Grupo Bradesco Seguros e a MJV realizaram nesta segunda-feira (27), no Rio de Janeiro, a primeira edição carioca do Insurance & Innovation Talks. O encontro reuniu especialistas para discutir os impactos das transformações tecnológicas sobre o mercado de seguros, a partir dos aprendizados mais recentes do Web Summit Rio — maior evento de inovação e tecnologia do país.

Inovação envolve visão de futuro, atitude e capacidade de adaptação

Com auditório cheio e transmissão híbrida, o evento foi marcado por provocações sobre cultura organizacional, estratégias digitais, novos comportamentos de consumo e o papel da inteligência artificial. Ao longo da programação, os convidados reforçaram que inovação no setor segurador vai além da adoção de ferramentas: envolve visão de futuro, atitude e capacidade de adaptação.

Seguradoras têm desafio de mudar a mentalidade

Segundo José Loureiro, diretor de Inovação, Digital e Dados do Grupo Bradesco Seguros, o maior risco para o setor é o de permanecer inerte diante da velocidade das mudanças. “Se você ficar parado — nem digo um ano, digo meses — quando você despertar, o gap já tá enorme”, afirmou. Para ele, o grande desafio das seguradoras está em “mudar a mentalidade” e entender que “a experiência do cliente é o produto de seguros”.

“O futuro é sobre integrar bem-estar, sustentabilidade, tecnologia e experiência em um novo modelo de proteção”

João Schimtz, gerente sênior global de inovação da MJV, apresentou tendências globais de eventos variados e do próprio Web Summit. Ele destacou a ascensão da inteligência artificial, mas ponderou que a tecnologia sozinha não resolve os desafios do setor. “O futuro é sobre integrar bem-estar, sustentabilidade, tecnologia e experiência em um novo modelo de proteção”, disse.

Na mesma linha, Marcella Campos, gerente de Inovação e Experiência do Usuário da MJV, defendeu o uso de tecnologia com foco em experiências que façam sentido na rotina do consumidor. “Aplicado ao universo segurador são diversos fatores. Foi falado muito sobre produtização, que é algo que eu acredito que é inexplorado ainda”, avaliou, ao comentar os destaques do Web Summit.

Debate aberto com o público amplia perspectivas sobre inovação

Ao final do encontro, os participantes responderam perguntas do público e refletiram sobre temas como hiperpersonalização, comunicação acessível, uso da IA no atendimento e inovação voltada para a economia prateada. “Não se trata de continuar existindo. É continuar sendo relevante”, resumiu Loureiro. O debate também evidenciou os desafios de adaptação cultural nas empresas, a importância da capacitação dos colaboradores frente às novas tecnologias e o papel dos corretores como ponte entre o cliente e as soluções personalizadas. Houve ainda espaço para destacar experiências internacionais em mobilidade, longevidade e acessibilidade digital, apontando como diferentes públicos podem ser beneficiados por soluções inovadoras quando há estratégia, escuta ativa e experimentação contínua. As trocas mostraram que inovação não se limita à criação de produtos, mas envolve uma transformação relacional, de linguagem e de propósito dentro das organizações.