Programa de redução de imposto impacta preço final de carros 

A implementação do Programa Carro Sustentável, que prevê a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos com alta eficiência energética e ambiental, pode alavancar a procura por novos veículos e aumentar a contratação de seguros. O programa isenta do tributo modelos compactos produzidos no país que atendam a critérios específicos de sustentabilidade. Apesar da vigência oficial da medida só ter início em 90 dias, montadoras como Fiat, Volkswagen e Renault já anunciaram descontos antecipados, com reduções que chegam a mais de R$ 20 mil. Como resultado, o carro mais barato do Brasil pode ser encontrado por menos de R$ 68 mil. 

Perspectivas de crescimento para o setor de seguros

Em 2024, o Brasil registrou um forte desempenho na indústria automobilística, com a produção de 2,5 milhões de veículos, alta de 9,7% em relação a 2023, e 2,6 milhões de emplacamentos, o melhor resultado desde 2014. O país também retomou o posto de oitavo maior fabricante de veículos do mundo, superando a Espanha, e alcançou o maior volume de vendas internas desde 2007, com média de 10,4 mil unidades vendidas por dia. Nesse sentido, a redução do IPI pode ser o impulso necessário para ampliar ainda mais esse quadro e trazer novas possibilidades para os seguros automotivos, especialmente no segmento popular.

IPI verde e o aumento da acessibilidade a coberturas especializadas

O incentivo à comercialização de carros compactos e ambientalmente mais eficientes pode abrir margem para a expansão do seguro auto, principalmente entre consumidores que até então enfrentavam maior custo de aquisição e, por consequência, menor acessibilidade a coberturas especializadas. A iniciativa pode, então, fomentar o desenvolvimento de produtos personalizados, alinhados às características tecnológicas e sustentáveis dos novos modelos. Com uma maior circulação desses carros, a demanda por seguros automotivos tende a ampliar o alcance das coberturas e promover maior inclusão no mercado segurador.

Novas possibilidades para produtos customizados em seguros

A chegada do IPI Verde é também um estímulo à inovação, pois as seguradoras podem oferecer produtos personalizados, com coberturas específicas para itens como baterias, sensores e sistemas eletrônicos. O avanço de recursos como a telemetria e a análise de dados em tempo real permite também a formulação de modelos de precificação mais justos, com descontos voltados a motoristas cautelosos e de menor risco. Sendo assim, veículos menores, com motores mais econômicos e modernos, apresentam frequência e custos de sinistros diferenciados, o que demanda ajustes nas tabelas de preços e nas franquias praticadas no Brasil. 

Parcerias entre montadoras e seguradoras ganham força

A popularização dos carros compactos e com eficiência energética também pode estimular modelos de vendas integradas a seguros. Ou seja, montadoras e seguradoras podem atuar em conjunto para oferecer pacotes completos, que incluem o automóvel e a cobertura securitária em uma única negociação, simplificando a experiência do consumidor. Essas parcerias podem otimizar a proteção dos modelos sustentáveis e fortalecer o ecossistema de mobilidade inteligente.

Caminho aberto para a mobilidade moderna e sustentável

A implementação do programa IPI Verde pode impactar de forma relevante o cenário automotivo brasileiro, incentivando a produção e o consumo de veículos mais eficientes e sustentáveis. Essa transformação também alcança o setor de seguros, que passa a lidar com novas demandas relacionadas à tecnologia embarcada, à precificação baseada em dados e à necessidade de produtos mais personalizados. Nesse contexto, ações como o fortalecimento de parcerias entre montadoras e seguradoras e o investimento em soluções tecnológicas são importantes para acompanhar a evolução do mercado. Embora ainda existam incertezas, uma mobilidade mais sustentável pode fazer com que o setor segurador se modernize e responda de forma mais eficiente às mudanças no perfil dos veículos e dos consumidores. A aposta na cultura de inovação e no desenvolvimento de soluções focadas na eficiência energética são passos estratégicos para a construção de um setor de seguros mais eficiente e alinhado às prioridades ambientais e tecnológicas.