debatidas na recente edição do Insurtech Brasil 2023, o painel “Inteligência Artificial Generativa: como esta tecnologia está mudando o jogo no mercado de seguros” abordou o impacto da Inteligência Artificial (IA) generativa no mercado de seguros, destacando como essa tecnologia está revolucionando a indústria. Igor Di Beo, Vice-Presidente da HDI Seguros, conversou com André Fichel, CTO da Akad Seguros; Daniel Calero, digital business development manager da Tivit; e Mariana Santana, gerente de Estratégia, Inovação e Inteligência de Mercado da BB Seguros. Dessa conversa, separamos alguns insights e reflexões sobre o atual ecossistema. Confira abaixo:

Um passo além na visão de ecossistema

Para Mariana Santana, a IA generativa e a convergência de dados provenientes de iniciativas como Open Finance e Open Health, vão fazer com que o setor se desenvolva para os próximos passos.“Acho que daremos um passo além na visão de ecossistema. Estou falando isso porque quando vemos dois grandes movimentos como o Open Finance e o Open Health, que vai trazer um montante de dados dos consumidores com todo esse histórico, e vemos a maturidade desse tipo de tecnologia trazendo a possibilidade de gerar insight de tomada de decisão, percebo que estamos no momento crucial do nosso mercado para dar um passo além e começar a ofertar uma solução na qual o mercado de seguros esteja no centro de tudo isso. Nós, por uma questão obrigatória de regulamentação, já temos que trabalhar com base de dados e arquitetura de maneira compartilhada e flexível com os players. Então, como vamos identificar esse novo comportamento? Quando penso em comportamento de usuário, é preciso entender que ele não vai mais querer uma solução na qual ele vai ter ali as melhores opções ou um menu com uma quantidade viável de itens que ele tem interesse; o que ele vai querer é que tenhamos uma solução completa que resolva o problema dele completamente”. 

Mercado precisa identificar o melhor caminho

A gerente da BB Seguros, frisa a importância do mercado encontrar seu melhor caminho diante do potencial das novas tecnologias. Ela afirma: “Precisamos identificar o melhor caminho. É muito importante o mercado de seguros entender, neste momento, se vamos ser o centro desse ecossistema ou vamos ficar em torno de diversos ecossistemas. Acho que com essa evolução da IA generativa, com o potencial que já está demonstrando (a total capacidade dela ainda não sabemos), precisamos saber o que iremos fazer, quais serão nossos próximos passos, pensando no nosso mercado e nesse ecossistema que agora está mais tangível até na visão do consumidor”.

Igor Di Beo: Sabemos que a BB Seguros tem feito um trabalho extraordinário nesse campo. Quais são os pontos que vocês estão trabalhando nesse aspecto que consideram interessante compartilhar conosco? 

Mariana Santana: Recentemente plugamos nossa startup, o Broto, que é a nossa plataforma para o produtor rural na qual o usuário encontra todo um ecossistema de soluções para ele. No produto de vida também temos o olhar de trazer benefícios que vão agregando valor durante a jornada. Nos produtos de vida e saúde, trabalhamos muito a questão da prevenção. Há pouco tempo saiu um estudo de como as empresas inovadoras se comportam e já é comprovado que as empresas que mais tem contato com inteligência artificial estão conectando outras tecnologias também. Quando olhamos para o lado, a BB Seguros em como pode conectar a questão do IoT, da conectividade, dos sensores, do smartwatch, e todos os outros itens com os quais podemos trazer um ganho para a empresa e para o setor.

Igor Di Beo: Na Akad, quais são os exemplos práticos que você pode dividir conosco?         

André Fichel: A primeira impressão que temos da IA generativa é que se trata de uma tecnologia que vai aumentar a produtividade. Temos vários exemplos internos na Akad nos quais o criador consegue gerar ideias mais rápidas, consegue gerar drafts, aperfeiçoá-los e ser mais produtivo. Temos isso tanto para o engenheiro de software, quanto para alguém que trabalha com marketing ou design. 

“Acreditamos que as empresas que não utilizarem a IA generativa serão substituídas”

Para Fichel, a IA generativa é uma poderosa ferramenta para as empresas e, para aquelas que não se preparem para começar a utilizá-las, o futuro não será tão acolhedor: “Desde o início do ChatGPT, nós começamos uma imersão na empresa porque acreditamos que todos na companhia devem entender como interagir com essa tecnologia, visto que, no futuro, haverá 3 tipos de profissionais: os que usam efetivamente a IA generativa, que entendem como fazer as melhores perguntas, quais são as melhores entradas para obter as melhores saídas; terão os profissionais que sabem fazer esse tipo de IA, que são os pesquisadores; e terá os profissionais que não vão usar. Esses últimos serão substituídos. Portanto, acreditamos que as empresas que não utilizarem a IA generativa serão substituídas”.

Igor Di Beo: Na Tivit, como vocês têm ajudado o setor de seguros nesse tipo de tecnologia?

Daniel Calero: Também temos muitos processos sendo automatizados, temos sugestões de tomadas de decisão, temos a própria IA em outros segmentos como identificação de pessoas em risco. Nesse sentido, uma grande empresa da indústria nos contratou para fazer um sistema de IA que reconhece padrões de risco dentro da fábrica dela na qual conseguimos, por meio das câmeras, reconhecer padrões de risco e fornecer insights em tempo real para a companhia.

“Um dos grandes benefícios da IA é sair da segmentação e passar para a hiperpersonalização”

Segundo Calero, com as possibilidades advindas da IA generativa, o setor de seguros passará da fase de segmentar, como ainda é mais comum hoje, para hiperpersonalizar produtos e serviços. “Estamos apoiando empresas em diversos segmentos na parte de personalização. Aliás, um dos grandes benefícios da IA é sair da segmentação e passar para a hiperpersonalização. Com ela, é possível conhecer o cliente de uma maneira muito eficiente com base nas informações e comportamentos que as empresas já têm. As seguradoras têm uma grande base de informações, mas elas costumam estar desestruturadas. Estamos ajudando as companhias a estruturar as bases de dados para que possamos trazer insights como prevenção de sinistros e de fraudes”.

Postado em
19/6/2023
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