m dezembro de 2021, há apenas 4 meses atrás, foi implementado no Brasil o Open Insurance.

Segundo a SUSEP, Open Insurance é “um sistema de Seguros Aberto, é a possibilidade de consumidores de produtos e serviços de seguros, previdência complementar aberta e capitalização permitirem o compartilhamento de suas informações entre diferentes sociedades autorizadas/credenciadas pela Susep, de forma segura, ágil, precisa e conveniente. Para entregar esses benefícios ao consumidor, o Open Insurance operacionaliza e padroniza o compartilhamento de dados e serviços por meio de abertura e integração de sistemas, com privacidade e segurança.”

Ou seja: a ideia é que os clientes possam autorizar,de forma segura, o compartilhamento dos seus dados.

O objetivo do Open Insurance

O objetivo desse novo sistema de mercado aberto de seguros é promover iniciativas de inovação para o sistema de seguros fomentando a criação de novos modelos de negócios.

Com essas inovações, a oferta, venda e distribuição dos produtos do seguro estão se transformando em toda a cadeia de negócios. 

E como fica o papel do corretor de seguros nessa nova realidade?

Além  do boom das startups de seguros, tem tanta novidade regada a inteligência artificial, chatbots e afins, que pode até parecer algo auto suficiente. 

Mas, será?

Recentemente, a Insurtech Justos fez uma publicação pra lá de polêmica e trouxe à tona um debate, até então, muito subliminar. 

No post, a empresa disse em outras palavras que a atividade do corretor de seguros é ultrapassada.  Veja o print (já deletado) abaixo:

O print da publicação foi exposto num grupo de corretores, e a postagem gerou incômodo entre os profissionais. Fonte: CQCS

Houve comoção envolvendo um pedido de desculpas por parte da Justos, mas o destaque aqui, vai para o mais importante: insurtechs não são inimigas dos corretores.

Há até notícias de seguradoras norte-americanas e europeias que fizeram o movimento de tentar eliminar o corretor do processo de aquisição de seguros, mas todas elas voltaram atrás devido ao fracasso da tentativa.

Os corretores são aliados, não inimigos

Imagine que você pudesse comprar uma roupa, um sapato, uma panela, uma cadeira de escritório ou qualquer outra espécie de item pessoal ou profissional diretamente pelo celular?

Não precisa imaginar, isso já é uma realidade há alguns anos.

É uma das possibilidades que o consumidor tem para aquisição de um produto e é um tipo de transação comercial que faz bastante sucesso.

No entanto, mesmo com toda essa facilidade, as lojas físicas continuam existindo e prosperando. Inclusive, em muitas delas, o vendedor abre o site da loja no próprio celular para demonstrar o catálogo de produtos e explicar as características e diferenças daquele determinado item.

A explicação para a preferência de algumas pessoas pelas lojas físicas pode estar na experiência do cliente de poder ver pessoalmente o produto, conversar com o vendedor, sair do lugar já com o produto em mãos (dependendo do tipo de produto), passear pela loja, etc.

O fato é que nem as lojas físicas nem os vendedores deixaram de existir por causa das vendas online.

E como fica o papel do corretor de seguros nessa nova realidade?

Assim como os vendedores, os atendentes de telemarketing não perderam sua relevância por causa do surgimento de chats empresariais; os balconistas dos restaurantes não encerraram suas atividades devido ao surgimento dos apps de delivery de comida.

E, dessa mesma forma, os corretores não perderam sua importância na cadeia de negócios de seguros. 

Aliás, não só não perderam, como agregaram ainda mais valor ao relacionamento entre os players de seguro e os segurados, já que eles passaram a assessorar ainda melhor os clientes na tomada de decisão devido a todos os facilitadores da Era digital.

Ficou mais eficaz para o corretor identificar as necessidades do consumidor por meio de esclarecimento de todas as dúvidas pertinentes às apólices e coberturas online,por exemplo.

Isso significa que as soluções que estão sendo desenvolvidas pelas insurtechs só estão facilitando e modernizando processos até então burocráticos. 

Sendo assim, o que estamos presenciando é uma transformação na relação entre seguradora/corretor/segurados causada pelo mercado cada dia mais digital.

E, nessa nova cadeia de processos, o Corretor de Seguros continua sendo parte vital para que o mercado continue evoluindo.