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Brasil tem testemunhado eventos climáticos extremos

O Brasil, apesar de sua vasta extensão territorial e diversidade climática, não está imune aos impactos das catástrofes que assolam o planeta. Nos últimos anos, a população brasileira tem testemunhado eventos extremos, como altas temperaturas, enchentes, secas prolongadas, tempestades e deslizamentos de terra, que têm causado danos irreparáveis às comunidades, infraestruturas e economias locais. 

Inundações no sul do Brasil causam mortes e desaparecimentos

Desde segunda-feira (29), as chuvas no Rio Grande do Sul resultaram em mortes e desaparecimentos, além de causar deslizamentos, quedas de pontes e árvores, alagamentos, e cortes no fornecimento de energia e água. A Defesa Civil informou que 134 municípios foram impactados, e o governo reconheceu sua limitação para resgatar todas as áreas isoladas. Até o momento, 44,6 mil pessoas foram afetadas, sendo 8,3 mil desabrigadas, 3.079 em abrigos e 5.257 desalojadas. 

Fatores que podem aumentar a dimensão das inundações 

Esse é apenas um dos casos de catástrofes envolvendo chuvas no país, pois esse cenário tem impactado não só o sul como outras regiões do Brasil. A falta de infraestrutura adequada de drenagem e escoamento de água, poluição nas ruas, além de problemas de saneamento básico são fatores que podem aumentar a dimensão das inundações. 

Diante desses eventos cada dia mais recorrentes, torna-se cada vez mais evidente a necessidade de inovação e tecnologia no setor de seguros para mitigar os riscos e proteger adequadamente as pessoas e os bens materiais. Pensando nisso, o setor de seguros assume um papel importante diante das incertezas do cenário climático. Através da implementação de tecnologias é possível melhorar a preparação e resposta a tais eventos, reduzindo os possíveis impactos decorrentes de desastres naturais.

Projeto da CNseg tem potencial de avaliar riscos

A CNseg lançou projeto para avaliar os riscos climáticos no setor de seguros no Brasil.  O "Mapa de Calor de Riscos Climáticos Físicos" e a "Ferramenta de Cenários de Perdas Climáticas por Inundações Urbanas", têm como objetivo ajudar as seguradoras brasileiras a identificar e gerenciar melhor os riscos e oportunidades associados ao clima. Elas são resultado do projeto "Construindo Seguros para a Transição Climática", uma iniciativa global liderada pela UNEP FI, o braço financeiro das Nações Unidas dedicado às questões climáticas. Além disso, essas ferramentas estão em conformidade com as exigências estabelecidas pela Circular nº 666 da Susep, oferecendo suporte adicional para as seguradoras brasileiras na adaptação às mudanças climáticas.

Responsabilidade do setor de seguros na mitigação e gestão de riscos climáticos

Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, destacou que o setor de seguros tem uma responsabilidade significativa na mitigação e gestão dos riscos climáticos, o que inclui o desenvolvimento de produtos de seguro que abordem esses desafios emergentes.“Por essa razão, somos convidados a participar ainda mais ativamente da agenda de sustentabilidade no mundo inteiro”, alegou.

É melhor prevenir do que remediar

O papel dos seguros em relação aos percalços do impacto climático foi objeto de reflexão do portal britânico Insurance Times em matéria sobre “O Dia da Terra”, celebrado em 22 de abril. De acordo com o portal, à medida que as indústrias e os países continuam a concentrar-se em alcançar emissões líquidas zero de dióxido de carbono, a indústria de seguros tem se deparado com o desafio de subscrever riscos flutuantes e soluções emergentes ligadas às alterações climáticas. Reconhecendo isto, o programa acelerador Lloyd's Lab tem apoiado insurtechs com propostas baseadas nas alterações climáticas, tais como a utilização de imagens de satélite para avaliações de risco ou o fornecimento de modelos de seguros alternativos. Além disso, o gerente da Lloyd’s Lab, Rosie Denée, afirmou: “Os riscos relacionados com as alterações climáticas são mais difíceis de assegurar, uma vez que não se pode confiar em dados históricos da mesma forma que as classes tradicionais”. Ou seja, para ele e outros especialistas do ramo, é mais importante que insurtechs e seguradoras se concentrem em prever e calcular os riscos, visando a diminuição do impacto, ao invés de lidar com os estragos após uma catástrofe climática.

Focar em tecnologias de prevenção pode ajudar a mitigar desastres 

A tecnologia desempenha um papel fundamental para as seguradoras anteciparem e evitarem danos resultantes de desastres climáticos. O aumento da incidência de eventos climáticos extremos, como tempestades, inundações e secas, devido às mudanças climáticas, resulta em enormes prejuízos econômicos e perdas de vidas humanas. Por tudo isso, se tornou necessário que as seguradoras adotem tecnologias que possibilitem a identificação e prevenção de riscos climáticos. Através da implementação de tecnologias de monitoramento, por exemplo, os seguradores podem melhorar a preparação e resposta a tais eventos, reduzindo os impactos negativos. Sendo assim, é importante que a indústria foque em inovar e invista em ferramentas de análise de riscos, a fim de garantir o melhor nível de segurança possível diante de um cenário inconsistente, repleto de mudanças. Além disso, essas iniciativas, aliadas ao posicionamento dos órgãos reguladores e suas medidas para tentar frear os riscos, é possível garantir um ambiente com maior proteção, revelando aos segurados a ação indispensável dos seguros frente aos impactos climáticos globais.

Postado em
7/5/2024
 na categoria
Inovação

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