Smartphones mais resistentes desafiam regras dos seguros tradicionais

chegada dos modelos chineses Honor Magic7 Lite, Jovi V50 e Oppo Reno 13 ao mercado brasileiro insere uma variável relevante para o setor de seguros de eletrônicos. Equipados com baterias de longa duração, resistência física ampliada e tecnologias até então restritas aos aparelhos de ponta, esses dispositivos reposicionam o patamar técnico dos celulares intermediários — e, com isso, reabrem discussões sobre precificação, coberturas e gestão de sinistros.
Novos fabricantes apostam em robustez para disputar o mercado intermediário
Embora ainda desconhecidas por grande parte do público local, marcas como Honor, Jovi e Oppo investem em uma combinação de custo competitivo e funcionalidades robustas para conquistar espaço em um mercado já saturado por gigantes. O Magic7 Lite, por exemplo, promete resistência a quedas de até dois metros. O Reno 13 vai além e anuncia impermeabilidade sob pressão e imersão em água quente. No conjunto, esses avanços tendem a reduzir o índice de danos físicos, especialmente os mais comuns, como trincas e infiltrações.
Resistência e autonomia ampliam espaço para seguros conectados e ajustáveis
Essa possível queda na frequência de sinistros, no entanto, não elimina a necessidade de proteção. Ao contrário: amplia o campo para produtos mais inteligentes, alinhados ao uso prolongado e à crescente integração entre dispositivos móveis e serviços digitais. Com maior autonomia de bateria e maior resistência, o uso contínuo de apps de rastreamento, autenticação e gerenciamento de apólices torna-se mais viável, o que favorece o desenvolvimento de seguros ajustados a padrões de uso reais, uma abordagem que já vem sendo adotada por algumas insurtechs.
Produtos mais duráveis exigem novas estratégias de comunicação com clientes
Nesse contexto, corretoras e seguradoras têm a oportunidade de atualizar seus discursos e estratégias. Esclarecer ao consumidor que a durabilidade do aparelho não elimina a exposição a riscos (como roubo, falhas de sistema ou perda de dados) é essencial para justificar a contratação de apólices mais abrangentes. Além disso, o avanço tecnológico permite incluir novos serviços no escopo do seguro, como assistência preventiva, suporte remoto e atualizações de segurança digital.
Integração entre hardware e dados aproxima celulares da lógica usada no seguro auto
O raciocínio é semelhante ao que já ocorre no ramo automotivo, onde sensores e conectividade têm influenciado modelos de tarifação e monitoramento. No caso dos smartphones, o cruzamento entre hardware aprimorado e inteligência de dados cria um ambiente propício à personalização de coberturas e ao refinamento da análise de risco, especialmente num país que registrou mais de 230 milhões de acessos móveis em 2023, segundo dados da Anatel.
Parcerias entre fabricantes, varejistas e seguradoras podem ampliar a base de clientes
Essa movimentação também reativa a importância das parcerias entre fabricantes, varejistas e o setor segurador. Ofertas integradas — combinando seguro, garantia estendida e assistência técnica — podem facilitar a contratação e fidelizar consumidores, além de ampliar a base de segurados para além dos topos de linha.
Corretores podem se destacar ao entender implicações técnicas dos novos modelos
Para os corretores, acompanhar essas mudanças é mais do que recomendável: é estratégico. Conhecer as especificações dos novos modelos, entender suas implicações no dia a dia do segurado e saber identificar as brechas que ainda pedem proteção pode se converter em vantagem competitiva. Afinal, a evolução dos aparelhos não elimina os riscos — apenas os transforma.