Open Insurance ainda apresenta desafios para o mercado

Brasil é o primeiro país do mundo a operar o Open Insurance regulamentado. Esse, aliás, é um dos desafios apontados por Fábio Dragone, da Bradesco Seguros. segundo ele, as seguradoras estão mais adaptadas a um mundo open, mas os prazos são desafiadores nesse processo. “Tem uma questão de possíveis riscos e não amadurecemos tanto no mercado. O Brasil é quase pioneiro e, talvez, precisasse entender melhor alguns pontos”, disse.
Gustavo apresentou as definições e explicou como devem funcionar. Ele destacou que será um ambiente competitivo altamente baseado em dados, inclusive, com novos participantes.
Nesse sentido, como a indústria de seguros que já é intensiva em dados, ele disse que vai ser ainda mais. “Isso vai permitir um melhor conhecimento do cliente e uma melhor avaliação com impacto positivo como precificação, análise de fraude e, do ponto de vista da distribuição, o que se vê é um momento importante de desenvolver o que chamamos de CARE (Conveniência, Aconselhamento, e capacidade de REsposta)”, explicou.
Para ele, será preciso trabalhar essas variáveis para ter um processo de venda efetivo e haverá um canal híbrido: físico e digital.
Ele ressaltou ainda que as insurtechs vão encontrar um ambiente colaborativo e poderão oferecer serviços melhores, bem como constituir ecossistemas.
No mercado europeu foram desenvolvidos novos serviços hiperpersonalizados no open banking que podem ser replicados no mercado brasileiro. “As tpps são players que ficam entre o cliente final e os bancos. Elas consomem as informações que estão no open banking do cliente e surgem como serviço”, enfatizou.
Para Fabio Dragone, o principal beneficiado é o cliente. Ele destacou que a LGPD dá ao cliente também mais responsabilidade já que ele vai decidir como e com quem vai compartilhar os dados. “O cliente consegue controlar qual dado ele vai liberar em troca de benefícios”, sinalizou.
Gustavo Leança disse que para melhorar o relacionamento com o cliente a seguradora vai depender de dados. “O ponto importante é o quanto o cliente vai querer dividir o dado. Ter uma marca forte e um bom relacionamento vai favorecer para que o cliente compartilhe a informação. No open banking isso foi muito discutido”, disse.
Ele destacou que com o cliente dividindo o dado, a seguradora vai conhecê-lo melhor e, assim, fazer uma oferta de combo de produtos. É uma hiperpersonalização”, definiu.
Cauê Moresi disse que as seguradoras podem desenvolver estratégias de retenção. Ele lembrou que se o cliente que é dono do dado decide compartilhar os dados, a chance de perdê-lo é maior. “Por isso, trabalhar de forma proativa é melhor. É importante oferecer produtos e serviços para esse cliente. É a forma mais efetiva de retê-lo na seguradora”, pondera.
Ele destacou que muitas seguradoras têm dificuldade na comunicação com o cliente e pode ser um problema se o cliente optar por compartilhar os dados com outra seguradora.
Para Dragone um outro desafio para as companhias, além da comunicação com o cliente, tem a ver com prazo e a concorrência com outras demandas legais e de modernização do mercado. “O open insurance entra em paralelo e isso certamente traz um risco para implementação do processo como um todo”, analisou.