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Fim do SEO tradicional: como a inteligência artificial pode transformar o marketing digital no setor de seguros

Fim do SEO tradicional: como a inteligência artificial pode transformar o marketing digital no setor de seguros

Substituição do SEO e novas possibilidades para o marketing de seguros

O SEO, ou Search Engine Optimization, foi e tem sido uma das estratégias dentro do marketing digital para diversas empresas, assim como do ramo de seguros que dependem da captação eficiente de leads e da construção de autoridade online. No entanto, o cenário está mudando com a disseminação de inteligências artificiais capazes de interpretar e classificar conteúdos para seus próprios sistemas. Para o setor de seguros, essa transformação implica em uma revisão maior na produção de conteúdos. Em vez de criar textos otimizados para palavras-chave e títulos chamativos voltados para pesquisa humana, as seguradoras podem começar a utilizar conteúdos que as IAs considerem relevantes, detalhados e estruturados, permitindo melhor indexação e respostas mais precisas a usuários que consultam assistentes virtuais para informações sobre apólices, coberturas e benefícios.

Do SEO humano ao SEO para máquinas

A popularização da inteligência artificial generativa está mudando drasticamente a forma como as pessoas buscam informações online. Com a disseminação do ChatGPT, usuários estão substituindo os tradicionais mecanismos de busca, como o Google, por assistentes de IA que entregam respostas prontas em vez de listas de links. Esse novo comportamento enfraquece o SEO tradicional, cuja lógica era otimizar conteúdos com palavras-chave e estratégias para ranquear bem nos buscadores. Empresas de seguros agora precisam criar conteúdos pensados para serem lidos por algoritmos, não apenas por humanos. Conceitos como GEO (otimização para motores generativos), AEO (para motores de resposta) e AIO (para inteligências artificiais) disputam o lugar do “novo SEO”, ainda sem um nome consolidado. Mas todos têm um objetivo comum: garantir que as marcas apareçam nas respostas fornecidas por sistemas como o ChatGPT.

Efeitos na prática

O progresso da inteligência artificial e o possível declínio do SEO tradicional trazem mudanças diretas para o marketing das seguradoras. A lógica antiga, que priorizava o ranqueamento em buscadores como o Google pode não ser mais suficiente. Agora, é preciso garantir visibilidade dentro das respostas geradas por sistemas como o ChatGPT. A matéria do UOL destaca o exemplo da startup Profound, que criou uma ferramenta para analisar como marcas aparecem nas interações com assistentes de IA. Uma de suas clientes, ao perceber baixa presença nas respostas do ChatGPT, decidiu produzir conteúdos focados em um nicho específico. O objetivo não era mais subir no ranking do Google, mas ser reconhecida e indicada pelos algoritmos das IAs. Além disso, um estudo de Harvard mostrou que empresas estão usando táticas avançadas, como a inserção de “sequências de texto estratégicas” — conteúdos invisíveis para o público, mas interpretados pelas IAs — com o objetivo de influenciar a recomendação de marcas. Os pesquisadores demonstraram como essas técnicas conseguem alterar sutilmente o comportamento dos modelos de linguagem.

Para companhias de seguros manterem a relevância diante desse quadro, algumas ações ações podem contribuir para o marketing digital dos seguros:

  • Produção de conteúdo orientado à IA: criar materiais ricos, detalhados e semânticos, projetados para serem lidos e interpretados por sistemas de inteligência artificial.
  • Monitoramento da presença digital em IAs: adotar ferramentas que avaliem como a seguradora aparece nas respostas de assistentes virtuais.
  • Segmentação inteligente: focar em nichos específicos que tenham maior chance de reconhecimento pelas IAs, mesmo que não sejam prioridade no SEO tradicional.
  • Capacitação técnica das equipes: preparar profissionais de marketing e corretores para lidar com dados estruturados, linguagem natural e estratégias voltadas ao novo ambiente digital.

Inserção de assistentes virtuais demanda mais habilidades de profissionais

Não é muito difícil perceber que muitas das buscas online já envolvem alguma forma de inteligência artificial, seja por meio de assistentes virtuais ou respostas automáticas baseadas em aprendizado de máquina. A fragmentação no SEO pode, por exemplo, exigir habilidades profissionais próprias para lidar com essas ferramentas. Nesse sentido, é importante investir em conhecimento sobre linguagens de programação, estruturação de dados e criação de conteúdo semântico para que os bots e sistemas inteligentes possam processar as informações de maneira assertiva. Plataformas como o Google Analytics 4 têm se adaptado para integrar métricas que acompanham as novas dinâmicas, auxiliando na análise do comportamento dos usuários diante de IAs.

Ética e transparência no uso de dados

Um outro ponto relevante é a ética e a transparência na criação desses conteúdos. Com o uso da IA, o setor deve evitar a produção de materiais automatizados em excesso que possam prejudicar a confiança do cliente, mantendo sempre o equilíbrio entre inteligência artificial e toque humano na comunicação. Os profissionais de seguros também precisam estar atentos à legislação vigente sobre dados e privacidade, como a LGPD, que influencia diretamente na forma como as IAs podem coletar e utilizar informações para aprimorar conteúdos e segmentar o público.

Fim do SEO tradicional não representa o desaparecimento da otimização digital

Diante da transformação provocada pela inteligência artificial, o setor de seguros precisa encarar o fim do SEO tradicional como possibilidade de otimização. As ferramentas de busca digitais continuam indispensáveis, mas agora em um formato mais avançado. Nessa nova ótica, o setor de seguros pode ir além do conteúdo voltado ao ranqueamento em buscadores e investir na produção de materiais que dialoguem diretamente com sistemas inteligentes. A inteligência artificial exige uma revisão estratégica, que se traduz em conteúdo rico, contextualizado, interativo e acessível para máquinas e humanos. Essas novidades trazem oportunidades para que o setor de seguros revise suas estratégias de marketing para acompanhar os modelos cada vez mais modernos e se mantenha relevante para os consumidores.

Postado em
17/7/2025
 na categoria
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