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Os corretores e as novas tecnologias são importantes aliados na prevenção das fraudes em seguros

Os corretores e as novas tecnologias são importantes aliados na prevenção das fraudes em seguros
É

de conhecimento do público em geral que muitas seguradoras ao redor do mundo perdem milhões por causa das fraudes em diversos ramos do seguro. Nesses últimos meses, há várias notícias sobre o aumento dos casos de fraude no Seguro de Vida.

A seguradora Zurich alertou para um aumento excessivo

 A seguradora Zurich alertou para o aumento excessivo no número de casos de fraude de seguros que recebe. Fato que pode revelar que a crise do custo de vida pode ter como consequência um maior número de consumidores que procuram tirar vantagem das seguradoras.

Evitou fraudes no valor de 4,2 milhões de euros

Zurich viu um aumento de 20% no número de pedidos de sinistros fraudulentos somente no Reino Unido no ano passado. Nos primeiros cinco meses deste ano, já evitou fraudes no valor de 4,2 milhões de euros – acima dos 3,3 milhões de euros no mesmo período de 2021.

Como escapar das fraudes?

As seguradoras lançam mão de vários artifícios para evitarem as fraudes. A Zurich, por exemplo, conseguiu economizar mais de 4 milhões de euros por meio do emprego de novas tecnologias na luta contra a fraude. Ela investiu em um novo software chamado “NetReveal” que usa algoritmos complexos e análise de dados para descobrir fraudadores que tentam ocultar sua identidade real. 

Verificação de fraude em tempo real

Além do novo software, a Zurich pretende lançar ,ainda este ano, verificações de fraude em 'tempo real' no momento em que um manipulador de sinistros insere uma reclamação nos sistemas da seguradora, o que ajudará a acelerar o processamento e o pagamento de reclamações para seus clientes.

Tecnologia ajuda a combater a fraude de forma mais eficaz

O chefe de Fraude de Reclamações da Zurich, Scott Clayton, explicou que a fraude pode até parecer que vale a pena, já que muitas pessoas consideram que estão apenas exagerando ou fingindo uma reclamação, mas as consequências são bastante graves e podem ter uma sentença de prisão. 

Mesmo com as graves consequências, as fraudes continuam aumentando, mas Scott diz que a Zurich nunca esteve tão preparada. Ele ressalta: ““Embora a fraude esteja aumentando, estamos mais bem preparados do que nunca para detectá-la. A nova tecnologia está nos ajudando a combater a fraude de forma mais eficaz e dificultando a detecção de golpistas, sejam eles oportunistas individuais ou gangues criminosas organizadas.”

O corretor como primeira barreira para fraudes

Na primeira etapa da contratação de um seguro, o cliente precisa procurar um corretor e é justamente nesse primeiro contato que já é possível identificar algumas inconsistências nas informações fornecidas. É por esse caminho que o corretor pode se tornar o primeiro filtro para fraudes. Felipe Galesco, advogado, corretor e integrante da Comissão Jurídica do Sincor-SP, explica que, para que o corretor consiga fazer esse filtro, o primeiro passo é conhecer bem o cliente. Ele afirma: “Criar critérios e implementar procedimentos de identificação de clientes é o primeiro passo. O corretor deve estar próximo a seu cliente e conhecer o maior número de informações sua vida pessoal e financeira”

O corretor bem preparado é capaz de identificar uma possível fraude

Para Galesco, o corretor bem preparado é capaz até de orientar o cliente para evitar a intenção de fraude. Ele declara: “O corretor deve orientar e informar adequadamente seus clientes sobre as coberturas do seguro, sobre os riscos excluídos, não cobertos e perdas de direito, bem como as consequências de atos de má-fé, previstas no Código Civil e no Código Penal. O corretor bem preparado pode identificar possíveis interesses fraudulentos e, com isso, orientar seu cliente de maneira a evitar o cometimento de tais atos”.

Quais os tipos mais comuns?

Existem quatro tipos mais comuns de fraude de seguro de vida: fraude por omissão de dados durante a contratação, fraude por forjamento de morte, falsificação e fraude por apólice falsa.

  • Fraude por omissão de dados:a fraude por omissão de dados ocorre quando alguém fornece informações incorretas de propósito para a seguradora ao solicitar uma apólice. Ela também é chamada de deturpação ou ocultação material e está entre as formas mais comuns de fraude envolvendo o seguro de vida.
  • Fraude por morte: fraude de sinistros é o tipo de fraude de seguro de vida predileto dos filmes e reportagens, pois é comum envolver assassinato ou uma morte forjada. A fraude por morte, ocorre quando alguém simula a própria morte ou a morte de um ente querido para receber a indenização em caso de morte.
  • Falsificação: a maioria das fraudes de seguro de vida não envolve o titular da apólice, mas as pessoas próximas do segurado. Em geral, é um membro da família ou conhecido que, no intuito de receber a indenização, acessam a apólice e mudam dados ou beneficiários nomeados pelo segurado. Porém, somente o proprietário da apólice está autorizado a alterar os detalhes de uma apólice. Por isso, para modificar o contrato alguém precisaria falsificar os documentos ou falsificar a própria identidade para alterar uma apólice de outra pessoa. 
  • Fraude por falsificação de contrato: existem também os golpistas que se passam por corretores de seguro de vida. Eles às vezes “vendem” apólices falsas para clientes desatentos ​​para embolsar os prêmios. Assim como outros tipos de golpes financeiros, os fraudadores declaram ser representantes de alguma empresa famosa no mercado para ganhar confiança da vítima do golpe. Em seguida, solicitam dinheiro ou pagamentos diretos para uma apólice que, na verdade, jamais existiu.

É um dever de toda a sociedade contribuir para evitar ocorrências de fraude. Cesar Cassio de Rienzo, superintendente de gestão de riscos e compliance da Sompo Seguros, explica que o seguro opera sob o conceito de mutualismo, que é a união de um grupo para minimizar perdas por conta de um risco. E é por isso que as fraudes no mercado de seguros prejudicam os bons consumidores. Ele afirma: “Também é por conta disso que contribuir para evitar ocorrências de fraude é um dever de toda a sociedade. Não é possível aceitar a ideia que muitos têm de que fraude é um crime sem vítimas. Há vítimas sim. E, no caso, não são só as seguradoras, os corretores ou os segurados. A vítima é toda a sociedade que arca com os custos financeiros e sociais dessa prática criminosa”, finaliza ele.

Postado em
27/7/2022
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