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Brasil avança em abertura comercial, mas economia fechada desafia avanços no setor de seguros

Brasil avança em abertura comercial, mas economia fechada desafia avanços no setor de seguros

Abertura comercial avança, mas ainda é tímida

Nos últimos anos, o Brasil deu passos importantes em direção a uma maior integração com o mercado global. De acordo com estudo do Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP), houve uma elevação no grau de abertura da economia brasileira. No entanto, o levantamento também indicou que o país ainda se mantém mais fechado do que outras nações em desenvolvimento com características semelhantes. O debate sobre abertura comercial no Brasil ocorre em um contexto econômico marcado por medidas inesperadas, como o aumento de tarifas de importação adotado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que tem gerado críticas nas últimas semanas. Barreiras tarifárias e entraves regulatórios podem restringir o fluxo de bens, serviços e tecnologias, o que tende a gerar impactos no ramo de seguros. 

Seguros brasileiros estão entre os maiores no mundo

O setor segurador brasileiro ocupa hoje a 12ª posição entre as maiores economias de seguros no mundo, segundo dados da Swiss Re Institute. Contudo, barreiras tarifárias e regulatórias podem dificultar o investimento e a importação externa de tecnologias que podem beneficiar as companhias brasileiras. As tecnologias são fundamentais para o avanço do setor, melhoria da experiência do cliente e aumento da eficiência operacional. A forte regulação brasileira, apesar de necessária para proteger o consumidor, acaba limitando a flexibilidade e a resposta rápida às demandas do mercado internacional. 

Incertezas político-econômicas podem dificultar avanço tecnológico no setor de seguros

Conforme refletido na matéria do G1, durante a gestão Bolsonaro, o então ministro da Economia, Paulo Guedes, defendia uma maior abertura internacional como estratégia para impulsionar a competitividade da indústria nacional e acelerar o crescimento econômico do país. Em contraste, os Estados Unidos, sob o governo de Donald Trump, adotaram medidas mais protecionistas, distanciando-se de práticas liberais no comércio exterior e reforçando barreiras tarifárias. No caso brasileiro, ainda segundo a matéria, estudos recentes analisam a inserção do país na economia global a partir de indicadores como o grau de abertura comercial — calculado pela soma das exportações e importações de bens e serviços em relação ao PIB. Porém, os próprios pesquisadores admitem que não há consenso sobre quais métricas representam de forma mais precisa essa inserção. No setor de seguros, por exemplo, a redução de barreiras tarifárias e regulatórias pode viabilizar a entrada de capital estrangeiro. Mesmo com uma certa abertura, o Brasil permanece entre as economias em desenvolvimento mais fechadas, o que tende a limitar a formação de parcerias estratégicas, e pode comprometer a incorporação de inovações em startups, insurtechs e plataformas digitais otimizadas – fatores relevantes para a transformação e modernização do setor.

Soluções locais podem driblar entraves

Diante das limitações impostas pelo cenário econômico, a adaptação é uma estratégia indispensável para as seguradoras brasileiras. O aumento dos investimentos em desenvolver soluções locais capazes de contornar as barreiras tarifárias e regulatórias. O futuro do setor no Brasil é influenciado pela redução gradual das barreiras e pela promoção de um ambiente mais favorável à integração global. Isso inclui aprimoramentos regulatórios que estimulem a inovação sem perder a proteção ao consumidor, além de incentivos para incorporação de tecnologias disruptivas. Iniciativas como o sandbox regulatório promovido pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) exemplificam esforços para conciliar proteção e inovação, criando espaços controlados para testes de novos produtos e modelos de negócio. Essa abordagem pode ser um caminho para ajustar o setor a um cenário econômico menos protegido, com ganhos significativos em competitividade.

Proteção excessiva desafia a eficiência à longo prazo

Proteger demais a economia pode até parecer vantajoso no curto prazo – ajuda a manter empregos e a arrecadação de impostos –, mas quando isso se prolonga, pode acabar travando a inovação e afastando o setor de seguros das transformações que estão acontecendo no resto do mundo. Assim, considerando um paradigma mundial competitivo e tecnológico, a falta de abertura comercial significa reduzir oportunidades de crescimento e modernização. Dito isso, o setor de seguros brasileiro precisa achar o meio termo entre o protecionismo econômico e as movimentações internacionais para seguirem fortes no mercado e proporcionar soluções mais apropriadas aos consumidores. Para quem trabalha com seguros, entender esse panorama é fundamental. As mudanças no comércio e na tecnologia afetam diretamente o tipo de produto que chega ao cliente, o jeito de precificar, as regras do jogo e a forma como os serviços são entregues. Por isso, é importante que o setor esteja por dentro dessas transformações e se adapte a elas para se manter competitivo e garantir o melhor para os clientes.

Postado em
18/7/2025
 na categoria
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