anorama global e o setor no Brasil

O seguro residencial tradicional, que previamente se restringia aos corretores e agentes financeiros imobiliários, tem se transformado a partir das chamadas “casas conectadas” – residências que usam IoT (internet das coisas) e contam com a inteligência artificial como aliadas na proteção contra furtos e roubos. Nos Estados Unidos e na Europa grande parte das casas já contam com essa tecnologia integrada a outros dispositivos. Já no Brasil, onde a incidência de roubos é grande, a segurança eletrônica ganha destaque: o mercado de dispositivos de proteção cresceu mais de 10% ao ano nos últimos cinco anos e já atende milhares de residências. 

Setor de segurança eletrônica faturou R$11 bilhões em 2022

Segundo dados da Abese (Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança), o setor faturou R$11 bilhões em 2022. Esses dados evidenciam o fato de pessoas e empresas procurarem, cada dia mais, se protegerem da crescente violência no país. Somente em 2022, o número de mortes por causas violentas cresceu 81%. 

Essa situação abre uma janela de oportunidade para o mercado de seguro residencial oferecer produtos como alarmes com câmeras, equipamentos touchless, câmeras com reconhecimento facial, drones e outros dispositivos, buscando oferecer experiências digitais.

Desafios climáticos

Embora tenha aumentado a adesão da população ao seguro residencial, algumas dificuldades estão assolando o setor. A ocorrência de transtornos climáticos têm afetado a atividade dos seguros em algumas cidades, provocando a elevação do valor de contratação aos serviços securitários, e até mesmo a diminuição de empresas no mercado, afetando a adesão da população ao seguro residencial. A State Farm e a Allstate, por exemplo, deram encerramento à emissão de apólices, por causa do risco de incêndios florestais nos Estados Unidos. No continente europeu, o portal Insurance Times revelou que o valor dos seguros residenciais na Grã-Bretanha aumentou em nível recorde, devido às questões climáticas. O preço médio do seguro residencial aumentou mais de um terço (36,1%) nos 12 meses até outubro de 2023, de acordo com novos dados do Consumer Intelligence's Index (Índice de Inteligência do Consumidor). O fornecedor de informações sobre serviços financeiros destacou que este foi o maior aumento anual já registrado, superando o anterior aumento histórico de 25,7%, estabelecido apenas três meses antes. A analista de insights da Consumer Intelligence, Laura Vas, afirmou: “Os proprietários de casas com sinistros anteriores poderão ver aumentos adicionais nos próximos meses após os recentes danos causados pelas tempestades, embora as seguradoras possam distribuir os custos dos sinistros por todos os segurados impulsionando ainda mais a inflação do mercado”

Possibilidades de inovação

Visando não perder a janela de oportunidade para o setor de seguro residencial no Brasil, é preciso que as seguradoras reflitam e aprendam com o que está ocorrendo em mercados de outros países e busquem maneiras práticas de contornar as adversidades que surgem de causas naturais ou não. A seguradora Openly lançou parceria com a Eden Global Partners, a fim de investir em inovação no setor de seguros residenciais. O CEO da empresa, Ty Harris, apontou: “O crescimento da Openly continua a ser alimentado pelo apoio de investidores, funcionários e agentes independentes que valorizam a abordagem revolucionária que trazemos para o setor de seguros. A Eden Global Partners é uma empresa ideal para apoiar nossa busca pela oportunidade massiva e de longo prazo de modernizar o seguro residencial nos Estados Unidos, e estamos entusiasmados em tê-los como nossos parceiros. É uma combinação perfeita”. Já o CEO da Eden Global Partners, David Dwek, comentou: “Estamos entusiasmados com a parceria com a Openly, à medida que ela continua a avançar em sua missão de revolucionar o setor de seguros residenciais. A experiência tecnológica da Openly, a equipe de liderança experiente e o compromisso em fornecer uma experiência excepcional ao cliente estão realmente redefinindo o futuro do setor de seguros residenciais [...]”.

Tecnologia inovadora para mitigar riscos no Seguro Residencial

Com o objetivo de mitigar riscos, Robert Marshall, fundador e CEO da Whisker Labs, desenvolveu uma tecnologia inovadora, que funciona a partir de um dispositivo e é gratuita para proprietários de residências. A funcionalidade Ting permite a proteção de casas e comunidades contra incêndios, detectando arcos, o precursor da maioria dos incêndios elétricos. “Um único sensor plug-in monitora uma casa inteira e comprovadamente evita quatro em cada cinco incêndios elétricos. Até o momento, Ting protege quase 450 mil casas e salvou mais de 6.500 famílias de riscos elétricos que poderiam ter levado a incêndios devastadores. Fora de casa, a Ting está avançando na forma como a resiliência da rede é medida e monitorada à medida que detecta falhas elétricas ao longo da rede elétrica, ajudando a proteger as comunidades de catástrofes como incêndios florestais”.

Portanto, iniciativas como essas podem resguardar o segurado e, pensando na longevidade do setor de seguros residenciais, é de suma importância que sejam desenvolvidas medidas inovadoras para evitar o desgaste do segmento diante das dificuldades que o permeiam.

O cenário global de Seguro Residencial indica necessidade de inovação

A operação do seguro residencial no mundo e no Brasil indica necessidade de inovação. No território brasileiro, onde a frequência de roubos é alta, o monitoramento residencial é de extrema importância. A ocorrência de eventos climáticos que causaram danos em algumas cidades no mundo e atingiram o setor de seguro residencial em outros países do mundo, demonstrou que focar na prevenção por meio das inovações tecnológicas pode ajudar a aumentar a frear a queda na adesão ao segmento. Portanto, utilizar as tecnologias certas e investir na personalização para criar estratégias de proteção contra riscos, indicando recomendações de segurança com base em dados específicos da propriedade, pode ser um começo para acelerar a adesão aqui no país.