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Os novos horizontes para consumidores de seguro

Os novos horizontes para consumidores de seguro
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ão é novidade que a sociedade mudou a reboque da revolução digital. No entanto, nos últimos 2 anos, houve uma transformação revolucionária em toda a coletividade mundial por causa da pandemia de Covid-19. O isolamento social foi estipulado e, com isso, as pessoas precisaram adaptar seus afazeres profissionais e pessoais à nova realidade imposta para evitar a transmissão do vírus.

Nessa conjuntura, várias empresas que dependiam da presença física do público consumidor precisaram fechar suas portas e, devido a isso, houveram muitas demissões em massa. Algumas, apesar de não falirem, precisaram entrar em acordo com funcionários para conseguirem honrar suas folhas de pagamento. Dentre tantas situações desafiadoras, algumas organizações e ramos de negócio decidiram que precisavam se reinventar. O ramo segurador foi um deles.

Lidando com o novo panorama 

Para alcançar tal feito, os players de seguro precisaram se debruçar sobre algumas problemáticas que se impuseram. Uma delas era:

Se os potenciais consumidores não estão mais saindo nas ruas, mas continuam existindo em seus lares, o que mudou foi apenas a localização deles, a princípio.

Sendo assim, com essa primordial questão levantada, já havia a resposta sobre o local exato de venda dos produtos e serviços: os lares dos consumidores.

Estabelecendo estratégias

A partir daí, estratégias precisaram ser definidas para entender quais eram os riscos que foram ocasionados pela nova realidade de isolamento e que necessitavam da criação de novas apólices e quais coberturas tradicionais precisavam de algum ajuste aos novos moldes sociais. Por fim, havia a necessidade de estabelecer mecanismos de venda mais velozes e eficazes que conseguissem chegar até onde o cliente estava. Nesse caso, nada melhor que o comércio eletrônico.

O cliente não precisa sair da sua casa para comprar e os funcionários também não precisam se deslocar dos seus lares para vender. Todos ganham.

A cadeia consumidora atual

Se tratando de alinhar novas estratégias aos consumidores atuais, a Accenture Interactive, publica anualmente um relatório para identificar os padrões de comportamento dos consumidores e ajudar as empresas a entregar o melhor valor e relevância aos seus clientes, colaboradores e sociedade no geral.

Para este ano, o relatório destacou os novos padrões de comportamento identificados “que vão desafiar as organizações a repensarem a sua abordagem ao design, inovação e crescimento, como consequência das mudanças de expectativas e mindsets dos colaboradores, da escassez causada pela disrupção das cadeias de abastecimento e de novos ambientes virtuais, como o metaverso”, lê-se.

No relatório  Fjord Trends de 2022, há ênfase para  cinco comportamentos e tendências que vão afetar tanto a sociedade, como a cultura e os negócios:

  • As pessoas estão fundamentalmente repensando suas próprias vidas, apoiadas por novas oportunidades, como a economia paralela. O aumento do individualismo e da independência tem grandes implicações para as organizações, relacionamentos com funcionários e consumidores-criadores. As empresas devem ter isso em mente ao definir sua proposta de valor para atrair e reter funcionários.
  • Fazer perguntas e tê-las respondidas imediatamente tornou-se parte da vida cotidiana, mas as pessoas estão cada vez mais duvidando das respostas que recebem. Combinado com a proliferação de canais e fontes, este é um desafio de design e negócios. Aqueles que a cumprirem ganharão confiança e vantagem competitiva.
  • Aqueles que puderam contar com a disponibilidade e conveniência das coisas que desejam estão tendo que pensar novamente. Escassez, atrasos na distribuição, leis de austeridade e fatores de sustentabilidade estão impulsionando o movimento positivo da natureza e uma abordagem mais comedida do consumo.
  • O metaverso está se mostrando promissor além de suas raízes de jogos para oferecer às pessoas e marcas um novo lugar para interagir, criar, consumir e ganhar. Seu verdadeiro potencial ainda está para ser visto, mas tem os ingredientes de uma nova evolução cultural. Encontrar o sucesso aqui dependerá da compreensão das marcas sobre seus clientes neste novo mundo.
  • O desejo de cuidar é um traço fundamentalmente humano, mas agora é mais visível, valorizado e discutido abertamente. Independentemente de sua conexão com a saúde, as organizações devem agora definir como incorporar o cuidado em suas práticas e ofertas – para funcionários, clientes e sociedade em geral

Recriando a relação com os segurados

Já alinhadas a algumas estratégias descritas no relatório acima referenciado, vários players de seguros criaram modalidades inovadoras de seguros para suprir as necessidades atuais dos segurados.

A IT’s Seg Company, companhia de seguros que atua como consultora, corretora e administradora junto a pessoas e empresas de todos os tamanhos, lançou o seguro home office. O seguro destina-se aos trabalhadores que atuam no modelo de trabalho remoto fixo. 

Há cobertura com possibilidade de proteger os equipamentos em locais fora da residência (em trânsito ou trabalho externo), além das coberturas de acidentes domésticos, responsabilidade civil familiar, coberturas para casos de incêndio e danos elétricos além da possibilidade da contratação de assistência babá, assistência psicológica, entre outros benefícios.

Karina Andrade, diretora comercial de Ramos Elementares da It’sSeg, declarou: “Estamos acompanhando as novas tendências de consumo e o comportamento do consumidor por meio de pesquisas, análises e estudos. A partir dessas informações, notamos que poderíamos auxiliar empresas e consumidores com uma solução inovadora. Foi a partir disso que estruturamos essa iniciativa. É um produto inédito no mercado, com uma combinação inovadora de benefícios. Com a manutenção do modelo de trabalho híbrido, é muito importante que as empresas ofereçam, por meio de seus RHs, segurança a seus profissionais, respaldando seu novo local de trabalho, bens e residência”

A Porto Seguro, seguradora que se define como “um ecossistema de soluções de serviços de proteção com tecnologia embarcada, para melhorar e facilitar a experiência do cliente”, se conecta com os fatores de sustentabilidade e do desejo de cuidar descritos no relatório.A empresa vê  a responsabilidade social e ambiental como uma missão e promove projetos e ações para o desenvolvimento sustentável das comunidades e dos negócios.

Um deles é o Instituto Porto Seguro, uma organização sem fins lucrativos,apoiada pela empresa, que atua em projetos ambientais, dentre outros.

A Porto também oferece coberturas úteis para quem não quer ficar sem sua ferramenta de trabalho: há seguro para notebooks com cobertura contra danos elétricos, físicos, roubo e até garantia internacional. Dentro do mesmo escopo de seguros, há garantias para câmera fotográfica, filmadora e até smartwatch.

A Glory, insurtech brasileira focada em seguro de vida empresarial, dá início às operações trazendo inovação para o mercado. Com sede na capital paulista, a startup busca parcerias com empresas que procuram melhorar a relação de custo-benefício do seguro de vida. Seus sócios afirmam que usar modelos de comercialização e gestão mais eficientes ajudam a melhorar o preço das apólices e transformar a maneira como os departamentos de Recursos Humanos interagem com o seguro. 

Para isso, a Glory investe em tecnologia para solucionar entraves citados pelos especialistas em gestão de pessoas, como a desburocratização dos processos. “Buscamos inicialmente melhorar a experiência da área de RH na contratação e gestão do benefício e, além disso, contribuir para a valorização do seguro de vida, educando financeiramente os colaboradores e aumentando o engajamento com o produto”, comenta o co-fundador e CEO, Bruno Pierri.

Diretrizes para o futuro

Há ainda muitos desafios a serem superados em prol da necessidade de responder às mudanças gigantescas impostas pelos novos tempos. O amanhã social é de incertezas.

Ainda assim, há também tecnologias de ponta sendo desenvolvidas todos os dias em muitos lugares do mundo.

E, ainda, há sempre novas maneiras de incrementar a relação entre seguradoras, corretores e segurados de modo que corresponda às expectativas vigentes de todas as partes interessadas.

Postado em
8/4/2022
 na categoria
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