Pan Corretora vira Tibi Seguros Digitais e muda modelo de negócios

esde que a antiga Pan Seguros se tornou TOO Seguros, no fim de 2018, a percepção do mercado é que faltava transformar a Pan Corretora. Com a chegada iminente do “open insurance”, ou seja, o ambiente de compartilhamento de dados e operações no setor, o BTG Pactual, controlador do grupo financeiro, entendeu ter finalmente chegado o momento. A partir desta sexta-feira, a empresa passa a se chamar Tibi Seguros Digitais.
O novo nome faz referência a um termo em latim, que significa “para você, por você”, mas também à junção das siglas TI (tecnologia da informação) e BI (business inteligence). Mas a transformação mais radical ocorreu mesmo por dentro do negócio.
A Tibi deixa de ser uma corretora criada para atender apenas ao público de seguros do grupo Pan e se torna uma plataforma para oferecer novas soluções ao setor, que incluem tanto produtos quanto canais inéditos de distribuição e atendimento. O modelo de negócios passa a ser também o “B2B2C”. Isso significa que a empresa vai atender parceiros corporativos, mas com soluções voltadas aos consumidores.
Segundo o diretor geral da Tibi, Danilo Benatti, a estratégia consiste em atuar como elo entre seguradoras e canais de distribuição na formatação de produtos com uso de inteligência de mercado e análise de dados. Na prática, significa que a Tibi vai analisar e entender as necessidade de um mercado, formatar novos produtos destinados a consumidores do setor e até estruturar a maneira pela qual os novos riscos identificados podem ser subscritos dentro do conjunto de seguradoras e resseguradoras parceiras. “Com essa estrutura, conseguimos diluir o risco entre todo mundo e teremos um preço muito competitivo para o público final.”
Para o executivo, a Tibi passa a atuar como uma plataforma de inteligência e distribuição de seguros digitais unindo duas pontas que demandam digitalização, ou seja, as seguradoras e os canais. A intenção da empresa é integrar as soluções aos corretores de seguros, mas também para fintechs, bancos e outras organizações. “O front será feito pelos parceiros e nós faremos toda a parte do back”, resume.
A meta da plataforma, diz Benatti, é crescer entre 65% e 80% em um ano. Para isso, a Tibi pretende triplicar o tamanho atual da equipe de 30 pessoas nos próximos meses. “Um de nossos objetivos é explorar o potencial de consumo da geração digital.”
Entre os produtos que a Tibi vai trazer ao mercado nessa primeira fase estão um plano de gestão de assistência saúde pet; seguro celular, que oferece a compra, venda e troca de aparelhos; seguro residencial com auxílio pró-doméstica, uma proteção complementar para garantir o pagamento da renda para diaristas em caso de invalidez permanente; e proteção da identidade digital (“cyber”).
Há ainda produtos focados em novos riscos, como seguro gamer, que pode cobrir desde perda de renda em competições por invalidez até garantia dos equipamentos; e seguro Pix, que deve ser lançado em meados do próximo mês. De acordo com Benatti, o seguro Pix se baseia em análises de dados e comportamental. “É preciso avaliar, por exemplo, horários e locais onde a pessoa transita, quantias transacionadas, a relação com a instituição financeira e assegurar que, se sofrer com invasão ou coerção, vamos repor o valor perdido.”