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Seguros para celulares e tecnologias anti-roubo: proteção digital em tempos de conectividade total

Com o aumento de furtos e roubos de smartphones, é válido considerar a busca por seguros específicos e o uso de tecnologias anti-roubo.
Seguros para celulares e tecnologias anti-roubo: proteção digital em tempos de conectividade total

O aumento dos roubos e a corrida pela proteção digital

Nos últimos anos, os celulares se tornaram extensões da vida moderna, com funções que ultrapassaram a ideia principal de fazer uma ligação. Hoje os smartphones contam com diversas funcionalidades e tecnologias e, com isso, começaram a ser alvos para criminosos. Não é de hoje que o número de furtos e roubos de celulares segue em alta nas grandes capitais brasileiras, e o cenário indica a urgência de medidas de segurança. Por isso, hoje, seguradoras têm desenvolvido produtos para resguardar os consumidores diante de situações indesejadas. 

Sudeste chama atenção número de casos

No Rio de Janeiro, dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) indicam que, em 2025, cerca de 200 celulares foram roubados ou furtados por dia, um aumento de 52% nos furtos e 29% nos roubos em relação ao ano anterior. Em São Paulo, houve um registro de mais de 500 roubos de celulares por dia entre janeiro e agosto de 2025, um total de 124 mil casos, número superior ao do mesmo período de 2024. Apesar dos esforços das autoridades para conter o avanço desses crimes, os índices continuam elevados. Com o celular cada vez mais integrado à vida cotidiana, reunindo dados bancários, informações pessoais e até chaves digitais, proteger o aparelho também é importante para proteger a identidade e a privacidade do usuário. 

Seguros em expansão: do bem material à segurança digital

Com o aumento dos furtos e roubos, seguradoras e corretores passaram a desenvolver planos específicos para atender às necessidades desse público, que busca não apenas proteger o aparelho, mas também sua segurança digital. As apólices costumam cobrir furto simples, furto qualificado, roubo, danos acidentais, queda, quebra de tela e, em muitos casos, incluem substituição rápida do dispositivo. Para modelos da Apple, cujo valor elevado atrai criminosos e gera maior apreensão entre os usuários, essas coberturas tornam-se ainda mais essenciais. Além disso, seguradoras podem aumentar a oferta de soluções conectadas a aplicativos, que permitem registrar sinistros, acompanhar o processo de indenização, acionar suporte técnico, solicitar bloqueio remoto ou rastrear o aparelho em tempo real. Essas funcionalidades podem dialogar diretamente com tecnologias nativas do iPhone ou Android, por exemplo, com autenticação biométrica e bloqueios anti-roubo.

Convergência entre tecnologia e seguros

O avanço das ferramentas de segurança embarcadas nos smartphones abriu espaço para um tipo de cobertura mais alinhado ao cotidiano digital dos usuários. A integração entre recursos nativos dos aparelhos — como bloqueio remoto, biometria, rastreamento e detecção automatizada de comportamentos suspeitos — e as funcionalidades oferecidas pelas seguradoras cria uma camada adicional de proteção que combina prevenção e resposta rápida. Nesse formato, o seguro deixa de ser uma assistência acionada somente após o incidente e passa a dialogar com mecanismos que reduzem o tempo de exposição ao risco, facilitam o registro de ocorrências e auxiliam na recuperação de dados. Tudo isso mostra como soluções tecnológicas e produtos de seguro vêm se aproximando para proteger tanto o bem físico quanto a identidade digital de quem depende desses dispositivos.

E quanto à segurança dos próprios aparelhos?

Os sistemas operacionais têm melhorado seus mecanismos de segurança para combater furtos, fraudes e revendas ilegais. No sistema Android, desde o Android 15, a tentativa de desativar o “Encontre Meu Dispositivo” ou realizar vários logins incorretos começou a pedir autenticação extra. Outro destaque é o “modo ladrão”, que utiliza inteligência artificial para identificar movimentos bruscos típicos de um roubo. Ao detectar essa ação, o sistema bloqueia automaticamente o aparelho, impedindo o acesso imediato e dificultando o uso ou a revenda. Além dessa proteção, o Android reforçou seus recursos com autenticação multifatorial, reconhecimento facial e sistemas avançados de IA, que ajudam a identificar tentativas suspeitas de acesso. O sistema também aprimorou o controle de permissões e privacidade. Isso pode fazer com que usuários, e até aplicativos de seguradoras, tenham maior transparência sobre o uso de dados.

Usuários da Apple têm mais chance de serem roubados?

O cenário internacional mostra que o roubo de celulares, especialmente iPhones, é um problema crescente. A Polícia Metropolitana de Londres alerta que a capital vive uma verdadeira epidemia de furtos, a ponto de ser arriscado usar o celular em público em algumas regiões. Situação semelhante ocorre em grandes cidades dos EUA e da Europa. Segundo matéria da Forbes, até 75% dos aparelhos roubados acabam enviados para outros países, e 28% vão para a China ou Hong Kong, o que praticamente impossibilita a recuperação.

iPhone roubado ajuda polícia a desmontar quadrilha

O iPhone normalmente já conta com sistemas mais rígidos de segurança em seu hardware único, visando a proteção dos usuários. A Apple reforçou ainda mais essa proteção ao lançar no Brasil um sistema antirroubo que exige autenticação biométrica obrigatória, via Face ID ou Touch ID, para alterar funções mais privadas, como desligar o Buscar iPhone ou acessar configurações da conta. A empresa decidiu eliminar a opção de senha numérica nesses casos, já que criminosos costumam forçar as vítimas a revelarem seus códigos. Esse nível de segurança ajudou a polícia de Londres a desmantelar uma quadrilha internacional responsável por enviar mais de 40 mil celulares roubados do Reino Unido para a China em um ano, conforme divulgado em uma matéria do BBC. A operação, considerada a maior já realizada no país contra esse tipo de crime, resultou na prisão de 18 suspeitos e na apreensão de mais de 2 mil aparelhos.

Proteção ampliada pela convergência digital

Em uma sociedade em que o smartphone concentra informações pessoais e identidades digitais, a proteção desses dispositivos é de extrema importância. As tecnologias anti-roubo de Android e iPhone mostram que a segurança já é parte do próprio ecossistema mobile, antecipando riscos e dificultando cada vez mais a ação de criminosos. Ao mesmo tempo, o mercado de seguros acompanha essa evolução, ampliando coberturas, incorporando soluções digitais e estruturando processos que respondem com mais agilidade a incidentes cada vez mais frequentes. Essa combinação entre recursos nativos dos sistemas operacionais e produtos de seguro específicos forma um conjunto de defesas que vai além da reposição do aparelho: preserva dados, diminui prejuízos e reforça a proteção do usuário em um ambiente de conectividade permanente.

Postado em
17/11/2025
 na categoria
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