Tecnologia

Chips próprios, riscos compartilhados: o que a estratégia da China ensina às seguradoras

Chips próprios, riscos compartilhados: o que a estratégia da China ensina às seguradoras

De acordo com a notícia publicada pelo InfoMoney com base em reportagem do The Information, as gigantes chinesas Alibaba e Baidu começaram a utilizar chips desenvolvidos internamente para treinar modelos de inteligência artificial. Segundo o portal, apesar de manterem o uso de placas da Nvidia em projetos de maior complexidade, as duas empresas estão colocando em prática uma estratégia de autonomia tecnológica diante das restrições impostas pelos Estados Unidos à exportação de processadores de alto desempenho. 

Por que isso importa para os seguros?

Essa notícia se conecta com o mercado de seguros porque demonstra uma tendência que impacta diretamente setores intensivos em dados. A inovação em semicondutores confirma a capacidade de evolução da IA em processos decisivos para seguradoras: análise preditiva, precificação dinâmica e detecção de fraudes. Chips próprios permitem customização para usos específicos, o que se traduz em maior precisão na avaliação de riscos e em produtos ajustados a diferentes perfis de clientes.

Autonomia como fator de eficiência

A falta de autonomia em hardware avançado tem sido um gargalo para companhias que precisam treinar modelos complexos. Em seguros, essa limitação restringe o potencial de processar grandes volumes de dados em tempo real, condição necessária para ampliar a eficiência operacional e personalizar serviços. A construção de infraestrutura própria remove parte dessa barreira e abre caminho para novas aplicações.

Continuidade diante de pressões externas

Ao mesmo tempo, o avanço em chips nacionais reduz vulnerabilidades de cadeias de suprimento sujeitas a pressões geopolíticas ou restrições comerciais. Esse fortalecimento tecnológico representa uma garantia de continuidade para empresas que já dependem de sistemas automatizados para atender clientes, precificar riscos e liquidar sinistros.

O paralelo com a diversificação de riscos

O que Alibaba e Baidu fazem no campo da computação guarda relação com a lógica de diversificação de riscos em seguros. Criar uma segunda via de fornecimento tecnológico funciona como uma rede de proteção contra interrupções externas. De maneira semelhante, seguradoras estruturam programas que combinam retenção própria, resseguro e apólices específicas para diferentes eventos. Essa prática reforça a importância de planos de continuidade e de produtos que considerem falhas em fornecedores críticos.

Dependências técnicas devem ser tratadas com o mesmo rigor aplicado a riscos físicos

A ausência de fornecimento pode interromper cadeias digitais inteiras, com efeitos sobre comércio, serviços financeiros e comunicação. A iniciativa da Alibaba e Baidu é importante para os seguros porque sinaliza uma tendência irreversível: a construção de ecossistemas tecnológicos proprietários que promovem maior eficiência, agilidade e personalização. Assim, para o ramo segurador, essa mudança indica que dependências técnicas devem ser tratadas com o mesmo rigor aplicado a riscos físicos. A proteção de dados, modelos e sistemas foi incorporada como componente essencial das operações e o seguro se estrutura como instrumento capaz de traduzir esses impactos em variáveis mensuráveis de gestão e transferência de riscos.

Postado em
16/9/2025
 na categoria
Tecnologia
Deixe sua opinião

Mais sobre a categoria

Tecnologia

VER TUDO