SUVs dominam mercado, mas hatches continuam firmes: a influência dos modelos nos seguros automotivos

atches seguem relevantes apesar do crescimento de SUVs
De acordo com a presidente da Stellantis da América do Sul, Emanuele Cappellano, apesar de os modelos SUVs serem os protagonistas das vendas, os veículos hatch continuam mantendo uma presença relevante no mercado automotivo brasileiro. O domínio dos SUVs no Brasil está associado a fatores como maior conforto, espaço interno e percepção de segurança – características valorizadas por consumidores de todas as faixas etárias. Conforme a matéria do G1, segundo dados da Fenabrave, em 2024 os SUVs representaram cerca de 45% das vendas totais de veículos leves, consolidando-se como o segmento preferido, enquanto os hatches ainda correspondem a aproximadamente 25%, mantendo uma base fiel principalmente em áreas urbanas e para públicos que buscam veículos mais compactos e econômicos.
Impactos da tecnologia nos veículos e na precificação
Para o setor de seguros, essa dualidade promove oportunidades e requer que abordagens dinâmicas sejam exploradas. A incorporação de tecnologias avançadas nos veículos, desde sistemas de assistência ao motorista (ADAS) até telemetria integrada, também redefine o cenário do seguro auto. Veículos importados e nacionais estão cada vez mais equipados com sensores e alertas que potencializam a prevenção de sinistros, porém elevam os custos de reparação e a complexidade na avaliação dos danos, um ponto que seguradoras e oficinas parceiras precisam gerenciar com precisão.
Modelos diferentes demandam análises personalizadas
A diversidade de modelos gera a necessidade de análises de risco segmentadas e personalizadas. SUVs tendem a apresentar custos médios de sinistros mais elevados devido ao valor do veículo, tecnologias embarcadas e perfil de uso, o que influencia diretamente a precificação das apólices. Por outro lado, os hatches geralmente evidenciam menor índice de sinistralidade em urbana, porém podem estar mais sujeitos a furtos e pequenos acidentes, fatores que correntistas e corretores precisam considerar para calibrar coberturas adequadas.
Telemetria e uso de dados
Algumas seguradoras já estão investindo em telemática e seguros por perfil de uso, incorporando dados de condução para ajustar prêmios e incentivar a direção segura. Essas soluções podem ser eficazes para os perfis variados de proprietários de SUVs, que normalmente realizam viagens longas, e para usuários de hatches, predominantemente urbanos. Com ferramentas de inteligência artificial e big data que mapeiam comportamentos de motoristas e características específicas de cada modelo, é possível desenvolver produtos mais competitivos e aderentes ao perfil do cliente.
Seminovos valorizados e o impacto nas apólices
Outro aspecto relevante é o impacto no mercado de seminovos. A valorização dos SUVs elevou o preço médio desses veículos no mercado de usados, o que pode pressionar os custos dos seguros, uma vez que o valor do veículo é um dos principais parâmetros na apólice. Em contraponto, a durabilidade e o menor custo de manutenção dos hatches contribuem para uma estabilidade maior nos custos de seguro nesse segmento.
Corretores de seguros desempenham hoje um papel fundamental na orientação do cliente frente a essa realidade multifacetada. A análise cuidadosa do perfil de uso, das necessidades de proteção e das particularidades do tipo de veículo permite indicar coberturas customizadas que otimizem custo-benefício e garantam proteção adequada.
Adaptação à pluralidade de perfis
Em termos estratégicos, seguradoras que se adaptam à pluralidade dos perfis automotivos e investem em inovação tecnológica tendem a obter vantagem. A coexistência entre SUVs e hatches não representa uma disputa, mas sim uma oportunidade de ampliar possibilidades. Para o setor de seguros automotivos, isso significa desenvolver soluções mais flexíveis, baseadas em dados, e com foco na experiência do cliente. À medida que o mercado automotivo se modifica, a integração entre tendências de consumo, telemetria e análise de perfil de risco cria um ambiente desafiador, mas também promissor para o setor de seguros. Seguradoras e profissionais da indústria devem estar atentos às mudanças e buscar aprimorar seus conhecimentos e ferramentas para oferecer soluções eficazes, que acompanhem a diversificação dos veículos e as expectativas dos clientes, garantindo sustentabilidade e crescimento contínuo no segmento.