desenho animado "Os Jetsons", que surgiu na década de 60, fez um grande sucesso mostrando como seria a vida de uma família em um futuro distante (para aquela época), com tudo que as modernidades do século 21 poderiam trazer. 

Apesar de ainda faltar 40 anos para chegarmos até a época retratada no desenho (a história se passava em 2062), algumas coisas até viraram realidade, como: smartwatches, câmeras de bronzeamento artificial, robôs que cuidam de casa _ mais especificamente os robôs aspiradores de pó, esteiras rolantes e algumas outras coisas.

Fora da ficção, há limitações

Apesar disso, nos Jetsons, assim como nos filmes de ficção científica nos quais os robôs têm aparência e até sentimentos humanos, o painel futurístico é sempre delineado pela fantasia do cinema. Fora da ficção, a tecnologia costuma se apresentar com as nuances e limitações impostas pela realidade.

Declarações polêmicas

Sabendo que, nem tudo que está no cinema é passível de se tornar real (vide o robô do filme “O exterminador do futuro 2”, que se refaz inteiro sozinho após ser explodido), é difícil não considerar irrealistas as declarações de Elon Musk sobre o que a IA pode e não pode fazer.  Por exemplo, há 5 anos atrás, o dono da Tesla declarou, em uma reunião com alguns governadores dos Estados Unidos, que a Inteligência Artificial: “É um risco para a existência da nossa civilização” e ainda que: “Dentro de 20 anos, não é que não haverá pessoas ao volante. É que simplesmente não haverá volante”.

Lacuna entre a IA de hoje e o nível de IA sonhado por Musk

Há um abismo entre a IA de hoje, que é em grande parte reconhecimento de padrões, e o tipo de IA do nível cinematográfico com o qual Elon Musk está sonhando e declarando, sempre que pode, que já se trata de uma realidade emergente: "A inteligência artificial tornará os empregos um pouco inúteis", declarou ele na Conferência Mundial de Inteligência Artificial, em Xangai, em dezembro de 2021. Acrescentando que os novos empregos serão para os criadores e operadores de IAs.

É fato que as IAs já podem fazer coisas incríveis, como análise avançada, gestão de dados, alguns níveis de tomada de decisões e até reconhecimento de fala, com a capacidade de manter conversas surrealistas, mas divertidas, sobre praticamente qualquer assunto. Mas quando se trata de confiabilidade e coerência, a IA atual não está nem perto do que precisa ser. 

Há falhas até em tarefas diárias

Apesar de anos de promessas , a IA continua cometendo erros bizarros e inesperados de " descompreensão ". A IA falha, muitas vezes, em tarefas diárias e básicas, como dirigir em nível humano, especialmente em circunstâncias inesperadas. Dentro do campo de desenvolvimento da IA, esses tipos de desafios são bem conhecidos, mas não há soluções definitivas que já tenham sido elaboradas com sucesso.

Riscos reais da IA

Segundo os especialistas, os riscos reais que a inteligência artificial traz tem relação com a  utilização da IA para divulgar fake news, manipular o discurso público, tornar carros autônomos em armas ou criar algoritmos treinados com tendências preconceituosas. Ou seja, não são riscos parecidos com os dos filmes com robôs revoltados criando consciência própria e dominando o mundo, como Musk quer fazer acreditar, conforme a declaração dele: “Até que as pessoas vejam robôs matando gente na rua não se entenderão os perigos da inteligência artificial”.

Declarações irreais

Assim, muitas das declarações de Elon Musk sobre IA são muito mais polêmicas que verdadeiras. Por isso, é importante que as empresas trabalhem o tema com bastante cautela e especifiquem os objetivos da IA com muita precisão, sempre pensando nas possíveis consequências. Isso porque o ato de espalhar informações erradas sobre o potencial da IA ​​e seu provável progresso só colabora para que o tema seja visto pelo público como um movimento cibernético pirotécnico, negativo e quase apocalíptico, não como parte concreta da evolução tecnológica real pela qual muitas pessoas trabalham todos os dias.