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Seguradora entra em uma nova era

Seguradora entra em uma nova era
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undada em 2009, a Fairfax Brasil Seguros iniciou as suas operações em 2010, no segmento de grandes riscos. Pertencente ao grupo canadense Fairfax Holding, que identificou um grupo de altos executivos que tinha trabalhado por muitos anos no Itaú, foi assim que tudo começou. “Decidimos fazer uma startup do grupo Fairfax Holding. Com um time de 30 pessoas do Itaú, começamos do zero”, conta Bruno Camargo, que desde 2016 está no comando da companhia.

Com a entrada de novos players no segmento de grandes riscos, ela teve que se reinventar. “Nós tínhamos um relacionamento muito bom com os corretores, isso nos ajudou muito, e pela expertise que tínhamos em resseguro, nós conseguimos contratos com os grandes para competir nesse segmento. Mas as taxas deterioram muito e tivemos a necessidade de nos reinventarmos e criamos unidades de negócios para explorarmos outros segmentos.”

DIVERSIFICAÇÃO

Atualmente, são cinco unidades de negócios: Agronegócio, Transporte, Linhas Financeiras, Property e Linhas Pessoais, que foi criada neste ano. Com ela, o objetivo é oferecer produtos e serviços diferenciados que condizem com as necessidades atuais e até futuras dos consumidores. Para isso, a companhia conta com parcerias de empresas de tecnologia, entre outras.

O primeiro produto lançado foi o fiança locatícia para pessoas físicas, desenvolvido internamente para o QuintoAndar, uma startup brasileira de tecnologia focada no aluguel e na venda de imóveis. No guarda-chuva da unidade, também estão o seguro de linhas pessoais e afinidades, e acidentes pessoais. Camargo adianta que mais inovações estão por vir.

“Nós estamos investindo muito em tecnologia e ouvindo muito o corretor de seguros para entender quais são as necessidades do mercado. A pandemia mudou muito o comportamento das pessoas. A gente não compete mais com outras seguradoras, mas com o nível de serviço da Amazon e do Uber”, diz.

Inclusive, ele conta que estão conversando com a Amazon e com a Boston Consulting para identificar quais inovações podem ser aplicadas, principalmente para a mitigação de riscos com o uso da tecnologia.  “Com os novos comportamentos surgem novos riscos e nós temos que mitigá-los como indústria de seguros. Sou muito a favor da economia compartilhada. As parcerias e os ecossistemas é o que trarão o conceito de gerar valor.”

NOVA MARCA

Também nesse ano, em linha com a evolução e inovação, a Fairfax  anunciou a sua nova logomarca, a FF >>Seguros. “Ela tem por objetivo transmitir os principais atributos que são a essência da marca Fairfax: transparência, sustentabilidade, inovação, credibilidade e empatia com o público. É no conceito de evolução que nós queremos nos diferenciar”, afirma Camargo.

Ele defende que o mercado de seguros precisa se reinventar, inclusive no linguajar, e tornar seus processos menos burocráticos para mudar a percepção dos clientes que ainda se mantém distantes do setor. “A indústria de seguros é a principal responsável por esse distanciamento da sociedade. Não é clara e muito menos transparente sua comunicação. As seguradoras precisam conhecer melhor as pessoas para que possam desenvolver produtos e soluções inovadoras, e para que fazer parte da cadeia de valor do cliente.”

DISTRIBUIÇÃO

Atualmente, 90% da produção da companhia é distribuída pelos corretores de seguros. Em linhas pessoais, o foco é atender os pequenos e médios corretores, e em breve, ela anunciará o lançamento da Plataforma Digital da Fairfax. “O objetivo é ajudar os corretores, entregando tecnologia para eles serem mais eficientes, de forma muito fácil e rápida, e com informação de qualidade e treinamento on-line.”

A plataforma digital oferecerá uma solução integrada, proporcionando uma melhor experiência para toda a cadeia de relacionamento: a rede de assessorias e corretoras credenciadas, clientes e colaboradores da seguradora. O primeiro produto a ser disponibilizado é o seguro de Responsabilidade Civil Profissional (E&O) e posteriormente, a mesma modalidade de seguro para outras categorias.

RESULTADOS

A FF Seguros tem duas filiais, em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, e conta com 260 colaboradores. “Durante a pandemia, ninguém foi demitido, ao contrário, contratamos mais de 80 pessoas e muitas delas ainda não conheço. Estou louco para voltar e conhecê-las.” A companhia ainda está em home office, segundo Camargo, até que a segunda vacinação seja concluída.

Ele conta que a segurança dada aos colaboradores, no início da pandemia, de que ninguém seria demitido, criou um senso de pertencimento. Nós vimos a entrega das pessoas e um aumento de eficiência muito grande. Porém, ninguém tinha horário para nada, uma preocupação que nós tivemos, pois a entrega estava muito boa, mas a corda muito esticada. Por isso, não fizemos um budget muito desafiador para 2021.”

Neste ano, a FF Seguros deve terminar com um volume de R$ 1,5 bilhão em prêmios emitidos, mais de 30% acima de 2020. Entre 2019 e 2020, o crescimento foi de 54%. “Estamos colhendo o que plantamos. A resiliência que tivemos e a autonomia que temos, o que traz uma responsabilidade, mas uma agilidade muito grande, fez a gente ter esse sucesso”. Autonomia que ele tem da matriz e estende para os líderes das unidade de negócios. “Com isso, você atrai pessoas empreendedoras que trabalham com paixão. Talvez esse seja o maior segredo da Fairfax, melhores pessoas tomam as melhores decisões.”

ESG

Antes mesmo de vir à tona o conceito de ESG, Environmental, Social and Governança, ou Ambiental, Social e Governança, Camargo conta que a Fairfax já tinha trabalhos enquadrados neste tema, como a parceria com Roberto Klabin, um dos protetores da Onça pintada do Pantanal. Atualmente, a companhia passou a ser parceira da Associação Onçafari, que tem como objetivo promover a conservação do meio ambiente e trabalhar pela preservação da biodiversidade em diversos biomas do Brasil.

Outro projeto que a Fairfax está diretamente envolvida é com o Vozes do Oceano, uma iniciativa da família Schurmann, que tem como meta aumentar a sensibilização sobre a poluição dos oceanos, por plásticos e microplásticos. “Nós estamos patrocinando a segunda expedição da família Schurmann, o Vozes do Oceano, que está muito ligado ao nosso propósito. Está no meu bônus devolver 2% do lucro líquido da Fairfax para sociedade.”

Segundo ele, a Fairfax Brasil está no momento estruturando sua área de ESG. “Como vamos atuar e organizar essa pauta de temas. Temos conversado bastante com a Holding da Fairfax porque, apesar da Fairfax Brasil ser uma estrutura independente, com autonomia local para a tomada de decisões, precisamos estar conectados e elaborar um projeto de ESG que dialogue com as plataformas e a essência da Holding.”

Postado em
30/11/2021
 na categoria
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