Stalking e Seguros: como a proteção civil e cibernética se cruza com a escalada de perseguições

Stalking contra atriz levanta debate sobre segurança cibernética e a incidência de crimes digitais
Um homem acusado de perseguir a atriz Ísis Valverde foi preso em flagrante após invadir o condomínio onde ela reside no Rio de Janeiro. De acordo com a Polícia Civil, ele conhecia detalhes da rotina da artista e já havia tentado se aproximar dela outras vezes, conseguindo driblar o sistema de segurança do local. A investigação aponta que o suspeito chegou a contratar um detetive particular para obter o endereço da atriz. Diante da gravidade e da recorrência dos atos, a Justiça converteu a prisão em flagrante em preventiva.
Exposição de dados, riscos pessoais e o papel dos seguros na proteção das vítimas
O caso, que envolve uma perseguição de anos, voltou a mostrar os riscos do stalking e as fragilidades nos mecanismos de proteção física e digital destinados às vítimas. Por envolver o acesso a informações pessoais de forma ilegítima, muitas vezes obtidas online, o caso também levanta o debate sobre segurança cibernética e a incidência de crimes digitais na contemporaneidade.Além do aspecto criminal, situações como essa também chamam atenção para o papel dos seguros na mitigação de riscos associados à exposição de dados pessoais, à violação de privacidade e aos impactos financeiros e emocionais decorrentes de falhas na proteção física e digital.
Cyberstalking e a perseguição digital
O stalking é um comportamento obsessivo, repetitivo e indesejado, caracterizado pela vigilância constante e pela tentativa de contato com a vítima, tanto de forma presencial quanto por meios digitais. Nos Estados Unidos, o stalking é compreendido como uma evolução do assédio quando o comportamento repetitivo passa a gerar medo real na vítima. No meio virtual, o stalking passa a ser chamado de cyberstalking e envolve perseguição que pode se dar por meio de redes sociais e perfis falsos, envolvendo práticas como monitoramento online, rastreamento de localização sem consentimento, envio excessivo de mensagens, comentários invasivos e uso indevido de dados pessoais. A série Bebê Rena, lançada pela Netflix em 2024, ilustrou essa realidade ao retratar uma história real de stalking e o comportamento obsessivo de uma mulher que costumava mandar mensagens online para o seu alvo. Esses casos indicam que a proteção digital é tão indispensável quanto a segurança física, já que ameaças virtuais frequentemente se convertem em riscos concretos.
No Brasil, esse tipo de conduta é tipificado como crime desde 2021, com a inclusão do stalking no Código Penal pela Lei nº 14.132. Especialistas alertam que a prevenção passa por cuidado com a exposição digital, atenção a pedidos de dados sensíveis e interrupção imediata de interações suspeitas, além da busca por apoio profissional e autoridades quando houver indícios de perseguição online. É nesse ponto que a discussão ultrapassa o campo penal e passa a dialogar com a lógica da gestão de riscos informacionais.
Seguro cibernético como resposta aos danos digitais
Diante do uso indevido de dados, da exposição de informações pessoais e da possibilidade de responsabilização civil, o seguro cibernético passa a ser considerado como uma camada complementar de proteção. Sua função não é impedir a prática do stalking nem substituir ações legais ou mecanismos de segurança física, mas oferecer amparo diante das consequências financeiras e operacionais provocadas por incidentes digitais.
Entre as coberturas mais comuns estão o tratamento de vazamentos de dados, a responsabilização por falhas na proteção de informações, os custos associados à resposta a incidentes tecnológicos e o suporte jurídico especializado em casos de uso irregular de dados. Em situações de perseguição digital, esse tipo de seguro pode auxiliar na gestão de crises, na recomposição de sistemas e na contenção de danos decorrentes da exposição indevida de informações pessoais.
Os efeitos materiais da violência digital e a lógica da proteção integrada
A relevância desse instrumento está justamente em reconhecer que a violência digital produz efeitos concretos, que extrapolam o ambiente virtual e podem gerar prejuízos financeiros, desgaste emocional e impactos prolongados na vida das vítimas. Ao integrar proteção jurídica, apoio técnico e respaldo financeiro, o seguro cibernético passa a ocupar um espaço específico dentro de uma estratégia mais ampla de proteção.
Quando a segurança exige múltiplas frentes
Casos de stalking e cyberstalking mostram que a proteção das vítimas depende da articulação entre diferentes frentes: legislação, conscientização, cuidados com a presença digital e instrumentos capazes de lidar com os efeitos colaterais da exposição de dados. O debate sobre seguros deve levar em conta um conjunto de respostas que reconhecem a complexidade dos riscos associados à vida conectada. Assim, à medida que informações pessoais circulam com maior facilidade e se tornam ativos sensíveis, compreender como esses riscos se materializam passa a ser uma etapa necessária na construção de estratégias de proteção mais consistentes, tanto no plano individual quanto institucional.


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