Pix e criptomoedas: a convergência que acelera a digitalização

O pagamento instantâneo brasileiro, já tido como um dos sistemas mais eficientes do mundo, passa agora a atuar como ponte entre o universo tradicional e o ecossistema descentralizado de criptoativos. A integração entre a KuCoin e o Pix é mais um passo para a digitalização financeira do Brasil. Com o novo recurso, usuários podem transferir valores diretamente de suas carteiras cripto para contas bancárias brasileiras, além de realizar pagamentos a comerciantes via QR Code. A solução permite converter mais de 50 criptomoedas em transações do dia a dia dentro de um único aplicativo, aproximando o uso de ativos digitais da rotina financeira tradicional. A KuCoin aproveita a capilaridade do Pix, que já atende 175 milhões de brasileiros, para expandir sua presença em um país onde cerca de 26 milhões de pessoas investem em criptoativos. 

É preciso trazer mais segurança para o mercado de cripto e de pagamentos digitais

A agilidade do pagamento instantâneo facilita compras, transferências e liquidações em segundos. Ao mesmo tempo, a velocidade e o volume dessas operações revelam a necessidade de mecanismos refinados de segurança e proteção, indicando a importância de considerar os riscos e trazer segurança para o mercado de cripto e para os pagamentos digitais.

Mercado brasileiro de criptoativos: movimentação de mais 10 bilhões em 2024

O mercado brasileiro de criptoativos iniciou 2025 com expectativa elevada após um 2024 de forte expansão, mas o primeiro semestre apresentou desempenho mais moderado, de acordo com uma matéria divulgada pela Veja. Mesmo mantendo altos volumes e número expressivo de investidores, os principais criptoativos, especialmente o bitcoin, avançaram pouco, com valorização de apenas 2,2%. Apesar disso, o Brasil permanece entre os maiores mercados do mundo e movimentou mais de US$10 bilhões em 2024, com projeção de alcançar até 120 milhões de investidores até 2030. Enquanto o bitcoin perdeu fôlego, o ouro assumiu o protagonismo, acumulando ganhos de 14,5% no semestre e reforçando seu papel de proteção em cenários de incerteza. 

Previsões otimistas para os resultados do 2º semestre

Além das questões acima, a volatilidade econômica e transformações no cenário internacional causaram uma mudança momentânea nas preferências dos investidores. Ainda assim, a previsão para esse segundo semestre é de otimismo, devido à adoção crescente do bitcoin por instituições e pelo avanço regulatório das stablecoins, que tokenizam moedas fiduciárias no blockchain e ampliam a confiança no ecossistema digital.

Crimes com criptoativos em 2025 ultrapassam todas as perdas registradas no ano anterior

O total de criptoativos roubados em 2025 ultrapassou o valor registrado em todo o ano anterior, superando US$2,17 bilhões apenas no primeiro semestre, segundo a Chainalysis. Mantendo esse ritmo, as perdas podem chegar a US$4 bilhões, tornando 2025 o pior ano da história em ataques desse tipo. O principal fator para essa disparada foi o megahack de aproximadamente US$1,5 bilhão contra a ByBit, atribuído a grupos ligados à Coreia do Norte, maior ataque individual já registrado no setor. Apesar das medidas regulatórias e das melhorias nas práticas de segurança, os criminosos também elevaram seu nível técnico, ampliando o alcance dos alvos. O relatório mostra aumento expressivo nos roubos feitos diretamente de carteiras pessoais, que já representam mais de 23% dos fundos desviados, tendência ligada aos períodos de alta do bitcoin. 

Número de vítimas na América Latina saltou quase 350% este ano

A Chainalysis destaca ainda episódios de coerção e violência contra detentores de cripto, que crescem conforme o valor da moeda sobe. Os países com maior incidência de ataques são Estados Unidos, Alemanha, Rússia, Canadá, Japão, Indonésia e Coreia do Sul. Na América Latina, o número de vítimas saltou quase 350% em relação ao ano passado. Embora a região tenha o menor volume roubado em bitcoin, aparece entre as que mais perderam valores em Ethereum no período.

Seguros para criptomoedas

Enquanto o mercado de criptoativos cresce, o debate sobre proteção digital ganha relevância. Fraudes, ataques cibernéticos, perdas de chaves privadas e instabilidades tecnológicas são riscos enfrentados pelos usuários. Seguros específicos para criptomoedas surgem como uma alternativa para mitigar danos financeiros e preservar a confiança no setor. Entre as coberturas que se destacam estão:

• Proteção contra ataques a carteiras digitais e exchanges
• Cobertura para perda de acesso, bugs e falhas operacionais
• Indenização por roubos, clonagem e golpes digitais
• Assistência especializada em incidentes cibernéticos

No contexto brasileiro, onde a popularização das criptos cresce paralelamente ao avanço das fraudes, esses produtos se tornam ainda mais importantes para fomentar segurança e estabilidade no ambiente digital.

Pix e seguros: novas oportunidades guiadas pela transformação tecnológica

Já o Pix se tornou nos últimos anos uma infraestrutura sólida, veloz e amplamente acessível no Brasil, oferecendo mais modernidade e integração para a experiência do usuário. Essa eficiência do Pix também impulsiona uma nova lógica para produtos de seguros. Transações rápidas exigem respostas rápidas, e isso abre espaço para soluções de seguro com emissão, análise e acionamento igualmente instantâneos. O ecossistema se torna fértil para ofertas como seguros contra fraudes, proteção para carteiras digitais e garantias para operações. 

Por outro lado, a incorporação das criptomoedas no cotidiano financeiro, agora facilitada por integrações entre exchanges e o Pix, amplia o escopo de riscos que precisam ser considerados. A circulação entre moedas fiduciárias e ativos digitais ocorre com mais fluidez, mas isso pode aumentar brechas para golpes, ataques cibernéticos, erros operacionais e perdas decorrentes da volatilidade do mercado. Nesse ambiente de rápidas transformações, as seguradoras encontram oportunidade para desenvolver produtos adaptados e baseados em modelos preditivos. As empresas podem explorar tecnologias como inteligência artificial, análise comportamental e autenticação avançada para identificar padrões suspeitos, reduzir fraudes e oferecer coberturas mais precisas para indivíduos e negócios

Tecnologia blockchain e segurança digital

A tecnologia blockchain é tida como um dos pilares da segurança financeira digital, oferecendo uma estrutura descentralizada, transparente e resistente a fraudes. Ao registrar transações em blocos encadeados e imutáveis, o sistema cria um livro-razão público que impede alterações indevidas e reforça a confiabilidade dos dados, benefício relevante para operações que exigem alta integridade, como pagamentos, movimentações de criptoativos e interações entre instituições financeiras. No setor de seguros, o blockchain agrega eficiência e precisão. Ele facilita o compartilhamento seguro de informações entre seguradoras, resseguradoras e demais participantes do ecossistema, reduzindo divergências e acelerando análises. A utilização de contratos inteligentes também permite validar e automatizar etapas de sinistros, mitigando riscos de fraude e garantindo indenizações mais rápidas e justas. Além disso, o registro imutável de dados contribui para avaliações de risco mais rigorosas, atualização contínua de apólices e menor custo operacional, o que fortalece a gestão de riscos e eleva o nível de proteção para clientes e empresas neste contexto digital e dinâmico.

Um ecossistema que exige segurança

A junção entre Pix e criptomoedas traz inovação para a economia digital brasileira. A praticidade do Pix aplicada ao universo cripto democratiza o acesso e impulsiona novos modelos de negócio, mas também amplia ameaças que não podem ser ignoradas. Para que esse ecossistema cresça de forma sustentável, a proteção precisa caminhar lado a lado com a inovação. Portanto, é importante que o mercado de seguros tenha um papel estratégico, criando modelos de proteção igualmente ágeis, transparentes e inteligentes. Seguros especializados, aliados ao poder da blockchain e a ferramentas avançadas de análise de dados são elementos primordiais para garantir confiança em um ambiente onde cada segundo importa. A próxima fronteira da segurança financeira será construída sobre uma infraestrutura tecnológica bem estruturada, inteligência preditiva e produtos de proteção desenhados para um mundo que nunca desacelera.