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esde o dia 4 de outubro de 1957, quando o primeiro satélite foi lançado pela humanidade para estudar as camadas superiores da atmosfera e as condições de lançamento de cargas úteis ao espaço, a tecnologia dos satélites passaram a beneficiar diversas áreas da sociedade como: comunicação, observação da terra, navegação, ciência, meteorologia, desenvolvimento tecnológico, defesa, exploração espacial e várias outras. 

Setor de seguros começou a explorar essa tecnologia

Com um espectro vasto de atuação, o setor de seguros começou a explorar o potencial dessa tecnologia, se beneficiando em aspectos como avaliação de riscos e processamento de sinistros, por exemplo, já que as imagens de satélite ajudam as seguradoras a compreender mais rapidamente a natureza e a extensão das perdas, especialmente quando as áreas permanecem inacessíveis ou de acesso perigoso após uma catástrofe climática. Essa rapidez faz com que as seguradoras tomem medidas antecipadas para mitigar perdas e acelerar o processo de sinistro.

Tecnologia de satélite como abordagem para os desafios globais

Rafal Modrzewski, CEO e cofundador da ICEYE, cujas observações no Fórum Econômico Mundial deste ano sublinharam a importância dos satélites na construção de um sistema de seguros mais ágil e confiável, pontuou a necessidade urgente de uma resposta coordenada aos desafios globais, destacando a capacidade dos satélites de fornecer dados precisos e atualizados que são necessários para a avaliação de riscos em tempo real.

Colaboração entre Índia e Brasil pode ser a ponte para futuras inovações no setor

A ABRASAT, Associação Brasileira das Empresas de Telecomunicações por Satélite, que reúne entidades privadas brasileiras no setor espacial e de satélites, e a SIA-Índia – Satcom Industry Association, uma das principais associações do setor espacial daquele país, assinaram este ano um Memorando de Entendimento (MoU), para fomentar a colaboração e o avanço no domínio espacial. A assinatura deste MoU tem o objetivo de facilitar a expansão dos negócios e a cooperação entre Índia e Brasil em várias áreas, como comunicação por satélite, lançamentos de foguetes e satélites, desenvolvimento de carga útil, plataformas de satélites e instrumentação terrestre. As empresas de satélites e espaciais de ambos os países devem aprofundar sua cooperação em várias áreas emergentes de comunicação por satélite, abrangendo uma ampla gama de tecnologias e serviços, incluindo conectividade de banda larga, iniciativas de inclusão digital, radiodifusão, navegação, sensoriamento remoto, telecomunicações, aplicações militares e de defesa, e sistemas de resposta a emergências. Essa colaboração pode ser a ponte para futuras inovações no setor, já que vai potencializar o desenvolvimento de soluções inovadoras para os desafios globais, incluindo os que são enfrentados pelo setor de seguros. A expectativa é que tal parceria amplie as capacidades de resposta a emergências, melhore a conectividade e otimize a gestão de riscos por meio de uma cooperação técnica e comercial robusta.

Santos é a primeira cidade brasileira a implementar o uso de imagens de satélite de alta resolução 

Outra notícia importante para o seguro agrícola é a de que a cidade de Santos, em São Paulo, usará satélites e inteligência artificial para analisar riscos climáticos. A cidade é a primeira do Brasil a ter acesso a imagens de satélite em alta resolução, além de análises das imagens por meio de Inteligência Artificial, para enfrentar riscos climáticos como períodos de chuva intensa e se precaver dos riscos de deslizamentos de encostas, por exemplo. O acesso à tecnologia foi garantido após convênio assinado neste mês entre a Prefeitura de Santos e a empresa Quasar Space e vai possibilitar o acesso a imagens de satélite de alta resolução e análises via inteligência artificial. Essa parceria ilustra como a inovação tecnológica pode ser efetivamente utilizada para antecipar desastres naturais e minimizar seus impactos. Este convênio, que não acarreta custos adicionais para o município, representa um modelo replicável de gestão pública proativa na mitigação de riscos climáticos. Para o setor de seguros, essa notícia demonstra a forte inclinação do país para desenvolver estratégias e parcerias em prol de minimizar as consequências dos riscos climáticos, fato este que também pode ajudar a mitigar riscos no seguro agrícola.

Tecnologia de satélites está ajudando a transformar a agricultura na índia

A Incorporação de dados de satélite no setor de seguros abre um leque de possibilidades para a gestão de riscos e a resposta a sinistros. A capacidade de acessar informações detalhadas e atualizadas sobre qualquer local do planeta permite às seguradoras avaliar precisamente a exposição a riscos, otimizar a precificação de apólices e agilizar o processo de indenização. Este movimento, ancorado na precisão e na rapidez da informação, tem a capacidade de melhorar a eficiência operacional das seguradoras e reforçar a confiança dos segurados no sistema de seguros como um todo. Na índia, por exemplo, a tecnologia de satélites já está sendo utilizada com sucesso para o monitoramento de campos agrícolas. Parâmetros biofísicos derivados de satélite ajudam a detectar a vegetação e o estado de saúde das culturas agrícolas. Usando esses dados, os agricultores indianos podem oferecer apólices que refletem mais acuradamente os riscos reais e, assim, tanto produtores rurais quanto consultores do agronegócio podem extrair valor adicional do seguro agrícola, promovendo assim práticas agrícolas de maior qualidade e protegendo a produção contra eventuais prejuízos.

A incorporação de dados de satélite no setor de seguros abre um leque de possibilidades 

A colaboração entre Índia e Brasil no desenvolvimento do setor espacial, juntamente com iniciativas locais como a da cidade de Santos, demonstram o potencial transformador da tecnologia de satélite em diversas frentes. No setor de seguros, a incorporação de dados de satélite abre um leque de possibilidades para a gestão de riscos e a resposta a sinistros devido à capacidade de acessar informações detalhadas e atualizadas sobre qualquer local do planeta, permitindo às seguradoras avaliar precisamente a exposição a riscos, otimizar a precificação de apólices e agilizar o processo de indenização. Com a integração da tecnologia de satélite, seguradoras especializadas no setor agrícola conseguem acessar diagnósticos precisos sobre o estado das lavouras antes e após eventos adversos. Essa precisão na coleta de dados capacita as seguradoras a desenvolverem apólices mais ajustadas às necessidades dos agricultores e mais rentáveis para seguradoras e segurados.

Postado em
9/4/2024
 na categoria
Inovação

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