N

o dia 26 de fevereiro, a ENS (Escola de Negócios e Seguros) realizou o 1º Insurance Mega Trends, um evento que reuniu notáveis figuras do mundo dos seguros e do meio acadêmico, com o objetivo de discutir as tendências atuais e futuras da indústria de seguros no Brasil. A sessão inaugural foi presidida por Maria Helena Monteiro, Diretora de Ensino da ENS, e contou com a mediação de Ronny Martins, Gerente de Pós-Graduação e Programas Especiais da mesma instituição. Entre os participantes de destaque estiveram Emir Zanatto, CEO da TEx e professor na ENS, e Alessandro Octaviani, Superintendente da Susep. O evento foi uma plataforma para a apresentação e análise de vários insights. A Insurtalks separou alguns que se destacaram, como o papel de protagonismo do corretor de seguros, as tecnologias fundamentais para o setor, proposições para o mercado expandir sua participação no PIB brasileiro, a participação do mercado de seguros como propulsor da política de transformação ecológica, dentre outros assuntos. Confira abaixo:

Mercado de seguros precisa expandir sua visão para aumentar participação no PIB brasileiro

Emir Zanatto inicia sua participação falando sobre a participação do mercado de seguros na economia brasileira e explicando que o setor precisará expandir sua visão para aumentar sua participação. “Temos uma missão muito grande: a CNseg apontou que, até 2030, o mercado de seguros vai representar 10% do PIB. Isso não é trivial. Para alcançar esse audacioso objetivo, devemos expandir a nossa visão. Acredito que devemos ir além das fronteiras do que é tradicional, devemos olhar para as pessoas, para o mundo e para o mercado, não só o de seguros”, disse ele.

“O corretor de seguros não depende mais da seguradora ou de outras instituições para inovar, para criar soluções. Agora, o corretor tem um papel de protagonismo”

Zanatto fala de uma das grandes mudanças que estão acontecendo: “Acho que o corretor de seguros não depende mais da seguradora ou de outras instituições para inovar, para criar soluções. Agora, o corretor tem o papel de protagonismo. Isso acontece, em grande medida, porque ele pode fazer uso das várias dimensões de informação que ele tem disponível. O corretor oxigena o mercado, é ele quem está diante das pessoas que têm interesse em contratar e que, muitas vezes, não contratam. 

“Quem são as pessoas que hoje não contratam seguros?”

O CEO da TEx aponta alguns caminhos para que o setor consiga aumentar a aderência aos produtos de seguros. “Diferentemente da seguradora que, por natureza, sabe muito bem quem faz o seguro; o corretor de seguros sabe quem não faz. E essa, talvez, seja a pergunta mais importante nesse momento: quem são as pessoas que hoje não contratam seguros? Se estamos querendo expandir esse universo, precisamos pensar no que precisamos fazer para adicionar essas pessoas dentro da nossa indústria.” 

Segundo ele, o setor precisa olhar para algumas destas pistas nos diversos segmentos de mercado, não apenas no de seguros. “Se observarmos empresas como a Shein, a mega companhia chinesa de venda de moda que tem uma estratégia muito inovadora, uma jornada de compra e de checkout muito facilitada. Quem passar pela Shein, muito possivelmente vai fazer uma compra. O Tik Tok, que cresceu muito desde a pandemia, tem um modelo de captação da nossa atenção baseado em algoritmo”, exemplifica ele.

Tecnologias fundamentais para a indústria de seguros

Zanatto destacou algumas das tecnologias que ele considera fundamentais para todos que participam da indústria de seguros e exemplificou como usar cada uma delas. Segundo ele, são:

  • A Inteligência Artificial (IA): “É como se fosse seu assessor. Ela pode ajudar a organizar vários conteúdos e refinar suas ideias. Em breve, olharemos para a IA como mais uma pessoa da nossa equipe que vai coletar todos os dados, organizar as informações, fazer os cálculos e te apresentar para você escolher o que quer ofertar para seu segurado. Ela é um dos mecanismos mais valiosos para economizar tempo no processo”.
  • BI e Analytics: “Recoloca o corretor dentro de toda a indústria. Com essas ferramentas é possível, para o corretor, entender melhor se está trabalhando com as companhias mais adequadas para o perfil de risco que ele tem trabalhado, no local em que tem trabalhado”.
  • Machine Learning e modelos preditivos: “Imagina se você conseguiria calcular o valor de um seguro Auto com apenas quatro informações, sem perguntar para a seguradora. Será que isso é possível? Sim, é absolutamente possível por meio de tecnologia de ponta. 
“O mercado de seguros tem como ser um propulsor da melhor política de transformação ecológica”

Uma das tendências que estão alinhadas com as preocupações regulatórias da Susep, de acordo com Alessandro Octaviani, é a de transformação ecológica para o mercado de seguros. Ele afirmou: “Temos que ter uma política de transição ecológica que seja muito consistente. O mercado de seguros – por todo seu histórico como retentor de dados, como produtor analítico de qualidade sobre esses dados e por uma série de características intrínsecas ao nosso mercado– , tem como ser um propulsor da melhor política de transformação ecológica, tanto no nível das garantias que ele ofertará, quanto nos desenhos de melhor comportamento econômico que ele incentivará.” 

Mercado de seguros irá contribuir para um novo patamar civilizatório na transformação ecológica

Ainda falando sobre a transformação ecológica, Octaviani explicou que, nesse aspecto, é obrigação da Susep estruturar uma política adequada para o mercado de seguros, previdência, capitalização e a transformação ecológica. Para isso, segundo ele, a entidade já está organizando um grande grupo de trabalho e finaliza: “O mercado de seguros tem como ser um grande contribuinte para um novo patamar civilizatório com o qual as instituições econômicas, empresas, governos e consumidores tratam o nosso meio ambiente”.

Postado em
4/3/2024
 na categoria
Eventos

Mais sobre a categoria

Eventos

VER TUDO