Seguro para todos: como a Split Risk está democratizando o acesso ao seguro no Brasil

expressão “seguro para todos” costuma ser evocada como ideal distante em um país onde a maior parte da população ainda vive à margem da proteção securitária. Para a Split Risk, no entanto, essa noção se traduz em estratégia de negócios, operação tecnológica e escolhas conscientes sobre como, e com quem, distribuir seus produtos. Com uma atuação centrada em modelos mais flexíveis de contratação e distribuição descentralizada, a empresa aposta na criação de soluções que dialogam com realidades historicamente ignoradas pelas seguradoras tradicionais - do motorista que utiliza o carro esporadicamente ao trabalhador informal com renda variável.
Split Risk amplia os contornos do que é considerado segurável
A insurtech opera no modelo insurance-as-a-service, oferecendo tecnologia e infraestrutura para que parceiros comercializem seguros com a própria marca. Por meio de corretores ou plataformas digitais, esses parceiros mantêm o controle sobre sua carteira de clientes, preservando seu modelo de vendas e atendimento personalizado. O uso de ambientes white label torna possível customizar a experiência do segurado, ao mesmo tempo em que estimula o surgimento de novos agentes de distribuição. Ao aceitar veículos com até 30 anos de uso, por exemplo, a Split Risk amplia os contornos do que é considerado segurável, desafiando critérios que, durante décadas, deixaram boa parte da frota brasileira descoberta.
A lógica do seguro por assinatura favorece perfis historicamente excluídos do setor
Um dos principais mecanismos dessa estratégia é o modelo por assinatura, também conhecido como pré-pago. Diferentemente do contrato anual com pagamento fixo, esse formato permite que o consumidor ative o seguro conforme sua necessidade, de forma contínua ou intermitente. A lógica favorece perfis que até hoje permaneciam excluídos do setor: pessoas que não utilizam o veículo frequentemente, famílias com renda flutuante e condutores de regiões periféricas, onde o custo de um seguro tradicional costuma ser impeditivo.
Aposta na criação de produtos que empoderam os corretores de seguros
Com cerca de 70% dos automóveis no país circulando sem qualquer cobertura, o espaço para inovação não está apenas em lançar produtos inéditos, mas em ajustar a linguagem e a estrutura do serviço à realidade do público. O sócio fundador da Split Risk, Pedro Pires, afirma que a expansão do acesso passa pela multiplicação dos canais de distribuição. “Apostamos fortemente na criação de produtos que empoderem os corretores de seguros e viabilizem o surgimento de novos projetos de MGA. Para alcançar um número significativo de novos segurados, precisamos também de um número expressivo de distribuidores.”, explica. Para o executivo, os produtos desenvolvidos pela Split Risk ampliam o alcance do corretor, permitindo que o novo consumidor tenha acesso a seguros de automóvel mais adequados à sua realidade.
Modelos operacionais modulares reduzem a distância entre o consumidor final e a cobertura
A comparação com outros setores mostra o potencial do mercado: enquanto há pouco menos de 150 mil corretores de seguros no país, o número de advogados ultrapassa 1 milhão, e o de correspondentes bancários chega a mais de 220 mil.
A aposta em modelos operacionais modulares visa justamente reduzir a distância entre o consumidor final e a cobertura, sem comprometer a qualidade dos serviços. A personalização das ofertas, segundo a Split Risk, fortalece a atuação de corretores independentes e empresas regionais, que passam a contar com tecnologia, estrutura jurídica e produtos sob medida para atender seus públicos locais. Trata-se de uma mudança que não substitui as seguradoras tradicionais, mas amplia o alcance do setor ao incluir vozes e trajetórias que antes não encontravam espaço.
Brasil tem condições de construir um mercado mais inclusivo
A empresa reconhece que ainda há desafios estruturais para a inovação prosperar no setor. Um deles, segundo Pires, é a ausência de financiamento direcionado à transformação do mercado. “Sinto falta de um banco de desenvolvimento e de outros agentes da indústria financeira apoiando a inovação no mercado de seguros. Inovar consome muitos recursos e isso ainda precisa evoluir”, aponta. Mesmo com essas limitações, ele acredita que o Brasil tem condições de construir um mercado mais inclusivo, no qual o seguro esteja presente no cotidiano da população como parte da lógica de proteção patrimonial — e não como um produto de elite.
Split Risk se propõe a fazer do seguro um serviço mais próximo com tecnologia, formatos flexíveis e parcerias
A democratização do acesso ao seguro passa, portanto, por uma mudança estrutural. Trata-se de repensar o que é considerado viável, quem pode oferecer o serviço e como desenhar produtos que se ajustem a múltiplas realidades. Ao utilizar tecnologia, formatos flexíveis e parcerias com alcance local, a Split Risk se propõe a fazer do seguro um serviço mais próximo, contratável e funcional, não para todos como ideia genérica, mas para cada um dentro da sua própria lógica de vida.