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Procedimentos estéticos em alta: qual o impacto no mercado de seguros?

Procedimentos estéticos em alta: qual o impacto no mercado de seguros?

A visibilidade de celebridades adotando procedimentos estéticos complexos aquece o debate sobre os padrões de beleza e suas influências no comportamento da sociedade. Esta tendência não se limita apenas ao universo do entretenimento, mas repercute diretamente no setor de seguros, que precisa compreender os impactos dessa padronização estética cada vez mais disseminada. A ampliação da demanda por intervenções estéticas, como harmonização facial e cirurgias plásticas, traz desafios específicos ligados a riscos financeiros, clínicos e psicológicos que exigem respostas adequadas do mercado segurador.

Brasil no topo dos procedimentos estéticos

O fenômeno da padronização estética tem estimulado um aumento expressivo na busca por procedimentos cosméticos. Segundo relatório da ISAPS (Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética), principal organização global da área, o Brasil lidera o ranking mundial de cirurgias plásticas, com 3.123.758 procedimentos realizados. Desse total, 75% foram intervenções cirúrgicas (2.354.513), sendo a região dos olhos e nariz as mais realizadas, e 25% não cirúrgicas (769.245), como a aplicação de toxina botulínica. Este contexto demanda que as seguradoras identifiquem e precifiquem adequadamente os riscos envolvidos, incorporando novas coberturas especializadas direcionadas a essas modalidades.

Complicações que ampliam o campo do seguro

Os riscos associados a procedimentos estéticos vão além da simples complicação cirúrgica. Eles incluem desfechos adversos como infecções, reações alérgicas, intervenções corretivas e impactos emocionais decorrentes de resultados insatisfatórios, aspectos que ampliam a complexidade na análise de perfil e configuração de apólices. Para o mercado segurador, isso representa a necessidade de desenvolver produtos que contemplem não somente a cobertura médica, mas também suporte psicológico e possíveis custos adicionais.

Quando a busca pela perfeição afeta a saúde mental

A padronização estética impulsionada por ícones culturais também suscita uma reflexão sobre o efeito psicológico da busca por traços considerados ideais. Problemas como o transtorno dismórfico corporal (TDC) afetam uma parcela dos pacientes que recorrem a procedimentos estéticos, impactando diretamente a gestão dos riscos e a formulação de produtos com cobertura para suporte psicológico pós-intervenção, uma frente ainda pouco explorada pelo setor.

Olhar atento às novas demandas de risco

Assim, o aumento dos procedimentos estéticos e a influência da padronização do conceito de beleza apresentam uma questão a ser observada com cautela pelo mercado de seguros. Corretores, seguradoras e todos os profissionais do setor precisam se preparar para uma nova realidade em que os riscos emocionais, financeiros e clínicos demandam soluções especializadas e inovadoras.

Postado em
26/8/2025
 na categoria
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