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Alta tributação e riscos urbanos desafiam o seguro de eletrônicos no Brasil

Alta tributação e riscos urbanos desafiam o seguro de eletrônicos no Brasil
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anúncio da chegada do Nintendo Switch 2 ao Brasil, com lançamento simultâneo ao mercado global e preço inicial estimado em R$4.500, chama atenção não apenas pelo apelo entre os entusiastas de jogos eletrônicos. O novo console também simboliza o tipo de bem de consumo que, ao cruzar fronteiras com carga tributária elevada e complexidades logísticas, levanta reflexões sobre proteção patrimonial em tempos de digitalização e alta conectividade.

Carga tributária e custos logísticos tornam os eletrônicos premium mais caros no país

No Brasil, a precificação de produtos eletrônicos importados segue pressionada por uma combinação conhecida: impostos cumulativos, custo de distribuição, variações cambiais e fragilidades na cadeia de suprimentos. Portanto, já é conhecida a diferença abissal de preços entre itens tecnológicos vendidos aqui e em mercados como Estados Unidos e Europa . A questão é que isso transforma esses dispositivos em ativos de alto valor, ampliando a percepção de risco e, por consequência, a relevância de soluções de seguro que acompanhem essas especificidades.

Seguro para eletrônicos cresce no país com diversificação de categorias cobertas

Embora smartphones e notebooks concentrem a maior parte das apólices voltadas a equipamentos eletrônicos, o crescimento de outras categorias — como consoles de videogame, tablets, wearables e acessórios inteligentes — tem ampliado a atuação do setor segurador nesse nicho. Segundo dados da FenSeg divulgados em matéria do SindsegRS, existem cerca de 10 milhões de celulares segurados no país, representando aproximadamente 4% do total de aparelhos em circulação. Assim, esses dados indicam que o seguro para eletrônicos vem registrando taxas de expansão, sendo estimado por esse estudo que cerca de 1 milhão de pessoas acionam o seguro anualmente.

Setor de games impulsiona investimentos em equipamentos de alto valor

O segmento de games, em especial, demonstra a força desse movimento. O Brasil está entre os cinco países com maior número de jogadores e figura entre os dez primeiros em receita no setor, segundo levantamento da consultoria Newzoo, divulgado pela matéria da InfoMoney sobre o tema. Segundo a matéria, em 2022, o mercado nacional movimentou US$2,7 bilhões, com projeção de chegar a US$3,5 bilhões até 2025 — valores que refletem o crescimento da base de usuários e o volume de investimento em equipamentos. Esse cenário reforça a relevância de soluções de proteção patrimonial para esse perfil de consumidor, cujos ativos tecnológicos exigem coberturas sob medida.

Coberturas modulares adaptam-se ao uso e perfil do consumidor

Nesse cenário, ganham espaço as apólices personalizadas, capazes de modular coberturas conforme o perfil de uso e os riscos mais prováveis: roubo, furto qualificado, queda, falhas técnicas fora da garantia e até extravios durante o transporte. A diversificação das formas de contratação — via aplicativos, canais integrados ao e-commerce ou direto nas lojas físicas — favorece ainda o crescimento de modelos do tipo embedded insurance, em que a proteção é oferecida no momento da compra, com adesão simplificada e imediata.

Logística de reposição influencia diretamente o cálculo de risco

Outro ponto relevante é o impacto da logística sobre o custo de reposição. No caso de produtos que envolvem transporte internacional, manuseio delicado e prazos longos de substituição, a rastreabilidade, o controle de qualidade e a prevenção de avarias passam a ser parte do cálculo atuarial das seguradoras. Soluções com base em análise de dados e tecnologias como IoT, por exemplo, vêm sendo testadas para mitigar riscos operacionais e aprimorar a gestão da cadeia de valor segurada.

Modelos digitais e sob demanda moldam nova relação com o cliente

Experiências internacionais apontam que a fidelização dos consumidores está cada vez mais atrelada à integração dos serviços de seguro com a jornada digital. Produtos flexíveis, atendimento via app, contratação sob demanda (pay-per-use) e modelos baseados em comportamento de uso têm ampliado o vínculo entre usuários e seguradoras, criando novas possibilidades de relacionamento no longo prazo.

Tecnologia premium desafia o setor a adaptar produtos e ampliar relevância

No Brasil, onde o acesso à tecnologia convive com uma estrutura tributária complexa e uma percepção de insegurança urbana, o avanço dos produtos eletrônicos premium funciona como termômetro das transformações esperadas no mercado segurador. O lançamento do Nintendo Switch 2, nesse sentido, é apenas uma das muitas ocasiões em que o setor é desafiado a pensar além da proteção básica e incorporar à sua oferta valores como conveniência, previsibilidade e adaptação às mudanças nos hábitos de consumo.

Postado em
6/6/2025
 na categoria
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