e acordo com matéria publicado no Valor, nos últimos seis anos, o panorama das insurtechs na América Latina vem se transformando de forma significativa, impulsionado por investimentos que ultrapassaram a marca impressionante de R$ 3 bilhões. Esse fenômeno, destacado pelo recente relatório do InsurTech Report 2024 da Distrito, não apenas revela a crescente vitalidade do ecossistema de startups de seguros na região, mas também aponta para duas tendências cruciais que estão moldando seu futuro: o uso da inteligência artificial (IA) e a urgente necessidade de proteção contra eventos cibernéticos.

O Brasil se destaca como líder nesse cenário, concentrando a maior parte dos investimentos e negócios relacionados às insurtechs. Com 107 rodadas de investimentos desde 2018, o país emergiu como o epicentro desse movimento, captando mais de meio bilhão de dólares em recursos para impulsionar a inovação no setor de seguros. Não surpreende que as startups brasileiras dominem não apenas em termos de financiamento, mas também em número, representando mais da metade das insurtechs identificadas em toda a América Latina.

Dentro desse cenário, é fascinante observar o surgimento de empresas como a Alice, cujo recente aporte de US$ 127 milhões na rodada Series C demonstra não apenas a confiança dos investidores, mas também o potencial disruptivo das insurtechs no mercado de seguro saúde. Além disso, a presença de outras empresas brasileiras como Minuto Seguros e Justos entre as dez maiores rodadas de investimento evidencia a diversidade e a robustez do ecossistema de startups do país.

No entanto, não podemos ignorar a importância das iniciativas fora do Brasil, como a chilena Avla, que também vem ganhando destaque com um aporte significativo em 2024. Esses casos ressaltam a crescente maturidade e o alcance regional das insurtechs, que estão se expandindo para atender às necessidades de uma população cada vez mais consciente da importância do seguro em suas vidas.

O CEO e cofundador da Distrito, Gustavo Gierun, ressalta a magnitude desse mercado em crescimento, apontando que ainda há vasto espaço para expansão, especialmente em nichos onde muitos ainda não têm acesso a seguros. Essa observação é crucial, pois sublinha o papel fundamental da inovação na criação de produtos acessíveis e relevantes para um público diversificado.

À medida que avançamos para o futuro, é claro que a tecnologia desempenhará um papel central na evolução das insurtechs na América Latina. O uso da inteligência artificial é apontado como uma tendência dominante, oferecendo possibilidades transformadoras desde a análise de riscos até a melhoria da experiência do cliente. Além disso, os seguros contra eventos cibernéticos e os modelos de "embedded insurance" estão surgindo como áreas de interesse, refletindo a necessidade de proteção em um mundo cada vez mais digitalizado.

Em suma, o crescimento exponencial das insurtechs na América Latina é um testemunho do potencial inexplorado e da capacidade de inovação da região. À medida que avançamos para uma era onde a tecnologia redefine os paradigmas tradicionais, é imperativo que continuemos a fomentar um ambiente que favoreça a criatividade, o empreendedorismo e, acima de tudo, a proteção dos indivíduos em um mundo em constante mudança.