Projeção de elétricos até 2040 aponta desafios para o seguro auto

Um estudo setorial que projeta crescimento médio anual de 26,1% da frota de veículos elétricos no Brasil até 2040 sinaliza uma área de atenção para o mercado. A estimativa, citada a partir de dados de mercado e tendências globais, vem acompanhada de ressalvas como a infraestrutura de recarga limitada, os preços elevados, a concentração regional e um perfil de consumo ainda restrito. Hoje, os elétricos e híbridos plug-in crescem em ritmo constante, mas seguem como parcela pequena da frota nacional, mais visível nas capitais e entre consumidores de maior renda.
Menos dados estruturados para as seguradoras
Essa fotografia inicial já é suficiente para tocar um ponto sensível do seguro automotivo. O seguro opera melhor quando há volume, repetição e histórico. No caso dos elétricos, o crescimento existe, mas a base ainda é estreita e pouco distribuída. Isso significa menos dados estruturados sobre frequência e severidade de sinistros, ao mesmo tempo em que os reparos envolvem componentes caros, baterias de alto valor e oficinas especializadas ainda escassas. A questão é que a conta do seguro se organiza a partir do custo real de consertar e do tempo que o veículo permanece parado.
Cálculo do risco nos elétricos
A recarga doméstica e em pontos públicos introduz situações que não eram centrais no seguro tradicional: instalações elétricas adaptadas, riscos de dano por sobrecarga, incêndios e disputas de responsabilidade em áreas comuns de condomínios. Esses eventos já existem como possibilidade concreta e exigem leitura técnica antes de se tornarem frequentes.
Regulação da recarga em condomínios
Uma mudança recente no plano regulatório ajuda a dar materialidade a esse movimento: a aprovação do Projeto de Lei 425/2025, que assegura ao condômino o direito de instalar pontos de recarga em sua vaga privativa, tende a reduzir um dos entraves mais recorrentes da eletrificação urbana. Ao retirar a possibilidade de veto genérico por parte de síndicos ou assembleias, o texto muda a discussão para o campo técnico, exigindo laudos quando houver negativa. Para o seguro, isso amplia a previsibilidade do uso e torna mais frequente a presença de infraestrutura elétrica dedicada em edifícios residenciais e comerciais.
Responsabilidade e cobertura
Essa nova lei pode abrir um campo de ponderação para as coberturas. A instalação de wallboxes, a adaptação de quadros elétricos e o uso intensivo das redes internas passam a conviver com apólices pensadas para prédios concebidos em outra lógica energética. Surgem, assim, questões objetivas: quem responde por um dano elétrico originado na vaga privativa, como se distribui a responsabilidade em áreas comuns e de que forma o risco é tratado quando a instalação é individual, mas o sistema é compartilhado. São situações que não pedem apostas sobre o futuro, mas ajustes graduais na leitura do risco, à medida que a recarga deixa de ser exceção e passa a integrar o cotidiano urbano.
Seguro diante da transição
A projeção até 2040 não descreve um salto imediato, mas um processo em formação. Com a frota ainda concentrada, a infraestrutura começando a se organizar e o marco regulatório avançando de forma pontual, o seguro passa a lidar com situações concretas antes que a eletrificação ganhe escala ampla. O processo se constrói a partir de situações já presentes no cotidiano, mesmo que ainda apareçam de forma irregular no território e no uso.


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