PIB avança 1,4% no 1º tri, mas freio na economia pode afetar seguros

Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou alta de 1,4% no primeiro trimestre de 2025, em comparação ao trimestre anterior, conforme dados divulgados pelo IBGE. Esse avanço econômico, impulsionado sobretudo pelo desempenho da agropecuária e pelo consumo das famílias, cria um ambiente favorável para o crescimento da demanda por seguros rurais e pessoais.
Cenário favorece segmento de proteção patrimonial, de crédito e de vida
O crescimento de 1,4% no PIB no primeiro trimestre reflete uma retomada importante, principalmente apoiada na agropecuária, que expandiu muito, e no consumo das famílias, que permaneceu firme apesar do contexto macroeconômico adverso. Estes segmentos são tradicionalmente relevantes para o setor de seguros, pois aumentam a necessidade de proteção patrimonial, de crédito e de vida, especialmente nas regiões rurais e nas camadas médias da população. Em termos práticos, o fortalecimento da agropecuária pode impulsionar subscrições de seguros rurais, como os de colheita e de equipamentos agrícolas, que protegem investimentos e garantem a continuidade das operações.
Desaceleração econômica pode impactar a renovação e contratação de seguros
Ainda que o cenário seja favorável, há um peso do outro lado da balança que deve ser considerado nessa equação. Analistas projetam uma desaceleração gradual no ritmo da economia ao longo do ano, além da manutenção de taxas de juros elevadas, fatores que impõem desafios consideráveis para seguradoras e corretores no desenho de estratégias eficazes e inovadoras para navegar esse cenário.
Por outro lado, a previsão de desaceleração econômica aponta para uma moderação no crescimento do consumo e dos investimentos no segundo semestre de 2025. Essa condição pode impactar negativamente a renovação e contratação de seguros pessoais e empresariais, pressionando margens e exigindo que seguradoras refinam suas estratégias de precificação e de oferta de soluções customizadas.
Juros altos influenciam a atratividade de produtos financeiros
Além disso, o cenário de juros elevados, mantido para controlar a inflação, interfere diretamente no mercado de seguros, dado que as reservas técnicas das seguradoras são aplicadas no mercado financeiro. Taxas altas elevam os custos de capital e podem reduzir a atratividade dos produtos, principalmente aqueles vinculados a investimentos, como seguros de vida resgatáveis e previdência privada.
Gestão de risco será essencial diante da instabilidade econômica
As seguradoras precisam reforçar suas políticas de gestão de risco, com foco no ajuste dinâmico das carteiras e controle rigoroso de perdas, especialmente em ramos mais sensíveis à volatilidade econômica, como o crédito e automóveis, que historicamente apresentam sinistralidade afetada por ciclos econômicos.
Realidade atual é um quadro ambivalente
Embora o PIB em alta no primeiro trimestre sustente o otimismo de curto prazo, a perspectiva de desaceleração e o ambiente de juros altos exigem que o setor de seguros reforce sua adaptabilidade. A realidade atual apresenta um quadro ambivalente: por um lado, o crescimento momentâneo aquece mercados específicos dentro do setor de seguros; por outro, a desaceleração futura e o custo elevado do capital impõem desafios que somente serão superados com visão estratégica, tecnologia avançada e adoção de modelos de negócio flexíveis.