A aplicabilidade do setor de seguros no Metaverso

metaverso é um mundo digital futurista que existe paralelamente ao mundo real. Nele, é possível se mover como avatares da mesma forma que em uma realidade analógica. O que isso significa? Significa que o metaverso é um espaço virtual que funciona como uma “tela em branco” onde as pessoas podem interagir com ambientes, objetos e cenários gerados por computador, fazer compras, investir em terrenos ou imóveis, conhecer e conversar com outras pessoas.
Como o metaverso passou a ser o assunto do momento?
À medida que indivíduos passaram a viver muito mais digitalmente do que nunca – sobretudo impulsionadas pelo isolamento social obrigatório imposto pela pandemia de coronavírus, foram descobertas possibilidades nunca imaginadas, o metaverso foi uma delas. Ele passou a ser um assunto que gerou mais interesse do grande público e, dessa forma, mais possibilidades para as empresas e Companhias de seguros.
Novos riscos, novas coberturas
O surgimento de uma nova cobertura de seguro é precedido por um novo risco real que gera algum tipo de perda para pessoas, empresas ou propriedades. Partindo dessa premissa, há muita oportunidade para a indústria de seguros no metaverso, já que há muito risco envolvido na criação de uma realidade alternativa na qual as pessoas assumem versões virtuais de si mesmas para trabalhar, viver e se divertir.
Como isso é aplicado na prática?
Sendo o metaverso um mundo virtual projetado para imitar de perto o mundo real e as atividades nas quais as pessoas estão envolvidas, isso significa que as pessoas comprarão coisas: casas, animais de estimação, roupas, arte. Aí é que está o ponto: onde há bens, materiais ou não, há risco de perdê-los. Portanto, isso também significa que há a possibilidade, no metaverso, de que as pessoas sejam roubadas ou sofram acidentes e, assim sendo, com os riscos existentes, há possibilidade e abertura para criação de cobertura de seguro para amparar os clientes.
“Vamos implementar mais negócios via Metaverso”
Em uma Live, transmitida pelo canal do YouTube da Aconseg/SP, no dia 07 de novembro, Amit Louzon, CEO do Brasil da Ituran, fez uma previsão de que muitos negócios de seguros passarão a ser feitos pelo metaverso. Ele declarou: “Querendo ou não, o futuro vai chegar. Esse ambiente de Metaverso para 2023 só vai começar, mas de acordo com a tendência do mundo, de acordo com o que está acontecendo com Meta, Facebook, que está liderando no mundo, essa tendência do Metaverso, vamos implementar mais negócios via Metaverso. Então, no futuro, provavelmente quando quisermos comprar alguma roupa, não precisaremos sair de casa, poderemos usar os óculos de realidade virtual, experimentar a roupa e comprar. Será a mesma coisa no mercado do seguro também.”
A próxima onda de mudanças digitais
O recente relatório da Accenture Insurance Tech Vision para 2022 revelam informações valiosas para as seguradoras sobre como o metaverso está inaugurando a próxima onda de mudanças digitais. O relatório prevê que o metaverso possibilitará um espectro de novos produtos, experiências e modelos de negócios interessantes para o setor de seguros. Trará mudanças dramáticas na forma como as seguradoras interagem com clientes, funcionários e parceiros, projetam produtos e serviços e administram seus negócios.
Formas inovadoras de interação entre pessoas e organizações
Muitas das tecnologias nas quais o metaverso está sendo construído não são novas, enquanto outras representam a vanguarda. A revolução está na convergência de tecnologias emergentes e maduras no metaverso – incluindo inteligência artificial (IA), realidade aumentada e virtual (AR/VR), blockchain, gêmeos digitais, tecnologias de ponta, nuvem, moedas digitais, tokens não fungíveis (NFTs), plataformas sociais, comércio eletrônico e mercados digitais. À medida que se cruzam, essas tecnologias dão origem a formas inovadoras de interação entre pessoas e organizações.
Desenvolver novos produtos e processos
Além de criar uma nova demanda por produtos de seguros (por meio dos novos riscos deste mundo virtual), a tecnologia do metaverso também pode ser adotada pelas seguradoras para desenvolver novos produtos e processos. As áreas que podem ser afetadas incluem:
- Reclamações: Os fones de ouvido Metaverse podem ser usados para realizar avaliações de propriedade sobrepondo novas informações de danos sobre imagens pré-danos para verificar as informações de sinistros.
- Talento: a tecnologia das novas realidades pode dar vida a todos os aspectos da profissão de sinistro, ajudando o setor a enfrentar a escassez de competências ao atrair novos talentos para a profissão.
- Subscritores: subscritores de propriedades e acidentes podem usar a nova tecnologia para examinar ativos sem precisar estar no local, reduzindo assim os custos.
- Corretores: os corretores podem analisar o perfil de risco e as necessidades de um cliente em uma representação virtual de suas dependências. Eles podem usar essas informações para criar estratégias de gerenciamento de risco, que podem ser aplicadas a ativos do mundo real.
- Desenvolvedores de produtos: apólices de seguro inovadoras, como o Seguro GO (desenvolvido especificamente para jogadores de Pokémon Go), que visam dados demográficos específicos, podem ajudar as seguradoras a alcançar uma nova geração de clientes.
- Os gerentes de exposição podem usar a tecnologia para visualizar modelos e cenários; as seguradoras podem usar o metaverso para dar vida a cenários reais, adicionando engajamento emocional às experiências de vendas ou marketing.
- Peritos ajustadores: o treinamento com tecnologia de novas realidades pode ajudar agentes, ajustadores e avaliadores de risco a desenvolver habilidades onde quer que estejam, reduzindo a dependência da disponibilidade de especialistas e reduzindo os custos administrativos.
Oferece dados mais precisos
René Schoenauer, diretor de marketing de produtos da empresa Guidewire, plataforma de software para seguradoras de propriedades e acidentes, pontuou que o metaverso é um ambiente inteiramente feito pelo homem, livre de riscos naturais, como terremotos. “Este é um benefício potencial para as seguradoras; aqui está um ambiente que, por sua natureza digital, produz muitos dados precisos sobre os quais decisões mais exatas podem ser tomadas.”
Valor de mercado vai ultrapassar US$ 50 bilhões até 2026
De acordo com o novo relatório, intitulado “Metaverse Market in Finance by Component and Geography – Forecast and Analysis 2022–2026”, a empresa de consultoria e pesquisa tecnológica Technavio, há uma tendência de crescimento para o Metaverso nos próximos quatro anos. O estudo analisou o metaverso de dois pontos de vista: software e hardware e por meio de seu impacto em várias regiões geográficas. Segundo o relatório, o metaverso atingirá um valor de participação de mercado de US$50,37 bilhões até o ano de 2026. O crescimento do metaverso foi analisado nos cinco prazos entre 2021-2026.
Oportunidade para inovar mais no setor de seguros
Sabendo da infinidade de possibilidades do metaverso, é importante que a indústria de seguros já comece a avaliar o fértil terreno desse novo mundo digital para conseguir colher os bons frutos que a tecnologia e a inovação são capazes de disponibilizar. Como disse James Kruger, vice-presidente e chefe de seguros do Reino Unido da Capgemini, o metaverso é de fato uma oportunidade para trazer mais inovação para o setor de seguros. Ele declarou: "O setor de seguros geralmente tem sido um retardatário na adoção de novas tecnologias, levando a uma lacuna nas expectativas dos clientes. O metaverso pode oferecer maneiras criativas de educar, aconselhar os clientes por meio da gamificação e proporcionar a eles uma experiência com curadoria”.