Inovação

Open Insurance precisará de investimento de mais de meio bilhão para ser implementado

Open Insurance precisará de investimento de mais de meio bilhão para ser implementado
O

Open Insurance tinha previsão para ser implementado até o próximo mês, mas, devido a necessidade de harmonização da regulamentação de Open Banking e Open Insurance, a previsão foi alterada para junho de 2023.

Ambas são iniciativas de Open Finance, um ecossistema completo e integrado, que além dessa fatia focada em seguros, já conta com o Open Banking, que começou a ser implementado no país em 2021. 

Ecossistema que permitirá aos consumidores o compartilhamento de informações e dados 

De acordo com a CNseg, Open Insurance é um ecossistema que permitirá aos consumidores o compartilhamento de informações e dados a respeito de produtos e serviços de seguros, previdência e capitalização, entre empresas do sistema de seguros e diferentes empresas autorizadas e credenciadas pela Susep para oferecer o serviço de agregação de dados e representação do cliente.

Qual o objetivo?

O objetivo é melhorar a experiência do cliente e facilitar o processo de tomada de decisão frente a produtos e serviços das seguradoras e, do ponto de vista das empresas, tornar mais competitiva a oferta de seguros, incentivando a inovação no setor segurador, com a incorporação de novas tecnologias. 

Sistema de dados abertos sendo aprimorados

De acordo com nota da Susep sobre o atraso, “A modificação visa oferecer um prazo mais confortável para as participantes do Sistema registrarem as APIs, responsáveis por permitir o acesso às informações dos produtos de seguros de responsabilidade civil, crédito, financeiros e dos seguros patrimoniais que não foram contemplados na etapa anterior. A norma será responsável por mitigar a dificuldade ocasionada pela concorrência com outras atividades do ecossistema” e ainda: “Neste sentido, a Susep e o Banco Central do Brasil mantêm contato frequente para aprimorar a implementação do Sistema de Dados Abertos no mercado financeiro. Novas orientações sobre o tema serão fornecidas oportunamente, em normativo próprio”

Necessário investimento de R$650 milhões para implementação

O novo diretor-presidente da CNseg, Dyogo Oliveira*, afirmou durante a live “A nova administração da CNseg”, transmitida pela Apólice TV, canal da Revista Apólice no YouTube, no dia 10 de maio, que o projeto do Open Insurance precisa de ajustes em termos de prazos de implementação e em relação a produtos que devem ter os dados abertos, para atingir seus objetivos, como o de ampliar a concorrência das empresas e o nível de proteção das mais variadas faixas de públicos. “Dependemos de pequenos ajustes, que não são protelatórios, mas necessários para alcançar os objetivos pretendidos e evitar gastos desnecessários”, assinalou Oliveira. Os investimentos na estruturação do open insurance, considerando-se um universo de 65 empresas participantes, deverão totalizar cerca de R$650 milhões, pelas estimativas do Diretor-Presidente da CNseg.

Projeto criado para o livre fluxo de informações entre os sistemas

O projeto do Open Insurance tem foco no compartilhamento padronizado de serviços e dados através da abertura e integração de sistemas entre seguradoras e bancos (Open Finance) para evoluir para o Open Investments, que vai permitir que o cliente compartilhe dados do segmento de investimentos a fim de obter melhores produtos e serviços.

O diretor de investimentos da XP Seguros, Amancio Paladino, em sua participação na Expert 2021 sobre os benefícios que o Open Insurance trará para o mercado, declarou: “Será possível transmitir informações não só de produtos, mas de todas as transações e todas as posições que os clientes venham a ter nas seguradoras. Além disso, entre as funcionalidades está a possibilidade de agregar e comparar ofertas de diferentes seguradoras facilitando a tomada de decisão do cliente. A ideia é que as ofertas de seguros sejam mais competitivas em termos de custos e inovação”.

O alto investimento faz todo sentido

Um projeto que irá implementar a interoperabilidade entre o Open Insurance e o Open Banking para possibilitar o desenvolvimento de aplicativos que comparem produtos de diversas seguradoras em um só local e que irá agregar as informações relativas à vida financeira do cidadão em diferentes instituições financeiras, incluindo produtos de seguros, de previdência complementar e capitalização, dentre tantos outros facilitadores, necessita de um alto investimento em infraestrutura tecnológica para que o projeto seja implementado com segurança e solidez para alcançar os resultados esperados para todos os players e clientes envolvidos.

*Sobre Dyogo Oliveira:

Dyogo Oliveira é economista, mestre em Ciências Econômicas pela Universidade de Brasília (UNB), MBA em Negociações Internacionais e Câmbio pela FGV, especializado em Políticas Públicas e Gestão Governamental pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP).  Tem 20 anos dedicados a cargos executivos de governo.

Postado em
18/5/2022
 na categoria
Inovação
Deixe sua opinião

Mais sobre a categoria

Inovação

VER TUDO