Atendimento simples, digital e humano: a visão da Justos Seguros

No 26º episódio do Insurtalks Cast, a jornalista Thais Rucco recebeu Alan Leal, diretor-presidente da Justos Seguros, para uma conversa sobre como a companhia vem estruturando sua atuação com foco no cliente e na valorização do corretor. O diálogo percorre desde a origem da insurtech até os diferenciais de produtos, a combinação entre tecnologia e atendimento humano e a importância do corretor como peça central na distribuição. Ao longo da entrevista, Alan detalha iniciativas, compartilha experiências marcantes e comenta as tendências que devem moldar o relacionamento entre seguradoras, clientes e parceiros nos próximos anos.
Thais Rucco: Como nasceu a Justos Seguros e qual o seu diferencial no mercado?
Alan Leal: A Justos nasceu em 2020 por meio do sandbox regulatório da SUSEP, onde pudemos testar algumas inovações naquele ambiente controlado. E agora que obtivemos a nossa licença definitiva pela SUSEP, estamos nesse momento de escalar um pouquinho a nossa produção. Nosso grande diferencial é justamente unir a parte da tecnologia, da inteligência artificial, para criar um seguro mais justo. A gente pode fazer a nossa precificação baseada no comportamento do motorista, uma jornada digital sem burocracia também e usando o nosso corretor como parceiro no nosso canal de distribuição.
Portfólio e inovação no produto
Quando questionado sobre o portfólio de produtos, Alan Leal destacou a combinação entre inovação e tradição:
“Hoje a gente tem um portfólio que equilibra inovação e tradição. Nós temos um produto auto mensal, pioneiro no mercado, com o uso da telemetria para reverter desconto. Também lançamos um produto anual, criado em diálogo direto com os corretores, para atender o público mais tradicional, que prefere a previsibilidade de um seguro de 12 meses.”
Centralidade do cliente
Na sequência, Thais perguntou o que significa colocar o cliente no centro. O executivo respondeu:
“Na Justos, a gente coloca o cliente no centro para reduzir a ansiedade dele. Tentamos dar a maior previsibilidade possível e transformar o momento de estresse, quando ele precisa do serviço, em algo ágil, simples e transparente.”
Missão e valores
Ao falar sobre a missão e os valores da companhia, Leal reforçou:
“A nossa missão é simplificar e humanizar o seguro. Os valores que traduzem essa missão são transparência, agilidade e proximidade. O atendimento não é visto apenas como um departamento à parte, mas como parte essencial da experiência.”
“A tecnologia não substitui o humano, ela potencializa”
Questionado por Thais sobre de que forma automação, inteligência artificial e o atendimento unido com o atendimento humano especializado apoiam a experiência do cliente, o executivo afirmou que ela atua em dois níveis. “O primeiro é na simplificação de processos. Por exemplo, utilizamos inteligência artificial para abertura de sinistro em minutos e acompanhamento do guincho em tempo real, monitorado pelo aplicativo. O segundo nível é a personalização. Usamos dados e telemetria para entender o comportamento do motorista, oferecer seguros mais justos e gerar recompensas pelo bom uso. Esses dois pilares são fundamentais para tornar a jornada do cliente mais simples e eficiente”.
Antes de concluir a resposta a essa pergunta, Leal achou importante reforçar: “A tecnologia não substitui o humano, ela potencializa. O cliente precisa se sentir o tempo inteiro no controle. Por isso, o suporte humano deve estar ativo e presente dentro de toda jornada digital e automatizada.”
Experiências que marcam
A jornalista também pediu um exemplo marcante de atendimento. Alan relembrou:
“Uma cliente estava na estrada, mais de dez horas da noite, com duas crianças no carro. Ela optou por ligar em vez de usar o aplicativo. Nossa atendente acompanhou todo o processo, direcionou para o app e a manteve em contato com a família. O guincho chegou no tempo previsto e ela se sentiu assistida da melhor maneira possível.”
Corretores como peça-chave
Thais Rucco: Qual a visão da Justos sobre o papel do corretor de seguros no ecossistema do mercado?
Alan Leal: O corretor é peça-chave. Ele traduz o seguro para o cliente e exerce um aconselhamento consultivo. Para a Justos, o modelo de distribuição é sempre via corretor. Não faz sentido pensar em seguros sem eles. Isso é fato.
Nosso papel é oferecer ferramentas, suporte e produtos que ajudem o corretor a ter mais eficiência e previsibilidade no atendimento ao cliente final. Uma pesquisa que realizamos com mais de 150 corretores mostrou os principais pontos de melhoria no setor: 41% relataram lentidão nos retornos das seguradoras, 36% dificuldade em encontrar informações claras e 33% apontaram excesso de burocracia.
Esses dados mostram que ainda há espaço para evoluir na relação com os corretores, e é justamente nesse ponto que a Justos quer atuar, reforçando a parceria com soluções práticas e transparentes.
Feedback como motor
Quando Thais perguntou como os feedbacks se transformam em ações, Leal reforçou a cultura de escuta ativa:
“Escutar é parte da nossa cultura. Incorporamos sugestões de corretores e clientes porque, para a gente, o feedback é um protocolo, é o motor da inovação.”
Ele ainda detalhou como essa escuta acontece no cotidiano:
“Temos interações constantes por meio dos nossos gerentes comerciais e também reuniões presenciais em todo o território nacional. Toda e qualquer interação com o corretor é uma oportunidade de escuta.”
Tendências e futuro
Quando o assunto foram as tendências de mercado, o presidente da Justos afirmou:
“Eu vejo três tendências claras: digitalização, personalização e transparência. Os clientes querem receber tudo pelo celular, sentir que a seguradora conhece o seu perfil no detalhe e de forma clara. Já os corretores querem ferramentas que deem suporte, eficiência e autonomia para atingir esses objetivos.”
Por fim, ao falar sobre o futuro, concluiu:“O cliente do futuro é exigente e bem informado. Ele não vai aceitar processos lentos nem falta de clareza. A Justos está preparada para equilibrar tecnologia e atendimento humano, e esse equilíbrio é o que vai fazer a diferença no setor.”