Semáforo de quatro cores: inovação que pode impactar no trânsito e no seguro

Semáforos de quatro cores são discutidos nos EUA
A ideia de incluir a cor branca nos semáforos está presente em debates sobre mobilidade nos Estados Unidos. A proposta, defendida por engenheiros do Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), busca adaptar as cidades à chegada dos veículos autônomos, que tendem a ocupar cada vez mais as ruas. Diferente do modelo clássico de três cores, o novo sistema funcionaria como um canal de comunicação direta entre carros autônomos e motoristas comuns, tornando o tráfego mais fluido. Além de melhorar a mobilidade urbana, essa mudança pode gerar impactos no setor de seguros, influenciando desde a prevenção de acidentes até a personalização de apólices e a adoção de soluções voltadas à mobilidade autônoma.
História e função dos semáforos convencionais
Os semáforos compostos pelas cores vermelha, amarela e verde surgiram no século XX como uma solução para organizar o fluxo de veículos e pedestres nas cidades. O modelo de três cores foi desenvolvido pelo inventor norte-americano Garrett Morgan, que patenteou sua criação em 1923 e posteriormente vendeu os direitos à General Electric. Nascido em 1877 em Kentucky, Morgan superou desafios ligados à sua origem afro-americana e destacou-se como empreendedor, criando inovações que iam de alisantes de cabelo a máscaras de proteção para bombeiros. Inspirado por um grave acidente de trânsito em Cleveland, ele criou o semáforo com cores universais para “pare”, “atenção” e “siga”, padronizando a comunicação visual no trânsito. Essa padronização permitiu reduzir acidentes, evitar congestionamentos e criar uma linguagem comum entre motoristas e pedestres em diferentes partes do mundo, consolidando-se como um dos pilares da segurança viária global.
Semáforos inteligentes baseados em IA podem trazer mais segurança no trânsito
A chegada dos semáforos inteligentes, equipados com inteligência artificial, sensores e conectividade em tempo real, pode transformar a mobilidade urbana ao mesmo tempo em que aumenta a segurança viária. Diferente do modelo tradicional de temporização fixa, esses sistemas conseguem analisar continuamente o fluxo de veículos e pedestres, ajustando os ciclos de sinalização conforme a demanda do momento. Isso resulta em menos tempo de espera, redução de congestionamentos e diminuição de frenagens bruscas, fatores que costumam causar acidentes.
Projeto de Lei para semáforos com moldura amarela no Brasil
O novo Projeto de Lei 3048/2024 visa tornar os semáforos inteligentes uma política pública obrigatória para cidades com mais de 150 habitantes. O projeto traz como ideia equipamentos queincorporam recursos de visibilidade aprimorada, como molduras amarelas refletivas, que facilitam a identificação do sinal em condições adversas, como chuva, neblina ou baixa iluminação. No Brasil, cidades como São Paulo já começaram a implantar a tecnologia, com meta de expandi-la para milhares de cruzamentos até 2026, reforçando a tendência de adaptação das metrópoles a padrões de mobilidade mais inteligentes. Globalmente, o mercado de semáforos inteligentes deve movimentar mais de US$ 2,4 bilhões até 2030, impulsionado pelo avanço dos projetos de cidades inteligentes e pela necessidade de reduzir acidentes e proteger pedestres.
Potencial de redução de acidentes
Considerando a necessidade de mais segurança no trânsito, a proposta de acrescentar a cor branca ao semáforo teria como principal função indicar situações específicas voltadas aos veículos autônomos ou momentos de passagem liberada sob controle inteligente. Na prática, quando a luz branca fosse acionada, os motoristas humanos apenas precisariam acompanhar o fluxo dos veículos autônomos à frente, que já estariam conectados entre si e ao sistema viário por meio de computadores e sensores. Essa espécie de “coordenação coletiva” tornaria os cruzamentos mais organizados, ajudaria a aliviar congestionamentos e aumentaria a segurança nas vias. Conforme divulgado na matéria do G1, estudos indicam que os benefícios crescem conforme aumenta a presença de veículos autônomos: com apenas 10% deles em circulação, os atrasos no trânsito caem cerca de 3%; com 30%, a redução já passa de 10%. A implantação desse modelo, associada a sensores avançados e sistemas adaptativos, criaria um ambiente de tráfego mais seguro e eficiente.
Impactos no mercado de seguros
Do ponto de vista do mercado de seguros, uma comunicação mais eficiente no trânsito tende a reduzir a ocorrência de acidentes, o que traz reflexos para a modelagem de risco nas apólices. A diferenciação entre veículos autônomos e convencionais por meio do sinal branco possibilita uma personalização mais precisa dos perfis de risco. Assim, as seguradoras do ramo, considerando soluções para os veículos autônomos, podem investir em tecnologias que acompanham dados de tráfego e comportamento em tempo real, já utilizadas em produtos do seguro auto.
Como as tecnologias ajudam nos procedimentos do seguro auto
As tecnologias vêm transformando o seguro auto, tornando-os mais ágeis, precisos e personalizados. Sistemas de telemetria e aplicativos de monitoramento permitem acompanhar o comportamento do condutor em tempo real, fornecendo dados que ajudam na precificação das apólices e na prevenção de acidentes. A Inteligência artificial acelera a análise de riscos, a emissão de propostas e a liquidação de sinistros, reduzindo burocracias e o tempo de atendimento. Além disso, plataformas digitais e chatbots oferecem canais de comunicação imediata, melhorando a experiência do cliente e facilitando o registro de ocorrências e solicitações. Dessa forma, a conectividade veicular e integração com dados de tráfego também faz com que as seguradoras ajustem contratos de forma dinâmica, tornando o seguro mais flexível.
Novas demandas em seguros com a chegada de carros autônomos
As tecnologias podem aprimorar a experiência com o seguro auto tradicional, mas, com a popularização dos veículos autônomos, algumas adaptações precisam ser adotas para lidar com esse novo perfil de risco. A direção autônoma pode reduzir acidentes causados por erro humano, contudo, outros desafios relacionados a falhas de software e segurança cibernética podem aparecer. Isso demanda apólices mais complexas, que considerem atualizações de sistemas, manutenção preventiva, além de soluções para frotas e serviços de mobilidade compartilhada. Nesse sentido, a análise de dados e a telemetria também podem contribuir para uma precificação dinâmica e avaliação precisa de riscos. Paralelamente, órgãos reguladores precisam estabelecer normas para homologação de sistemas autônomos e definição de responsabilidades claras, garantindo segurança jurídica e operacional. Essas medidas, combinadas à inovação tecnológica, possibilitam que as seguradoras personalizem apólices de forma mais eficaz, alinhando gestão de riscos e proteção ao novo contexto de mobilidade.
O futuro da mobilidade e dos seguros
A discussão sobre o semáforo traz o foco para a mobilidade urbana inteligente e a integração segura de veículos autônomos ao cotidiano. Para o mercado de seguros, a novidade abre oportunidades para repensar a modelagem de risco, personalizar apólices e investir em tecnologias que monitoram comportamento em tempo real, tornando o seguro mais dinâmico e alinhado à realidade das cidades inteligentes. Com políticas de incentivo e adesão aos semáforos inteligentes, o governo promete reduzir acidentes, melhorar a fluidez do trânsito e otimizar a experiência urbana. Assim, a inovação tecnológica, a adaptação legislativa e modelos de seguro mais flexíveis, preparam o setor para atender às demandas de uma mobilidade cada vez mais conectada e automatizada, transformando desafios em oportunidades – além de favorecer a proteção e a personalização para motoristas, com soluções de seguros mais adequadas.