Inteligência artificial amplia eficiência, mas preserva espaço da inovação humana no seguro

Cada vez mais presente na publicidade, a inteligência artificial começa a mudar os bastidores da criação, seja pelo ritmo que impõe ou pelas ideias que propõe. De acordo com matéria da UOL, o criador de conteúdo Paulo Aguiar avalia que a questão central vai além da tecnologia: permanece no campo humano. Segundo ele, a IA potencializa ideias e amplia resultados, mas não gera, por si só, a capacidade criativa. “A IA não te faz mais criativo, mas acelera o seu processo criativo. Se você tem uma ideia ruim, com a IA você vai desenvolvê-la muito rápido. Se você tem uma ideia boa, consegue não só acelerar seus resultados, mas fazer algo que antes não seria possível”, afirma.
Ferramenta exige direção e curadoria humanas
O especialista considera que integrar a IA ao fluxo de trabalho é uma das mudanças mais relevantes que profissionais de áreas criativas podem adotar. O conselho que dá é que cada pessoa avalie em que etapas a tecnologia agrega mais valor. A ressalva, porém, é de que os pedidos genéricos tendem a gerar respostas igualmente genéricas. Para ele, a tecnologia ajuda na execução, mas a qualidade final continua dependendo de quem detém o conhecimento e a sensibilidade para fazer escolhas. “Os melhores vídeos são feitos por quem sabe fazer vídeos, e combina as habilidades humanas com as ferramentas”, diz.
Pesquisa aponta limites no estímulo à criatividade
Um estudo publicado na revista Science Advances reforça esse ponto. A pesquisa mostra que a IA pode estimular ideias, mas apenas até certo limite. Pessoas com menor desenvoltura criativa tendem a se beneficiar mais da ferramenta, enquanto aquelas que já têm forte capacidade criativa não apresentam resultados muito diferentes. Além disso, o estudo indica que, embora a tecnologia possa favorecer indivíduos, a criatividade coletiva tende a se reduzir quando há dependência excessiva dessas ferramentas.
Implicações para o mercado segurador
No setor de seguros, essa reflexão ganha peso. Já há algum tempo que a IA contribui para acelerar análises de risco, organizar dados em larga escala e oferecer respostas rápidas aos clientes. No entanto, assim como nas áreas criativas, a essência do processo continua ligada à interpretação humana. A ferramenta fornece eficiência, mas a capacidade de contextualizar situações complexas, ponderar impactos regulatórios e desenhar soluções personalizadas permanece com os profissionais humanos.
Por que a inovação humana continua indispensável?
A análise de tendências, a criação de produtos alinhados a realidades específicas e a gestão de riscos que envolvem variáveis sociais, econômicas e regulatórias exigem discernimento que a tecnologia não alcança sozinha. A IA contribui para a execução, mas a leitura crítica (como reconhecer se uma proposta é viável, ética e adaptada ao perfil do cliente) segue sendo uma responsabilidade humana. No mercado segurador, isso significa que a tecnologia não substitui o olhar atento de quem precisa equilibrar cálculo, legislação e experiência prática.
Equilíbrio entre eficiência tecnológica e julgamento humano
Assim como o bom gosto diferencia conteúdos produzidos com IA, a compreensão ampla do risco diferencia a atuação no seguro. O valor não está em substituir a expertise, mas em criar condições para que ela se manifeste com mais alcance. A inovação, portanto, é fruto do encontro entre ferramentas cada vez mais sofisticadas e a capacidade humana de decidir o que realmente faz sentido para pessoas, empresas e instituições.