Conferência global no coração do Brasil

Em maio de 2026, São Paulo sediará pela primeira vez o São Paulo Innovation Week (SPIW), evento organizado pela Base e pelo Estadão, após cinco edições de sucesso no Rio de Janeiro. A expectativa é reunir 30 mil visitantes por dia, com atividades no Pacaembu, na Faap e em espaços culturais da periferia. A programação prevê 24 conferências, mais de 1,5 mil palestrantes, 1 mil startups e 150 expositores em uma área de 50 mil m². Os debates vão abranger temas como inteligência artificial, finanças, agronegócio, saúde global, moda digital, energia, esportes, mobilidade e varejo. Além de oferecer acesso antecipado a tendências que impactam sociedade e mercado, o SPIW terá também atividades gratuitas em comunidades, com painéis de jovens empreendedores e encontros sobre transformação digital e cultural. Para o setor de seguros, a conferência suscita a importância de discutir IA e transformação digital como propulsores de inovação, e consequentemente, como os mercados podem se adaptar a novos modelos de negócio advindos da evolução tecnológica.

Inteligência artificial no centro do debate

Em um momento de forte discussão acerca do potencial da digitalização, a conferência em São Paulo surge como plataforma e demonstra como esse tipo de evento contribui para a troca de experiências, estimulando o debate sobre inovação. A Conseguro 2025, por exemplo, promovida pela CNseg em São Paulo, também reforçou o papel da tecnologia como base da transformação do mercado segurador brasileiro. O evento reuniu autoridades e especialistas para debater temas como inovação, regulação, educação financeira e mudanças climáticas, consolidando-se como o principal fórum do setor. De acordo com a CNseg, as seguradoras devem investir R$ 20 bilhões em tecnologia e inovação em 2025, alta de 17,5% em relação ao ano anterior. O dado reflete a prioridade crescente do setor: 67% das empresas de seguros destinam até 5% da receita à inovação, índice superior à média nacional de 45% entre companhias consideradas inovadoras.

O papel das insurtechs e fintechs na integração de processos

Outro aspecto que deverá ser discutido no SP Innovation Week é a ascensão das fintechs na oferta de produtos integrados e soluções digitais nos serviços financeiros. Trazendo para o âmbito segurador, a adoção do modelo de bancassurance, por exemplo, tende a favorecer a relação entre finanças e seguros. A integração de serviços abre espaço para soluções como microsseguros, coberturas sob demanda e produtos embarcados em operações bancárias, ajustados a diferentes perfis de consumo. Nesse sentido, o bancassurance se destaca como estratégia que une bancos e seguros, ampliando canais de distribuição e tornando o acesso ao seguro mais simples e conveniente. As insurtechs, por sua vez, que operam de maneira digital e tecnológica, exercem uma função especial nesses casos, construindo modelos inovadores de precificação, subscrição e automação, enquanto as fintechs trazem soluções de pagamento, crédito e gestão financeira que complementam a experiência. Esse ecossistema integrado promove mais eficiência operacional e melhora a jornada do cliente. 

Regulação e conformidade digital

A transformação digital no setor de seguros não pode ser dissociada da regulação e da conformidade digital para que a inovação avance de forma responsável. Eventos de inovação e tecnologia, como o São Paulo Innovation Week 2026, podem também ampliar o debate sobre como alinhar novas soluções às normas estabelecidas pela União e demais órgãos reguladores, sem frear o ritmo do desenvolvimento. O desafio está em equilibrar a agilidade tecnológica com a governança corporativa, garantindo que os avanços sejam acompanhados por práticas seguras. Isso abarca a adequação a normas de proteção de dados e privacidade, além da criação de mecanismos transparentes para o uso de inteligência artificial, big data e IoT, ferramentas que são cada vez mais adotadas em seguros.

Possibilidades para o corretor de seguros

O domínio de ferramentas digitais, plataformas de gestão e análise de dados permite que os corretores ofereçam consultoria personalizada, ajustando produtos às necessidades específicas de cada cliente e ampliando o leque de soluções disponíveis. Participar de conferências e eventos do setor é um movimento indispensável para quem pretende ir em busca de desenvolvimento e operar além do básico. Esses encontros proporcionam atualização sobre tendências, novas tecnologias e modelos de negócio, além de oportunidades de networking com líderes, startups e especialistas. A troca de conhecimento permite que o corretor se antecipe às mudanças do mercado, incorpore práticas inovadoras e aumente sua capacidade de oferecer soluções mais ágeis e competitivas. Além disso, eventos e fóruns setoriais ajudam os corretores a fortalecer sua credibilidade junto aos clientes, demonstrando conhecimento atualizado e visão estratégica sobre o futuro do seguro. 

Parcerias e inovação aberta

Para as seguradoras, conferências desse porte também são uma oportunidade para construir parcerias com empresas de tecnologia, integrar operações e explorar novos modelos de negócio. A utilização de plataformas digitais e ecossistemas colaborativos permite criar soluções mais ágeis e alinhadas às necessidades dos consumidores modernos. Os debates sobre inovação aberta e colaboração incentivam a adoção de práticas que aceleram o desenvolvimento de produtos e serviços, beneficiando a cadeia de valor do setor. Além disso, a promoção de hubs de inovação e aceleradoras focadas em insurtechs cria um ambiente propício para testar ideias, incentivar startups e transformar conceitos em soluções práticas. Participar desses eventos também possibilita que as seguradoras identifiquem tendências, troquem experiências com players de diferentes setores e antecipem mudanças no mercado, garantindo competitividade e capacidade de inovação contínua.

Conferências como bússolas para o futuro do seguros

O São Paulo Innovation Week 2026 reforça a ideia de que o mercado precisa se colocar diante das transformações tecnológicas, considerando também aspectos econômicos, sociais e culturais no desenvolvimento de estratégias de inovação. Esses encontros funcionam como laboratórios vivos de tendências, onde corretores, seguradoras, insurtechs e fintechs encontram inspiração, ferramentas e parceiros para se reinventar. Seja pela inteligência artificial, pelo avanço do bancassurance, pela criação de novos ecossistemas digitais ou pela necessidade de regulação responsável, o caminho do seguro está cada vez mais entrelaçado ao da inovação. Estar a par dessas conferências significa participar ativamente da construção de um futuro mais responsável e consciente das novas dinâmicas. Profissionais e empresas que se anteciparem a essas tendências estarão mais qualificados para alcançar resultados sustentáveis no mercado globalizado e digital que se apresenta.