Escassez energética pode frear expansão da inteligência artificial: impactos para o mercado de seguros

O crescimento do consumo energético e seus riscos
Apesar dos esforços para tornar a inteligência artificial mais eficiente, com o uso de chips especializados, técnicas avançadas de resfriamento e melhorias nos sistemas de programação, o consumo de energia continua crescendo em ritmo acelerado. A infraestrutura necessária para sustentar o avanço da IA, baseada em data centers de alta performance, pode alcançar cerca de 3% do consumo global de eletricidade até 2030, segundo estimativas da Agência Internacional de Energia (AIE) – o dobro do que seria atualmente. À medida que soluções baseadas em IA se tornam mais sofisticadas e exigem maior poder computacional, o aumento no consumo energético pode acabar se tornando um obstáculo.
A importância da IA para o setor de seguros
A inteligência artificial tem ajudado bastante no desempenho e na modernização das seguradoras, com aplicações automatizadas, detecção de fraudes e gestão de dados, por exemplo. Além disso, segundo a McKinsey, empresas que adotam IA de forma estruturada conseguem reduzir custos operacionais em até 20% e melhorar significativamente a experiência do cliente. A consultoria também destaca uma corrida global para expandir a infraestrutura de IA diante de seu uso crescente, o que levanta preocupações sobre o aumento do consumo energético. Especialistas apontam dois caminhos principais para enfrentar o crescimento do consumo energético impulsionado pela inteligência artificial: ampliar a oferta de energia e adotar soluções mais eficientes.
Soluções energéticas que ganham espaço
Tecnologias como sistemas avançados de resfriamento, como sistemas que utilizam líquidos em vez de ar para dissipar o calor gerado por servidores, capazes de reduzir significativamente o gasto energético dos data centers. Outra possibilidade é a criação de chips projetados especificamente para aplicações em IA. Esses componentes são mais eficientes, exigem menos energia e mantêm alto desempenho, mesmo em tarefas complexas de processamento de dados. e chips otimizados para IA têm se mostrado eficazes na redução do gasto energético. Com base nesse cenário, setores que dependem da IA precisam aliar inovação tecnológica à eficiência energética para garantir crescimento sustentável e maior competitividade. Estabelecer parcerias com fornecedores comprometidos com soluções sustentáveis permite às seguradoras continuar inovando, reduzir custos operacionais e, ao mesmo tempo, atender às exigências ambientais de clientes, investidores e órgãos reguladores
Uma oportunidade de liderança sustentável
Com o avanço acelerado da inteligência artificial, o consumo de energia dos data centers cresce rapidamente, gerando preocupação sobre a sustentabilidade dessas operações. Segundo a Gartner, até 2027, 40% dos centros de dados dedicados à IA devem enfrentar limitações no fornecimento de energia, o que pode comprometer sua expansão. Em resposta a esse cenário, empresas de tecnologia estão investindo em fontes renováveis e estratégias para minimizar o impacto ambiental. A Hostinger, por exemplo, já alcançou 100% de operação com energia limpa — meta inicialmente prevista apenas para 2026. Outras gigantes, como Google e Amazon, também adotaram compromissos similares com prazos ambiciosos. Além de reduzir o impacto ambiental, a energia renovável tende a ser mais eficiente e econômica a longo prazo, garantindo maior estabilidade ao setor. O mercado de seguros pode, portanto, acompanhar essa transformação, adotando estratégias híbridas — que unem processamento local e cloud computing otimizado — e o uso consciente de energia para escalar soluções baseadas em IA com mais segurança, eficiência e responsabilidade ambiental.
O papel da regulação na sustentabilidade tecnológica
O cenário regulatório também deve fornecer as diretrizes necessárias considerando esse contexto de mudança. Autoridades governamentais e agências reguladoras precisam discutir normas de eficiência energética para data centers e incentivo ao uso de fontes renováveis, o que pode influenciar o planejamento estratégico das seguradoras. Estar alinhado com essas tendências regulatórias não só evita riscos, como pode abrir portas para incentivos fiscais e subsídios — acelerando a adoção de IA sustentável no setor.
IA, energia e seguros: o futuro depende da sustentabilidade
A inteligência artificial configurou um avanço para a inovação no setor de seguros, oferecendo ganhos em eficiência, redução de custos e aprimoramento da experiência do cliente. Por outro lado, o crescimento dessa tecnologia também tende a aumentar o consumo energético. Com estimativas apontando que data centers dedicados à IA podem dobrar sua participação no consumo global de eletricidade, a sustentabilidade passa a ser uma condição indispensável para a continuidade da transformação digital. Nesse contexto, o setor de seguros pode se posicionar na construção de soluções mais sustentáveis. Isso envolve investir em tecnologias mais eficientes, como sistemas de resfriamento e chips otimizados, adotar modelos híbridos de processamento e estabelecer parcerias com fornecedores visando antecipar cenários que comprometam a eficiência energética. Além das iniciativas privadas, o alinhamento com regulamentações que incentivem o uso de fontes limpas é importante para que as seguradoras continuem inovando sem comprometer suas metas ambientais.