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Anúncios falsos com IA desafiam seguradoras

Anúncios falsos com IA desafiam seguradoras
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raudes digitais se sofisticam com uso indevido da inteligência artificial

O uso indevido da inteligência artificial tem elevado o nível de sofisticação das fraudes digitais. Um curso online, recentemente exposto pelo UOL Confere, ensina como criar anúncios falsos com IA para promover e vender produtos ilegais. Disfarçado de mentoria para alcançar renda online, o curso orienta alunos a manipular imagens, usar perfis falsos em redes sociais e até forjar credibilidade ao se passar por médicos e utilizar indevidamente símbolos de órgãos como a Anvisa. Um dos exemplos citados envolve o uso da imagem do médico Drauzio Varella sem autorização. Oferecido pela plataforma BitesFlix, o curso contou com mais de 600 participantes, cada um pagando R$ 1.097. Os vendedores são incentivados a utilizar estratégias enganosas, com promessas de ganhos de até R$ 1.000 por dia e comissões de 56% sobre as vendas. Apesar das evidências registradas pela reportagem do UOL Confere, a defesa do responsável pelo curso nega qualquer irregularidade.

Tecnologia realista dificulta identificação de golpes

Algumas ferramentas de inteligência artificial permitem gerar imagens, textos e vídeos altamente realistas, dificultando a detecção imediata de conteúdos fraudulentos. Isso sinaliza a necessidade de ações das seguradoras utilizarem recursos tecnológicos e desenvolverem abordagens para frear essas práticas ilegais – como reconhecimento e bloqueio automáticos, por exemplo, capazes de identificar padrões suspeitos em páginas digitais. A disseminação de cursos anunciadas com o respaldo aparente de figuras consolidadas socialmente pode atrair a atenção do público – isso torna imprescindível o investimento em medidas para mitigar essas práticas, visando a proteção digital e a verificação de fontes para perder ou causar prejuízos aos clientes e às empresas.

Estratégias de cibersegurança e proteção ao consumidor

As seguradoras precisam reavaliar suas políticas com o intuito de agir em favor da governança digital, criando códigos de conduta específicos para o uso e combate a tecnologias que promovam desinformação. A integração de estratégias de cibersegurança com inteligência artificial aplicada à detecção de fraudes é um caminho fundamental. A Susep também reforça orientações quanto à transparência na oferta de seguros e à proteção do consumidor digital, alinhando-se a práticas de governança ética. De olho nas tendências globais, os profissionais de seguros devem acompanhar de perto o desenvolvimento de algoritmos e o uso da IA para fins legítimos, como análise preditiva de riscos e personalização de ofertas, se mantendo alertas quanto ao mau uso da tecnologia em falsificações e anúncios enganosos.

Postura proativa e antifraude

Campanhas de conscientização sobre a veracidade das ofertas e a importância de consultar canais oficiais podem mitigar os efeitos da proliferação de anúncios fraudulentos. Seguradoras que investem em comunicação com o público também ganham vantagem competitiva, fortalecendo o vínculo com seus clientes e demonstrando o cuidado necessário. Em um mercado onde a confiança é base fundamental, a prevenção contra fraudes digitais, potenciadas por IA, deve entrar na pauta estratégica das seguradoras. O desenvolvimento de tecnologias antifraude, aliado à ética profissional e à regulação eficaz, compõem uma tríade essencial para garantir a sustentabilidade do setor.

Tecnologia e confiança devem andar juntas

O avanço da IA traz inúmeras possibilidades para o mercado, mas seu uso indevido em fraudes digitais afeta diretamente a confiança dos consumidores e a integridade de setores como o de seguros. Diante desse novo risco, é preciso que seguradoras, corretores, entidades reguladoras e empresas de tecnologia atuem para fortalecer mecanismos de detecção, educação digital e governança ética. Proteger o consumidor e preservar a credibilidade do setor exige não apenas vigilância constante, mas também investimentos em inovação responsável e políticas de combate à informações enganosas e fraudulentas. Além disso, mais do que reagir, o mercado deve se antecipar a essas ameaças adotando, fortalecendo estruturas de governança digital e ampliando investimentos em proteção ao consumidor, fortalecendo a confiança e preservando também a reputação das companhias de seguro.

Postado em
10/6/2025
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