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Como o mercado de seguros pode se adaptar ao aumento da demanda por procedimentos estéticos

Como o mercado de seguros pode se adaptar ao aumento da demanda por procedimentos estéticos

A busca precoce por procedimentos estéticos no Brasil

O Brasil figura entre os maiores mercados de estética no mundo, ocupando a segunda posição em número de procedimentos estéticos, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo a Pesquisa Global Anual da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps). Esse movimento, no entanto, não se limita ao público adulto. Nos últimos dez anos, houve um crescimento superior a 140% na realização de procedimentos por jovens, conforme uma divulgação do Jornal da USP. O país, inclusive, lidera o ranking mundial de cirurgias plásticas entre adolescentes. Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) mostram que, dos quase 1,5 milhão de procedimentos estéticos realizados em 2016, cerca de 97 mil (ou 6,6%) foram feitos em pessoas com até 18 anos de idade. Para especialistas, essa busca precoce por transformações estéticas é impulsionada por fatores como a exposição constante às redes sociais, a insatisfação com a autoimagem e sentimentos de inadequação diante das pressões sociais e das exigências do mundo contemporâneo.

Intervenções estéticas de celebridades promovem debate sobre rejuvenescimento facial

A busca por rejuvenescimento facial tem crescido nos últimos anos, especialmente entre celebridades que influenciam diretamente os padrões de beleza seguidos por milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Procedimentos como facelift, lip lift, harmonização facial, lipoaspiração e aplicação de toxina botulínica são frequentes entre os famosos, mas também entre o público em geral. Com o aprimoramento das técnicas, a chamada “harmonização facial moderna”, que prioriza resultados mais naturais, tem sido a escolha de quem deseja manter uma aparência jovem por mais tempo. Nas últimas semanas, uma cantora brasileira reapareceu com mudanças no rosto e gerou repercussão nas redes sociais, levantou questionamentos sobre os limites da estética. Famosos, ao compartilharem suas transformações, ajudam a ditar tendências e alimentar o crescimento do mercado estético. Mas junto com a popularização da estética, surgem preocupações com complicações médicas e a necessidade de amparo legal e financeiro diante de possíveis intercorrências.

Quando a beleza encontra o imprevisto: o papel dos seguros

O crescimento dos procedimentos estéticos no Brasil evidencia também os riscos que acompanham essa tendência — principalmente quando as intervenções são realizadas sem o devido acompanhamento médico ou em ambientes não regulamentados. Resultados insatisfatórios, reações adversas e até danos permanentes estão entre os principais perigos enfrentados por quem se submete a essas intervenções. E, em muitos casos, os pacientes descobrem tarde demais que planos de saúde tradicionais não oferecem cobertura para complicações decorrentes de procedimentos puramente estéticos. 

A legislação brasileira não exige das operadoras a cobertura de tratamentos com finalidade exclusivamente estética. A obrigatoriedade existe apenas quando há indicação médica com propósito terapêutico — como em cirurgias reconstrutivas após acidentes ou doenças. Considerando esse cenário, cabe ao setor de seguros enxergar uma nova fronteira de atuação. Mais do que acompanhar a tendência, é possível antecipar necessidades e oferecer garantias específicas para quem busca transformações na aparência. Ao incluir coberturas que vão desde reembolsos por correções até apoio psicológico, as seguradoras podem não só preencher uma lacuna importante no mercado, mas também reforçar seu compromisso com a proteção integral do segurado — especialmente em situações que afetam diretamente sua imagem e autoestima.

Cuidado inteligente e soluções sob medida

À medida que os procedimentos estéticos se tornam mais acessíveis e populares, cresce também a expectativa dos consumidores por segurança, respaldo e acompanhamento em todas as etapas do processo. Além de proteger o paciente contra falhas técnicas, as apólices podem oferecer serviços como segunda opinião médica, assistência emergencial, cobertura para novas intervenções corretivas, e reembolso de valores. A possibilidade de personalizar as apólices de acordo com o tipo de intervenção e o perfil do cliente pode ser uma estratégia relevante para priorizar as necessidades dos clientes. Para as seguradoras, trata-se de uma oportunidade de diversificação do portfólio, especialmente entre o público jovem, que, por conta da idade, pode estar mais vulnerável a sofrer complicações e ter questões com a autoimagem.

Olhar cauteloso sobre estética e segurança

Em um contexto onde a autoestima está fortemente atrelada à imagem pessoal, e onde as redes sociais reforçam padrões de beleza muitas vezes inatingíveis, a busca por procedimentos estéticos se intensifica — nem sempre com o preparo técnico necessário ou em condições ideais. Mesmo quando realizados com profissionalismo, intercorrências podem ocorrer, o que reforça a importância de contar com uma rede de amparo segura. Nesse sentido, o desenvolvimento de seguros específicos para intervenções estéticas aparece como solução, aliando proteção, confiança e responsabilidade ao universo da beleza. Ao reconhecer a estética como parte da saúde emocional e da autoestima, o mercado segurador pode se posicionar como um aliado da confiança e do bem-estar.

Postado em
16/7/2025
 na categoria
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