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Procura por Seguro Cibernético dobrou em apenas um ano

Procura por Seguro Cibernético dobrou em apenas um ano
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egundo a Confederação Nacional das Seguradoras- CNseg, a demanda pelo Seguro de Risco Cibernético, que serve como proteção aos ataques de hackers, mais do que dobrou em 2021. Segundo a empresa Kaspersky, multinacional especializada em cybersecurity, o Brasil é o 3º colocado no ranking de países mais atacados por crimes virtuais das mais diferentes formas.

Maior patamar de arrecadação desde a criação da modalidade

Este ano, a procura por riscos cibernéticos alcançou, em março, o maior patamar de arrecadação desde a criação dessa modalidade de seguros, cerca de R$13 milhões. É um avanço de 23,4% em relação ao mesmo mês de 2021. O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, explica que no acumulado de 2022 (janeiro a março deste ano), esse volume alcança R$34,5 milhões. 

Ataques cibernéticos contra empresas brasileiras cresceram 

O aumento exorbitante da procura por esse tipo de seguro pode ser explicado pelo aumento dos ataques cibernéticos contra empresas brasileiras. Segundo uma pesquisa divulgada, em maio/2022, pela CNseg, as empresas brasileiras nunca estiveram tão preocupadas com ataques hackers  porque os ataques cibernéticos contra empresas brasileiras cresceram 220% somente no primeiro semestre de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020, de acordo com o grupo Mz _ empresa especializada em relações com investidores, com base em dados levantados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), agência regulada pelo Ministério da Economia.  

Dados pessoais de clientes vazados

Somente neste mês de setembro, três grandes empresas sofreram ataques de hackers: Samsung, Wintermute e Uber.

A Samsung revelou que dados pessoais de clientes foram afetados pelo ataque. Dentre eles, podem estar nomes, contatos, informações demográficas, data de nascimento e registro de produtos. O que vazou varia de consumidor para consumidor. 

Perda de milhões de dólares

Hackers roubaram ativos digitais no valor de cerca de US$160 milhões da empresa de negociação de criptomoedas Wintermute, afirmou o presidente-executivo, Evgeny Gaevoy, nesta terça-feira (20) no Twitter. Esse foi o assalto mais recente que atingiu o setor cripto, que já é atormentado pelos crimes virtuais.

Queda de ações na bolsa 

A empresa Uber sofreu um ataque hacker e informou que abriu uma investigação sobre o que definiu "um incidente de segurança cibernética". Segundo o jornal americano "The New York Times", um hacker - identificado como "Tea Pot" - obteve o controle sobre os sistemas internos do Uber após comprometer a conta Slack, programa de comunicação interna corporativa, de um funcionário do aplicativo de transporte.

O hacker também conseguiu assumir o controle das contas Amazon Web Services e Google Cloud da Uber e obteve acesso a dados financeiros internos. Segundo o jornal "The Washington Post", com essa ataque, o hacker seria capaz de vazar o código-fonte do aplicativo. A Uber informou que nenhum dado confidencial de usuários foi envolvido na violação de segurança.

Por conta do ataque, as ações da Uber caíram 3,62% na bolsa de valores Nasdaq no dia que foi comunicado o ataque.

Proteção essencial

Por conta do aumento astronômico da quantidade de ataques cibernéticos, a cobertura de Riscos Cibernéticos se tornou uma proteção essencial para as seguradoras. Os pedidos de resgate para “sequestro de dados” por ransomware, por exemplo, estão amparados pelo seguro, bem como a investigação para entender o que ocorreu e, ainda, outros prejuízos consequentes, tais como: lucros cessantes e despesas operacionais decorrentes da paralisação das atividades das empresas.  Além disso, uma vez que os dados de uma empresa foram vazados podem incorrer custos para tentar recuperar/reparar esses dados. Adicionalmente, podem ocorrer investigações por órgãos reguladores, cujos custos para resposta a tais investigações também se encontram amparados pela apólice contratada, bem como as multas impostas nos processos regulatórios.  Ainda tem a possibilidade de surgir reclamações judiciais de clientes pelo vazamento de dados. Nesse caso, os custos de defesa e de eventuais indenizações também estarão amparados.

“A proteção oferecida pelo seguro é uma tranquilidade a mais para as empresas evitarem maiores prejuízos”

O presidente da CNseg explicou que os milhões em prêmios referentes ao seguro cibernético, durante o primeiro trimestre deste ano,demonstra um aumento de mais de 40%, se comparado ao mesmo período do ano anterior. Ele declarou:  “Esse valor é 41,5% superior ao observado no primeiro trimestre de 2021. E, em 12 meses, (de março de 2021 a fevereiro de 2022), o montante de R$113 milhões em prêmio é quase 100% maior do que o obtido no mesmo período imediatamente anterior. Os ataques cibernéticos têm sido cada vez mais frequentes e a proteção oferecida pelo seguro é uma tranquilidade a mais para as empresas evitarem maiores prejuízos”.

Assim, com as seguradoras enfrentando riscos cibernéticos cada vez mais ameaçadores, o aumento da procura por esse tipo de proteção demonstra que os players do setor estão mais conscientes de que investir em Seguro Cibernético pode evitar prejuízos gigantescos.

Postado em
22/9/2022
 na categoria
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