Como corretores e seguradores podem juntos vencer os novos desafios?

onduzido pelo presidente do Sincor-SP, Boris Ber e pelo 2º tesoureiro, Fernando Alvarez, a 6ª edição do SincorCAST, transmitida ao vivo em 14 de setembro, pela TV Sincor-SP , foi sobre o tema: “Como corretores e seguradores podem juntos vencer os novos desafios?". E para participar do bate-papo desta edição, o SincorCAST convidou o diretor-presidente da CNseg, Dyogo de Oliveira. Abaixo, seguem alguns destaques da Live.
Modelo consagrado em termos de administração e de gestão profissional
Logo no início, Boris Ber pediu para Dyogo explicar um pouco a mudança que teve na CNseg (a troca de presidente). Ele questionou: “Agora temos um dueto: meu amigo Roberto Santos e você: Você numa parte mais executiva e o Roberto na parte mais institucional. Gostaria que você explicasse como vai funcionar essa parceria?”
Dyogo explicou que o setor de seguros como um todo vem evoluindo muito. As empresas todas têm se profissionalizado, têm contratado executivos. E isso também está se refletindo na nossa estrutura associativa. “Então, a CNseg, de certa maneira, está refletindo também esse momento de profissionalização do mercado de seguros. Na gestão anterior, o Marcio (presidente anterior), ocupava duas funções: a de presidente do conselho e a de presidente da diretoria executiva da CNseg. Nessa nova gestão, nossos conselheiros decidiram fazer como todas as empresas fazem e como recomenda o manual de boas práticas da gestão. Nós temos um Conselho Deliberativo que é presidido pelo Roberto, que é responsável pelas diretrizes gerais, pela definição dos objetivos de longo prazo da CNseg, que é responsável por conduzir nosso planejamento estratégico, dar as linhas gerais de atuação e assim por diante. E temos uma diretoria executiva que eu presido que é responsável pela execução cotidiana, pela gestão diária, pelas ações que precisam ser tomadas a cada minuto. Então, foi adotado um modelo consagrado em termos de administração e de gestão profissional”, disse ele.
Mais de 6% do PIB
Ainda explicando sobre a mudança no modo de gestão, Dyogo disse que a CNseg tem uma pauta legislativa e regulatória muito extensa porque a indústria de seguros é muito grande. “Hoje, nós temos mais de 6% do PIB. Nós pagamos 400 bilhões de reais por ano em indenizações, benefícios, sorteios, etc. É uma agenda permanente muito extensa. Então essa separação de funções permite que a diretoria executiva da CNseg se dedique com afinco a essas pautas mais permanentes e o presidente do Conselho também fica mais liberado para cuidar das questões institucionais e estratégicas da associação”.
Amadurecimento do setor
O diretor-presidente da CNseg explica, ainda, que um outro movimento importante desse processo é que a diretoria da CNseg deixou de ser eleita e a função dele é de um executivo contratado, assim como todos os demais diretores. A diretoria passou a ser profissionalizada e o Conselho continua sendo representativo das empresas. Ele opinou: “Acho que esse processo demonstra um amadurecimento do setor, da CNseg. É um modelo que tem sido adotado também por outros setores”.
“O corretor pode contar com a ajuda da CNseg?”
Boris Ber pediu para o convidado falar sobre a reaproximação amistosa com o governo e com o órgão regulador e opinou: “É uma tarefa super importante. Tanto nossa, como corretores e vocês, como seguradores. Isso nós precisamos recuperar um tempo perdido, um atraso, algumas medidas absurdas que seguraram muito a nossa vida, independente da pandemia. O corretor pode contar com a ajuda da CNseg nesse trabalho importante, nessa reaproximação para que as coisas voltem a um estado normal, com o órgão regulador fazendo o que ele tem que fazer e nós fazendo o que nós temos que fazer e assim por diante? O compromisso está assumido nessa aproximação política?
Dyogo não titubeou e respondeu: “Certamente! A gente tem feito um esforço de aproximação com todas as instituições representativas dos corretores. Temos reuniões rotineiras com a Fenacor, temos buscado diversos temas que trabalhamos cotidianamente”.
Alinhamento entre as instituições do setor
Dyogo disse que a CNseg está procurando sempre buscar um alinhamento entre as instituições do setor: “Eu falo sempre que, em 95% das vezes, nossos interesses são os mesmos dos Corretores, que é o quê? Crescer o mercado, fazer negócio, levar o seguro para uma parcela maior da sociedade ou garantir a sustentabilidade dos negócios, garantir os empregos, garantir o nosso trabalho. Então, isso toma 95% dos assuntos que nós trabalhamos.Tem 5% de temas que, às vezes, não é possível convergir, mas a gente não pode permitir que esses 5% não atrapalhem os 95% restantes. É exatamente o oposto que devemos fazer cotidianamente: nós temos que nos dedicar aos 95%, trabalhar conjuntamente, unir as nossas forças, unir a nossa energia, para realmente fazer o que é melhor para todos”, explicou ele.
“Se até em casa a gente discorda da esposa, imagina no mundo dos negócios”
Dyogo diz que é normal que a gente tenha alguma divergência ao longo do caminho, e brinca: “Se até em casa a gente discorda da esposa, imagina no mundo dos negócios”. Ele continua a fala dizendo que o setor “nunca pode deixar que essas pequenas divergências sejam um empecilho para que estejamos juntos em todas as outras oportunidades. Temos tudo a ganhar com isso”.
Retomar uma agenda positiva
O convidado do SincorCAST disse que o mercado sofreu muito, nesses últimos anos, com “medidas inadequadas e muita falta de compreensão do que é esse produto, do que é esse setor. Precisamos trabalhar muito para retomar uma agenda positiva”.
A Iniciativa do Mercado Segurador
Animado com o cenário futuro, Dyogo falou sobre um passo histórico: “Recentemente nós demos um passo muito importante com o Ministério da Economia, que foi a criação da Iniciativa do Mercado Segurador. Pela primeira vez na história, houve uma iniciativa do Ministério da Economia exclusiva para o setor de seguros. A gente pegava uma caroninha, uma beiradinha, no mercado de capitais. Agora a gente vai ter uma iniciativa exclusiva para tratar do mercado segurador”.
Portas abertas para o diálogo
“O próprio Ministério da Economia já constituiu uma equipe exclusiva para o mercado segurador. Então, a gente já começa a ter um canal de diálogo com o governo, uma nova gestão na Susep, que tem tido portas abertas para o diálogo. Falo sempre que o órgão regulador tem três funções básicas: regular, supervisionar e fomentar. O órgão regulador nunca pode esquecer dessa 3ª função, porque é ela que faz com que exista o mercado e exista o próprio papel do órgão regulador.
“Acho que a gente está num momento positivo, uma pauta positiva se abrindo. temos toda a oportunidade do mundo de trabalhar juntos, de juntar esforços e fazer com que esse mercado realmente cresça e cumpra seu objetivo”.
Propósito do mercado segurador
Segundo Dyogo, o mercado segurador: “tem um propósito nobilíssimo,super importante para a sociedade, que é a proteção das pessoas, dos bens, da vida, da segurança. A gente tem o papel de melhorar a vida das pessoas. Poucos produtos pode-se dizer que quanto mais a pessoa consumir, melhor. Nem a comida ou os medicamentos são assim. Muita comida ou muito remédio não é bom. Mas, o seguro, quanto mais a pessoa tiver, quanto mais a família tiver, melhor”.
"Cada quebra de paradigma, com certeza vai fazer a gente andar rápido e para a frente.”
Após a explanação do diretor-presidente, Boris Ber o parabenizou pelas colocações, disse que assina embaixo e acrescenta: “Acho que cada passo que a gente dá, cada quebra de barreira, cada quebra de paradigma, com certeza vai fazer a gente andar rápido e para a frente”. Depois disso, Boris questionou: “Nós falamos pouco, para o público em geral, sobre o quanto nós indenizamos. Sai muita notícia sobre o quanto o mercado faturou, o quanto cresceu, mas ainda não está faltando falar: “Gente, nós não ficamos com esse dinheiro todo, não somos as pessoas que roubam o queijo e ficam com o queijo. A gente devolve e devolve muito. Nos seguros que a gente vê e ainda têm os seguros que a gente vê por aí que são invisíveis, como o seguro desemprego, são devolutivas que a gente faz para a sociedade. Nós não temos que falar mais sobre isso, inclusive os Sincor’s de todo o Brasil?”
Dyogo: “Uma das principais alterações que a gente fez foi na estratégia de comunicação: ela não está mais focada na marca da CNseg, mas sim, na marca do seguro. E também estamos mudando o enfoque para o quanto nós devolvemos para a sociedade como indenizações, benefícios ou prêmios. As pessoas se assustam quando ouvem que o setor devolveu R$400 bilhões em 2021. Só em saúde foram R$200 bilhões, valor maior que os R$160 bilhões do orçamento do Ministério da Saúde. No ramo Auto foram pagos indenizações suficientes para a compra de 300 mil veículos, o equivalente a 20% da produção total da indústria automobilística. Temos a nobre capacidade de melhorar a sociedade e a qualidade de vida das pessoas”.
Desenvolver produtos de seguro para socorrer pessoas em momentos difíceis
Boris pediu para Dyogo falar sobre a importância do envelope que a CNseg entregou aos candidatos à presidência da república contendo um relatório de necessidades do mercado segurador. Dyogo esclareceu que a importância é ,em grande parte, pela educação. Ele explicou: “Muitos economistas não têm conhecimento sobre o que é o seguro. Não sabem sobre os produtos, sobre os números relacionados a essa atividade. Eles ficam muito surpresos quando a gente fala, por exemplo, que só a capitalização transferiu um 1 bilhão e 200 milhões de reais para entidades filantrópicas ano passado. Quando a gente fala que o seguro rural pagou 15 bilhões. Eles ficam muito impressionados e interessados em ver as soluções. Temos abordado os seguros como soluções para problemas públicos. Por exemplo, a gente tem falado muito sobre a possibilidade de seguros para desastres naturais. é possível desenvolver produtos de seguro para socorrer as pessoas nessa hora mais difícil”.
Objetivo
Ao falar sobre o objetivo maior da CNseg, Dyogo disse:“Espero que com a nossa cooperação de todas as entidades do setor, a gente consiga começar a atender mais pessoas. Nosso objetivo não é apenas fazer crescer o mercado. Ele está crescendo e vai crescer 13/15 por cento esse ano. Cresceu ano passado também. O objetivo é ter uma parcela cada vez maior da sociedade brasileira que pode ter acesso aos produtos de seguro, e com isso, pode ter uma qualidade de vida cada vez maior”.
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