Toyota investe R$11, 5 bilhões na indústria automotiva brasileira

A Toyota anunciou um investimento de R$ 11,5 bilhões no Brasil e parte desse valor será destinado à construção de uma nova fábrica em Sorocaba, no interior de São Paulo, e ao lançamento de seus primeiros carros 100% elétricos no mercado nacional, com previsão de produção já no primeiro semestre de 2026. A montadora pretende aumentar o nível de nacionalização de seus produtos e lançar dois novos modelos, incluindo o SUV Yaris Cross, enquanto o outro ainda não foi revelado. Esse aporte ocorre em meio à crescente presença de marcas chinesas no país, que têm pressionado as montadoras instaladas no Brasil a se modernizarem. Desde o ano passado, empresas como Stellantis, Volkswagen, Chevrolet e a própria Toyota anunciaram investimentos que somam R$ 180 bilhões no país, e a Toyota aplicará seus R$ 11,5 bilhões até 2030. 

Economia circular e aproveitamento de peças

A Toyota também está investindo no desmonte e reaproveitamento de peças, dentro da lógica da economia circular, unindo inovação tecnológica e práticas sustentáveis. Esse modelo reduz custos de reparo, diminui o impacto ambiental e contribui para uma gestão mais eficiente de sucatas automotivas. No Brasil, a expansão acelerada dos carros 100% elétricos traz novos desafios, especialmente no setor de seguros, que precisará adaptar coberturas para lidar com riscos específicos. Esse movimento não só fortalece a modernização da indústria automotiva, como pressiona seguradoras a desenvolverem produtos alinhados às demandas da mobilidade elétrica, além de mostrar como a economia sustentável pode impulsionar inovação e modificar completamente o mercado de seguro auto.

Seguros e apólices voltados aos elétricos

O crescimento dos veículos elétricos e híbridos no Brasil pressupõe a criação de seguros especializados e de apólices adaptadas. A nova fábrica da Toyota em Sorocaba, voltada à produção desses modelos, contribui para a expansão do segmento e reflete o aumento das apólices para esse tipo de veículo. Apesar do crescimento, muitas seguradoras ainda utilizam métricas tradicionais aplicadas a carros a combustão, considerando fatores como atividade do veículo, região de circulação e perfil do motorista, mas precisam ajustar critérios específicos, como custo de manutenção, risco de furto e particularidades das baterias. A conectividade e tecnologias embarcadas permitem desenvolver produtos personalizados, ajustando preços e coberturas conforme o uso real do veículo. Além disso, os seguros para eletrificados oferecem coberturas inovadoras, incluindo proteção de baterias, falhas do sistema elétrico e assistência técnica especializada, promovendo maior engajamento dos consumidores e preparando o setor para as demandas da mobilidade elétrica. 

Adequação regulatória 

O cenário de aumento de veículos elétricos relembra também a necessidade de adaptações regulatórias tanto no setor automotivo quanto no segurador diante das transformações trazidas pela mobilidade elétrica e pelas práticas sustentáveis. Questões como a gestão de riscos em veículos eletrificados, o descarte responsável de baterias e peças e a integração de dados entre fabricantes, seguradoras e fornecedores devem estar de acordo com a  regulamentação, garantindo segurança jurídica e eficiência operacional.

Um novo patamar para o seguro automotivo

O número de veículos eletrificados no Brasil, impulsionado por investimentos das montadoras no país, pode aumentar ainda mais no país. A chegada dessa nova frota exige revisões nas normas regulatórias, especialmente em pontos como a gestão de riscos ligados às baterias, a destinação correta de resíduos e a padronização de dados entre montadoras, seguradoras e fornecedores. Com isso, os seguros podem fortalecer seu posicionamento estratégico criando soluções que dialoguem com as transformações do mercado. Incorporar práticas de economia circular, como o reaproveitamento de peças em reparos, criar produtos modulares e desenvolver apólices que dialoguem diretamente com o estilo de vida de consumidores mais conscientes ambientalmente podem ser medidas assertivas em direção a um novo patamar de segurança automotiva.