Tecnologia

Bill Gates aponta profissões imunes à IA — e o que isso revela ao mercado de seguros

Bill Gates aponta profissões imunes à IA — e o que isso revela ao mercado de seguros
H

abilidades humanas que a IA ainda não substitui

A inteligência artificial segue transformando setores inteiros da economia, incluindo o mercado de seguros, que se depara com desafios e oportunidades inéditas. Recentemente, Bill Gates apontou que, apesar da automação avançada, algumas profissões permanecerão fundamentais devido à complexidade emocional, estratégica e criativa inerente a elas. O empresário destacou três áreas que sobreviverão à automação da IA: profissões que exigem uma combinação de raciocínio complexo, empatia e criatividade. No mercado de seguros, isso reforça a necessidade de investir em competências humanas que as máquinas ainda não conseguem replicar integralmente, como compreensão profunda do cliente, negociação e gestão de riscos personalizadas.

Automação de tarefas não substitui profissionais capacitados 

O setor segurador já utiliza IA para otimizar processos, como análise de dados, precificação automática e detecção de fraudes. Segundo relatório da McKinsey, a automação de tarefas administrativas pode reduzir custos em até 30%, mas não elimina a demanda por profissionais com habilidades socioemocionais e estratégicas. Corretores de seguros, por exemplo, enfrentam o desafio de se reinventarem como consultores de soluções personalizadas, capazes de interpretar dados gerados por IA e traduzi-los em recomendações alinhadas às necessidades específicas dos clientes. Esta função híbrida reforça a importância da inteligência emocional e do conhecimento do mercado.

Mudanças tecnológicas impulsionam o surgimento de novos produtos e novas competências

Além disso, a inovação tecnológica impulsiona o surgimento de novos produtos de seguros, como apólices paramétricas e seguros cibernéticos, que requerem atuação especializada na customização e avaliação de riscos emergentes. Tal cenário demanda que as seguradoras fortaleçam equipes multidisciplinares, combinando expertise técnica com insights do mundo real. O impacto da IA no mercado de trabalho gera também uma mudança cultural organizacional. A digitalização exige que gestores e líderes do setor adotem práticas de governança que valorizem formação contínua, adaptação rápida e colaboração entre humanos e máquinas, como já observado em grandes grupos seguradores globais como a AIG e a Zurich Insurance Group.

Implementação de IA requer atenção regulatória

Nesse contexto, a implementação de robôs de atendimento e chatbots para suporte inicial às demandas dos segurados libera o capital humano para tarefas mais complexas e estratégicas, elevando a qualidade do serviço e a satisfação dos clientes. Outro ponto chave é a ética na utilização da inteligência artificial, especialmente no processamento de dados pessoais sensíveis dos segurados. O mercado deve se preparar para atender a regulamentações rigorosas, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o que reforça a importância do papel do profissional na mediação entre tecnologia e conformidade regulatória. Casos práticos evidenciam que seguradoras que adotaram inteligência artificial integrada a processos humanos aumentaram a receita e reduziram sinistros fraudulentos. A Tokio Marine, por exemplo, utiliza IA para detectar padrões suspeitos e, simultaneamente, capacita analistas para interpretar contextos não captados automaticamente, garantindo decisões mais assertivas.

O futuro é híbrido

A inteligência artificial não elimina completamente o papel do ser humano nas suas atribuições. A recomendação do empresário Bill Gates reforça que competências como a criatividade, inovação de produtos, compreensão empática das necessidades dos clientes e capacidade de visão estratégica no gerenciamento de riscos, continuam sendo importantes. Para seguradoras e profissionais do ramo, o futuro está na capacidade de integrar tecnologia e talento humano de forma ética, inteligente e colaborativa. Investir em formação contínua, promover a inovação e valorizar as habilidades que as máquinas ainda não dominam é o caminho para construir um mercado mais eficiente. Diante desse cenário, ao compreender os insights do bilionário Bill Gates e os movimentos já em curso no setor, corretores, seguradoras e profissionais do mercado podem aproveitar a transformação digital para crescer mais os seus ecossistemas. A lição que fica para o mercado segurador é que a IA redefine o perfil e a atuação dos profissionais, forçando-os a se adaptarem, integrando ferramentas tecnológicas de forma ética e colaborativa será o caminho para construir um setor resiliente e preparado para os desafios futuros.

Postado em
28/5/2025
 na categoria
Tecnologia
Deixe sua opinião

Mais sobre a categoria

Tecnologia

VER TUDO