Inovação

Insurtechs tornam contratos mais econômicos e maleáveis

Insurtechs tornam contratos mais econômicos e maleáveis
A

s startups de seguros já ingressaram no mercado com a proposta clara de acabar com a burocracia e descomplicar o processo de contratação, utilização e acionamento do seguro por meio da tecnologia.

O maior acesso dessas empresas a dados operacionais e comportamentais permite o uso de  recursos avançados de análise de dados, possibilitando que as seguradoras se protejam contra riscos crescentes.

Além disso, elas estão usando técnicas que trabalham as modelagens centradas no cliente para conferir redução de custos das apólices e tornar os produtos oferecidos mais adaptados à necessidade dos consumidores.

A eficiência na contratação das apólices é viabilizada pelo aumento do uso das redes de telemática e das ferramentas de gerenciamento de IoT  no setor de seguro de saúde, vida, automobilístico e residencial. 

Movimento rumo à inovação

De acordo com matéria do valor econômico do dia 31/03/2022, Rodrigo Ventura, fundador, chairman e diretor de experiência do cliente (CXO) da seguradora digital 88i, disse:

“Temos investido em inteligência de dados, em parceria com a Boa Vista, além de soluções internas de inteligência artificial e machine learning [aprendizado de máquina]”.

Ventura disse ainda que: “as inovações já estão promovendo uma desidratação nos valores dos seguros de carga e de entregas na última milha de “dezenas de reais” para centavos, por viagem”. A empresa possui clientes na área de logística, como Cargo X e a Loggi, por exemplo.

Ou seja, a 88i busca inovar integrando a análise de dados em sua estratégia para compreender os riscos e incluiu planos de assinatura mensais na modalidade Pay Per Use, na qual é possível o segurado controlar quando “liga e desliga” o seguro.

Segundo seu fundador, a startup “coloca o usuário no centro de tudo” e “Procura entender suas jornadas para criar produtos que cubram necessidades de uma forma simples e digital.”

Já a player de seguros digitais Thinkseg, que está sempre buscando criar produtos que se encaixem no perfil de cada usuário, lançou um seguro  com o nome “Mão na roda”, para veículos. A ideia é atender o motorista dentro do seu escopo de maior necessidade e proporcionar a flexibilidade necessária para que o seguro caiba no bolso do consumidor. Há possibilidade até de escolher o fator de ajuste entre 80%, 90% ou 100% da tabela FIPE. 

De acordo com André Gregori, CEO da Thinkseg, “É a personalização do seguro auto. Permite que o usuário selecione coberturas de acordo com os percursos que faz.”

Ele explica que a proteção flexível pode ser 50% menor, comparado com o preço de um seguro tradicional. Chegando a até 70% de redução do preço, caso o usuário rode pouco. Gregori diz que nos últimos dois anos a Thinkseg tem aumentado a base de clientes e o volume de prêmios em cerca de 20%, ao mês.

Marcelo Blay, CEO da corretora digital Minuto Seguros, disse: “Antes entendidas como ameaças, as insurtechs são cada vez mais percebidas como parceiras das seguradoras:a evolução dos negócios”

 Como elas conseguem?

Para renovar o pensamento nas instituições de seguro e investir em tecnologia, as insurtechs lançam mão de mecanismos financeiros como o apoio de investidores,por exemplo. A maior plataforma de inovação aberta Distrito, fez um estudo que indicou que até o fim do primeiro semestre de 2021, foram aplicados US$ 349 milhões em insurtechs brasileiras, desde 2011. Cinquenta por cento do total foram captados em 2019 e 2020. Os aportes somaram US$ 92 milhões em 2020 e US$ 50 milhões apenas no primeiro semestre de 2021.

O consumidor agradece

Desde que controles remotos de televisão foram inseridos na rotina da maioria esmagadora dos lares, as pessoas não se “obrigaram” mais a assistir comerciais ou programas de TV que não as agradavam. O mero incômodo de levantar para trocar de canal fazia com que boa parte dos telespectadores consumissem até o que não gostavam tanto. Com o controle remoto em mãos, tudo mudou.

A partir do momento que os telespectadores passaram a ter o poder de escolher seus programas no conforto dos seus sofás, a briga pela audiência televisiva ficou ainda mais acirrada. A ideia era prender a atenção dos indivíduos de modo que eles não sentissem vontade de trocar de canal (o famoso zapear). Agradar os consumidores se tornou uma tarefa árdua. 

Apesar disso, muitas emissoras que não tinham a mínima chance de se destacar, aproveitaram a chance de serem ao menos vistas e, com isso, muitas delas alcançaram notoriedade.

E o que isso tem a ver com startups de seguro?

A necessidade de prender a atenção dos telespectadores, obrigou as emissoras a aumentar a qualidade da grade televisiva. Isso fez com que produtos já ultrapassados fossem melhorados e reinventados, rendendo satisfação aos usuários que passaram a ter mais produtos para consumir e com mais excelência.

Desse mesmo modo, são as insurtechs no mercado segurador.

A flexibilidade de poder realizar a autogestão na contratação de um seguro,faz com que o cliente:

  •  Aproveite a economia do serviço que atende às suas exclusivas necessidades
  • Evite surpresas com a falta de cobertura no caso de sinistros ( já que ele próprio monta seu seguro)
  • Gere demanda de diversificação do portfólio pelos players de seguro devido às necessidades variadas dos perfis dos usuários
  • Usufrua da simplicidade e acessibilidade das tecnologias digitais em toda a cadeia de processo que envolve seu seguro.

Portanto, para o cliente, o resultado é a satisfação de um serviço personalizado e econômico. 

E para as insurtechs, as consequências também são positivas: aumento de contratações e de rentabilidade. O consumidor e o mercado segurador agradecem.

Postado em
4/4/2022
 na categoria
Inovação
Deixe sua opinião

Mais sobre a categoria

Inovação

VER TUDO