Como o Pix projeta novas possibilidades para a inovação em seguros

O Pix foi lançado oficialmente em 16 de novembro de 2020 e, rapidamente, passou a integrar pessoas que antes estavam à margem do sistema financeiro. Segundo declaração de Adriano Marrocos, conselheiro do CFC (Conselho Federal de Contabilidade), ao portal da instituição, desde o primeiro trimestre de 2022, o Pix já supera diversas modalidades de operação. Para ele, o volume de transações confirma o papel do sistema na integração de grande parte da população ao mercado financeiro.
Reconhecimento internacional ao Pix
A importância desse sistema de pagamento já teve até reconhecimento internacional. Em julho, o economista americano Paul Krugman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia, publicou um artigo no qual afirma que o Pix pode ter antecipado o futuro do dinheiro. O elogio, vindo de uma das vozes mais influentes da macroeconomia mundial, destacou a instantaneidade das transações e os custos reduzidos do sistema brasileiro. Para Krugman, o que o blockchain prometeu e não conseguiu entregar, o Pix alcançou: um meio de pagamento acessível e integrado à vida cotidiana, que amplia a inclusão financeira em larga escala.
"O Pix é uma coisa sensacional, é fenomenal"
A percepção não se limitou ao meio acadêmico. Luis Gonçalves, presidente da Dell para a América Latina, reforçou em entrevista recente que o sistema financeiro brasileiro é hoje considerado um dos mais desenvolvidos do mundo. Em entrevista à CNN, ele afirmou que "O Pix é uma coisa sensacional, é fenomenal". O executivo chamou a atenção para o impacto do Pix, que já extrapolou fronteiras ao ser citado em disputas comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Para Gonçalves, o Banco Central conseguiu consolidar um modelo que dinamiza o fluxo de capital em diferentes estratos da sociedade e que projeta o país como referência em tecnologia financeira.
Pix como exemplo de transformação estrutural
É possível concluir que a relevância do Pix ultrapassa a facilidade de transferir valores em tempo real, já que ele se tornou um exemplo de como a combinação entre regulação e inovação pode transformar a relação das pessoas com o dinheiro. O reconhecimento internacional mostra que a infraestrutura tecnológica brasileira é capaz de disputar espaço em discussões globais, enfrentando inclusive pressões geopolíticas. O sistema, antes restrito ao universo bancário, agora se apresenta como um ponto de inflexão para repensar práticas em setores vizinhos.
Reflexos para o setor de seguros
No mercado de seguros, esse movimento traz uma oportunidade de reflexão. A lógica de instantaneidade e custo reduzido pode inspirar novas formas de contratação, pagamento de prêmios e indenizações. A experiência adquirida com o Pix indica que soluções centradas na simplicidade e na acessibilidade são capazes de atrair públicos historicamente afastados de determinados serviços. A digitalização dos processos, associada à confiança já conquistada pelo sistema, abre espaço para imaginar produtos mais ajustados às necessidades cotidianas, sem perder de vista a segurança e a regulação.
Agilidade e continuidade de coberturas
O avanço do Pix também ajuda a compreender como a eficiência nos pagamentos pode transformar a dinâmica de setores que lidam com contratos de longa duração e dependem de regularidade financeira, como o de seguros. A possibilidade de liquidação imediata das transações reduz atrasos, facilita renovações e fortalece a continuidade das coberturas. Essa agilidade, além de otimizar a gestão das seguradoras, pode favorecer o acesso de consumidores a planos mais adequados às suas necessidades cotidianas.
Ecossistemas digitais integrados
A experiência bem-sucedida do Pix indica que a criação de ecossistemas digitais integrados pode ser determinante para expandir a presença dos seguros. A mesma infraestrutura que garante pagamentos em tempo real abre espaço para soluções conectadas, capazes de unir seguradoras, bancos, fintechs e prestadores de serviços em plataformas únicas. Esse arranjo favorece a oferta de produtos e uma jornada mais simples e contínua para o consumidor.
O Pix como referência para novas práticas no mercado de seguros
Embora o Pix tenha sido concebido para pagamentos, sua trajetória mostra como um projeto nacional pode ganhar relevância mundial e estimular mudanças em diversas áreas. No campo dos seguros, a experiência brasileira reforça que soluções simples, acessíveis e confiáveis podem ampliar a inclusão e estabelecer um novo padrão de expectativa para o consumidor. O que hoje se vê nas transações instantâneas pode, em breve, influenciar diretamente a experiência de quem busca contratar e administrar sua proteção financeira.