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Disney e NBCUniversal processam startup de IA e reacendem debate sobre seguros para propriedade intelectual

Disney e NBCUniversal processam startup de IA e reacendem debate sobre seguros para propriedade intelectual
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ela primeira vez, dois dos maiores estúdios de Hollywood — Disney e NBCUniversal — acionam judicialmente uma plataforma de inteligência artificial por uso indevido de obras protegidas. A ação, movida contra a startup Midjourney em um tribunal federal de Los Angeles, acusa a empresa de copiar personagens icônicos como Darth Vader, Elsa e os Minions para treinar seus modelos de geração de imagens. A controvérsia reacende o debate sobre os limites do uso da IA generativa e seus efeitos sobre indústrias criativas e segmentos econômicos que operam sob forte proteção autoral, especialmente em setores como entretenimento, comunicação e design.

IA generativa amplia a complexidade dos riscos autorais no setor de seguros

No mercado de seguros, a proteção da propriedade intelectual sempre foi um desafio, considerando a complexidade em avaliar e precificar riscos associados a patentes, marcas e direitos autorais. A incorporação da inteligência artificial generativa adiciona uma camada adicional de incerteza, afinal, a criação automática de conteúdo pode inadvertidamente reproduzir elementos protegidos, implicando em sinistros com possíveis repercussões financeiras para as seguradoras e seus clientes.

Crescimento das demandas impulsiona novas coberturas internacionais

A tendência é que as demandas relacionadas a violações de propriedade intelectual cresçam devido à dificuldade de delimitação desse tipo de limite nos espaços virtuais. Isso faz com que a necessidade de coberturas mais específicas se torne urgente. Em mercados como Estados Unidos e Europa, seguradoras já disponibilizam coberturas específicas para empresas que operam com IA generativa, contemplando riscos associados a litígios por violação de direitos autorais, falhas algorítmicas e vazamento de dados. Casos concretos incluem startups que recorreram a apólices de responsabilidade cibernética, erros e omissões, e propriedade intelectual para mitigar os impactos de ações judiciais movidas por uso indevido de obras protegidas, previsões imprecisas e incidentes de segurança.

Riscos cibernéticos se tornam parte estrutural da análise de apólices

Além da propriedade intelectual, a cibersegurança ganha papel central nesse cenário. A disseminação de IA generativa pode ampliar a superfície de ataque para fraudes, manipulações e vazamentos de dados confidenciais, aumentando a exposição a perdas financeiras e reputacionais. Assim, seguradoras têm reforçado suas análises de risco ao avaliar clientes que exploram IA, considerando políticas que englobam proteção contra incidentes digitais associadas a falhas no manejo de tecnologias avançadas.

Seguradoras adaptam subscrição e capacitação para lidar com novas ameaças

Muitas seguradoras estão revisando suas estratégias de subscrição para contemplar riscos relacionados à inteligência artificial. Isso inclui a necessidade de treinamento especializado para corretores e equipe técnica, além do investimento em ferramentas que possam detectar comportamentos automatizados que coloquem em risco a integridade das operações seguradas.

IA está provoca transformação na gestão de riscos do mercado segurador

Portanto, a batalha judicial da Disney e NBCUniversal contra a Midjourney é um indicativo das transformações profundas que a inteligência artificial está provocando no universo dos direitos autorais e, consequentemente, na gestão de riscos do mercado segurador. Essa movimentação jurídica tende a se repetir, e o setor segurador precisará acompanhar seus desdobramentos com atenção técnica e capacidade de resposta.

Postado em
16/6/2025
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