Acordo UE-Mercosul pode impulsionar o mercado de seguros no agro e no comércio internacional

UE-Mercosul avança com salvaguardas e reforça cautela no comércio agrícola
Na última terça-feira (16), o Parlamento Europeu aprovou mecanismos de salvaguarda para as importações agrícolas previstas no acordo UE-Mercosul, destravando mais uma etapa de um tratado negociado há mais de duas décadas. As novas regras endurecem a proposta original e determinam que produtos do Mercosul sejam vendidos a preços pelo menos 5% inferiores aos praticados na União Europeia, reduzindo o limite que antes era de 10% na proposta inicial. Apesar das restrições, especialistas apontam que o Brasil tende a ser um dos principais beneficiados pelo acordo UE-Mercosul. O país é um dos maiores produtores globais de alimentos e já tem a União Europeia como seu segundo maior mercado para produtos do agronegócio, atrás apenas da China.
Lobby agrícola europeu impõe barreiras, mas acordo segue estratégico para o Brasil
As negociações do acordo entre Mercosul e União Europeia seguem marcadas por forte resistência do setor agrícola europeu. Em conversa com o CNN Money, Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da CNA, a pressão do lobby do agro na UE é intensa e resultou na aprovação das salvaguardas unilaterais pelo Parlamento Europeu e levantou exigências adicionais por parte de alguns países. Ainda assim, Mori destaca que o agronegócio brasileiro é competitivo e integrado ao mercado global, o que torna a abertura comercial positiva, mesmo com limitações nas cotas negociadas ao longo dos anos. Ela também pondera que eventuais adiamentos da assinatura precisam ser analisados com cautela, para evitar reabertura do texto já acordado. Apesar das demandas específicas de países como Itália e França, a avaliação é de que o acordo traz benefícios relevantes ao agronegócio brasileiro, sobretudo pela redução de tarifas e pela ampliação do acesso a mercados internacionais.
Expansão do agronegócio amplia demanda por seguros especializados
Com base em um artigo publicado no portal Notícias de Seguros da CNseg, estudos do Ipea apontam que o acordo entre Mercosul e União Europeia pode gerar impactos positivos para a economia brasileira até 2040, com crescimento do PIB, aumento dos investimentos e expansão das exportações. Esses resultados estão associados à redução de tarifas europeias, à ampliação das cotas de importação e à queda dos custos internos de insumos e bens de capital. Embora os efeitos do acordo não sejam distribuídos de forma uniforme entre os setores, o agronegócio se sobressai, fortalecendo a balança comercial brasileira. O cenário deve intensificar o comércio exterior e aumentar a exposição das operações a riscos logísticos, financeiros e operacionais, ampliando o papel estratégico do mercado de seguros. Com maior inserção no mercado europeu, cresce a demanda por seguros agrícolas mais avançados, capazes de contemplar exigências sanitárias, volatilidade de preços, barreiras comerciais e riscos geopolíticos.
Desafios do bloco e riscos logísticos
Ainda de acordo com a publicação do portal da CNseg, o Brasil reúne vantagens estratégicas para liderar projetos de baixo carbono, como o hidrogênio verde, área de interesse da União Europeia diante de suas metas ambientais. Ainda assim, especialistas alertam que os impactos do acordo UE–Mercosul dependem de um cenário global dinâmico, influenciado pelos Estados Unidos e pela China. Por outro lado, analistas apontam ganhos positivos para o agronegócio brasileiro no curto prazo, graças à redução de barreiras comerciais – competitividade que se reflete, inclusive, na resistência de produtores europeus. O desafio, segundo especialistas, é cumprir os padrões mais rigorosos estipulados pelo bloco europeu e lidar com o monitoramento internacional sobre impactos em biomas como Amazônia, Cerrado e Pantanal. além disso, a intensificação do comércio entre os blocos aumenta a exposição a riscos logísticos, ampliando a demanda por seguros de transporte internacional mais completos, capazes de cobrir atrasos, danos, falhas operacionais e interrupções em cadeias de suprimentos complexas. Atrasos, avarias, interrupções na cadeia de suprimentos e falhas operacionais passam a demandar coberturas mais abrangentes.
Comércio exterior e seguros de crédito
O aumento nas movimentações do comércio internacional faz com que as empresas lidem com um volume maior de riscos financeiros e contratuais, especialmente em operações de exportação. Nesse contexto, o mercado de seguros tende a ampliar sua atuação por meio do seguro garantia e do seguro de crédito, impulsionado pelo crescimento do crédito rural e pela intensificação das vendas externas. Soluções como o seguro de crédito à exportação, garantias financeiras e coberturas contra inadimplência tornam-se fundamentais para dar previsibilidade às operações, proteger o fluxo de caixa e oferecer maior segurança às empresas que atuam em mercados internacionais.
Tecnologia e inovação no seguro agrícola
Diante do aumento da complexidade das operações, da exposição a novos riscos e da necessidade de maior previsibilidade no agronegócio e no comércio internacional, a tecnologia tem um papel importante no “Seguro Agrícola 5.0”. A digitalização do campo impulsiona esse movimento por meio de ferramentas como imagens de satélite, Big Data, IA, sensores conectados (IoT) e blockchain. Juntas, essas tecnologias ampliam a transparência, reduzem riscos, agilizam indenizações e possibilitam o monitoramento contínuo, beneficiando tanto seguradoras quanto produtores. Assim, os recursos tecnológicos melhoram a gestão de riscos e abrem caminho para produtos mais eficientes e sustentáveis, consolidando a tecnologia como um elemento de otimização para o seguro agrícola. A expectativa de maior integração comercial pode acelerar a adaptação dessas soluções ao contexto do Mercosul, estimulando a inovação no mercado regional.
Harmonização regulatória e impacto no mercado
A atuação conjunta entre seguradoras europeias e latino-americanas tende a ser decisiva para a construção de produtos alinhados ao novo ambiente econômico. Parcerias estratégicas facilitam a troca de expertise técnica e regulatória, ao mesmo tempo em que ampliam o alcance a novos mercados e perfis de clientes. Sob a ótica regulatória, a aproximação entre União Europeia e Mercosul pode acelerar a convergência de normas e reduzir barreiras à oferta de seguros internacionais, fortalecendo a confiança entre os agentes do setor e incentivando a inovação. Frente à interdependência econômica entre os blocos, o mercado segurador também precisará se adaptar a um cenário de maior volatilidade, no qual a gestão integrada de riscos macroeconômicos, climáticos e operacionais se coloca como um diferencial estratégico para quem se antecipa às mudanças.
Entre cautela e expansão: novo passo para o seguro no comércio global
As mudanças no acordo UE-Mercosul, mesmo com salvaguardas e exigências mais rigorosas, redesenham o ambiente de negócios no setor agrícola. Esse novo cenário amplia oportunidades, mas também expõe empresas e produtores a riscos mais complexos, que vão da logística global às exigências sanitárias, ambientais e financeiras cada vez mais rigorosas. À medida que o agronegócio brasileiro amplia sua presença no mercado europeu e o comércio internacional se torna mais intenso e complexo, cresce também a necessidade de soluções próprias. Nesse sentido, o mercado de seguros assume o papel de garantir estabilidade e viabilizar o crescimento. Soluções em seguro agrícola, crédito à exportação, garantias financeiras e transporte internacional deixam de ser acessórios e passam a integrar a estratégia de expansão das empresas. A incorporação de tecnologia, aliada à harmonização regulatória e a parcerias transnacionais, fortalece a capacidade do setor segurador de oferecer a proteção necessária em um ambiente de maior volatilidade. Antecipar riscos, investir em conhecimento e fortalecer parcerias internacionais é decisivo para transformar a maior integração comercial em crescimento sustentável. Em um comércio cada vez mais interconectado, o seguro tem a oportunidade de acompanhar e proteger as novas dinâmicas das relações internacionais.


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